Comentários de Abertura

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Arlan Suderman
Chief Commodities Economist

Os rendimentos do Tesouro dos EUA avançaram hoje de manhã, enquanto o Comitê Federal de Mercado Aberto se preparava para iniciar dois dias de reuniões de política monetária. O índice de volatilidade VIX permanece perto dos 14 pontos hoje de manhã, refletindo uma calma relativa em Wall Street, pois antecipa o que acredita ser o último aumento de 25 pontos-base no ciclo de aumento das taxas de juros. O dólar está novamente forte à medida que os rendimentos do Tesouro sobem, com o dollar index negociando perto de 101,5 hoje de manhã, seu nível mais alto desde 12 de julho. Os títulos de 10 anos do Tesouro negociam perto de 3,91%, que também é o seu nível mais alto desde 12 de julho, enquanto os títulos de 2 anos negociam perto de 4,90%. Os preços do petróleo bruto recuam levemente esta manhã, juntamente com grande parte do restante do setor de commodities, após uma forte alta ultrapassando a resistência-chave do gráfico na média móvel de 200 dias. Os ventos contrários para as commodities vêm do aumento das taxas de juros, um dólar mais forte e uma noite mais tranquila na Ucrânia. Isso também permitiu um recuo de dois dígitos em todos os setores de grãos e oleaginosas durante a noite.

O Federal Reserve inicia hoje duas dias de reuniões para discutir possíveis mudanças em sua política monetária, com a divulgação de uma declaração programada para a tarde de amanhã, seguida por uma coletiva de imprensa. Os mercados estão convencidos de que o Fed aumentará sua taxa de juros em mais 25 pontos-base, com um pouco mais de 30% de chances de vermos outro aumento mais tarde neste ano, antes que as taxas comecem a cair no próximo ano. Essas são as expectativas refletidas no mercado neste momento. É possível interpretar os dados econômicos de acordo com a posição que se deseja justificar. Existem vários indicadores econômicos sinalizando que os aumentos de taxas anteriores estão funcionando e, portanto, justificariam uma mudança de direção por parte do Fed no próximo ano. Há vários indicadores sugerindo que a economia continua bastante resiliente, com alguns fatores inflacionários ainda presentes, o que argumenta a favor de uma postura mais contracionista do Fed. Mas o importante é focar no que o Fed disse sobre seus objetivos e sua atenção. O Fed reiterou seu compromisso com a meta de 2% e as dificuldades que a inflação salarial e de moradia apresentam para o alcance desse objetivo. Os indicadores de moradia estão em queda, embora sustentar essa tendência possa ser difícil diante da melhora do sentimento do consumidor quando a oferta de moradias continua apertada. No entanto, o setor de empregos ainda está apertado, com dados recentes indicando que está novamente se tornando mais restrito. Isso não significa necessariamente que as taxas precisem aumentar além da reunião desta semana, embora essa possibilidade definitivamente permaneça na mesa, mas sugere que elas podem permanecer elevadas por mais tempo do que o mercado antecipa atualmente.

Outro desafio para o Federal Reserve seria o retorno da inflação das commodities. A queda nos preços das commodities tem sido um grande fator na redução do número de inflação em relação ao último relatório, que ficou em 3%. É muito significativo que o petróleo bruto WTI tenha ultrapassado a resistência do gráfico na média móvel de 200 dias na segunda-feira, sinalizando que a dinâmica do mercado está diferente do que tem sido ao longo do último ano, quando o dinheiro saiu das commodities devido aos receios de recessão. As commodities alimentares também estão em alta, impulsionadas pelos temores de que a Rússia continue a destruir a capacidade futura de exportação da Ucrânia. O mundo pode viver sem o milho e trigo da Ucrânia no curto prazo, pois a Rússia ainda possui ofertas baratas de trigo e o Brasil possui ofertas baratas de milho para o mercado mundial. Mas o mundo precisará das ofertas da Ucrânia no longo prazo. A preocupação é que os produtores ucranianos parem de plantar se perderem a capacidade de exportar, e então essas ofertas não estarão disponíveis quando as exportações forem possíveis novamente. Ainda não sabemos se o mercado continuará focado nesses medos, fornecendo suporte às commodities alimentares, mas isso representa um desafio para o Fed, caso isso aconteça. Mesmo assim, o petróleo bruto deve servir como um indicador líder para a inflação de commodities, já que a energia está presente em grande parte do que fazemos na América.

A China reservou mais 30 carregamentos de soja na semana passada - em grande parte de origem brasileira para embarque em agosto e setembro, embora alguns carregamentos argentinos também tenham sido incluídos. A China atualmente tem 6,8 milhões de toneladas reservadas para este mês, com mais 6,2 milhões de toneladas para o próximo mês e 3 milhões de toneladas para setembro - em grande parte do Brasil. Isso colocaria seus embarques na safra (outubro a setembro) acima de 100 milhões de toneladas, acima das 91,6 milhões do ano anterior. Dados da StoneX no Brasil sugerem que os produtores ainda têm 45 milhões de toneladas da safra do ano passado não vendidas, o que sugere que ainda terão soja para vender durante a temporada tradicional de exportação dos EUA. Isso ajudaria a racionalizar a demanda de exportação dos EUA para compensar perdas na produção, caso ocorram este ano. Meu modelo de rendimento para soja norte-americana atualmente está em 49,9 bushels por acre (3,36 ton/ha), o que apertaria o balanço dos EUA. Meu modelo de rendimento para milho está atualmente em 174,2 bpa (10,93 ton/ha), o que promoveria um balanço folgado, mesmo se usarmos as estimativas otimistas do USDA para a demanda. Em resumo, os mercados de milho e trigo estão sendo sustentados pelos medos relacionados à guerra na Ucrânia, conforme abordado acima. Ainda não sabemos se as manchetes aumentarão ou diminuirão esses medos. Por enquanto, eles estão dando uma pausa.

 

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