Comentários de Abertura

Os futuros de ações iniciam a semana em um tom mais positivo, seguindo um período turbulento de negociações na semana passada. O foco desta semana deve se concentrar em grande parte nos dados de inflação agendados para serem divulgados na quinta-feira e sexta-feira, além dos relatórios de lucros. Os traders continuam monitorando a escalada da guerra entre Rússia e Ucrânia, que se intensificou no fim de semana, mesmo com as negociações de paz acontecendo na Arábia Saudita. Os traders também antecipam uma rodada de estímulos na China no curto prazo para impulsionar sua economia. O índice de volatilidade VIX negocia perto dos 17 pontos nesta manhã, enquanto o dollar index negocia perto dos 102,1 pontos. Os títulos de 10 anos do Tesouro negociam perto de 4,07%, enquanto os títulos de 2 anos negociam perto de 4,79%. Os preços do petróleo bruto estão um pouco mais baixos, enquanto os preços dos grãos e oleaginosas estão mistos a mais baixos.

Os analistas acreditam que agosto oferece uma oportunidade propícia para a China estimular sua economia, com a próxima reunião do Fed dos EUA ainda a 44 dias. Há uma especulação dentro da China de que seu banco central reduzirá a taxa de reserva obrigatória para os bancos comerciais ou possivelmente reduzirá as taxas de juros em breve. Agosto e setembro são tipicamente os meses de pico para a emissão de títulos do governo local, e uma taxa mais baixa seria esperada para estimular a demanda por imóveis, que representa mais de 30% do PIB na China. A Administração Tributária Estatal da China lançou 28 medidas para apoiar o setor privado no fim de semana, ampliando em grande parte a duração da isenção fiscal ou redução de impostos para pequenas e médias empresas e empresas individuais. Políticas fiscais benéficas também foram introduzidas para projetos de P&D de pequenas e médias empresas.

A guerra entre Rússia e Ucrânia continuou a se intensificar no fim de semana, aumentando os riscos de que possamos ver uma desaceleração eventual no movimento de commodities nos portos russos, mas ainda há poucas evidências de que isso tenha acontecido até o momento. A Ucrânia atingiu um petroleiro perto da ponte de Kerch no fim de semana - perto o suficiente para fechar a ponte por algumas horas. Era um navio sancionado, supostamente em águas da Ucrânia, que alegou estar entregando combustível para as forças russas na guerra. No entanto, provavelmente estava sendo usado para transportar combustível para as forças russas na Síria. Ainda assim, foi um navio russo atingido no estreito de Kerch, ilustrando ainda mais a capacidade expandida da Ucrânia de atacar além de suas fronteiras. Outro drone da Ucrânia foi abatido a caminho de Moscou, seguindo alguns ataques bem-sucedidos em um prédio governamental em Moscou na semana passada. Isso também acontece logo após um ataque de drone da Ucrânia a um navio naval russo no porto de Novo na semana passada. Os grãos e o petróleo ainda estão fluindo nos portos russos pelo Estreito de Kerch atualmente, embora aparentemente mais durante o dia do que à noite por razões de segurança. O mercado está ciente dos riscos crescentes de que os embarques russos possam ser reduzidos, mas até agora também deve considerar a realidade de que os navios continuam a transportar commodities de baixo preço pelo Estreito.

Uma conferência de paz internacional ocorreu na Arábia Saudita no fim de semana, com representantes de mais de 40 países participando das negociações. Os Estados Unidos e a Europa se juntaram à Ucrânia na conferência, mas a Rússia não estava presente. A China participou desta cúpula, depois de ter ficado de fora da anterior. Um número crescente de países que fazem negócios tanto com a Rússia quanto com a Ucrânia busca uma solução pacífica para a guerra, mas os dois lados continuam distantes. Com todas as conversas, há poucas evidências de um fim a curto prazo para a guerra, e a narrativa é principalmente de que a guerra continua a se intensificar, aumentando os riscos para as commodities que saem da região.

Problemas recentes de inundação representam uma ameaça maior para a produção de arroz nas regiões do nordeste da China do que para soja e milho, uma vez que o arroz está na fase de polinização na região. A área afetada é conhecida por sua produção de arroz de alta qualidade. Problemas de qualidade devem direcionar mais arroz para alimentação animal, assim como vimos acontecer com a safra de trigo, quando chuvas persistentes prejudicaram a qualidade da safra. Desse modo, podemos ver um aumento nas importações de arroz e trigo de qualidade pela China, enquanto mais arroz e trigo de baixa qualidade são utilizados em detrimento da demanda de milho. No entanto, o fornecimento mundial de arroz exportável de qualidade está se tornando escasso, com Índia e Rússia implementando proibições de exportação que estão elevando os preços. Os riscos continuam para as safras de milho e soja da China na região, embora não com a mesma intensidade que para as safras de arroz. Como nos EUA, as temperaturas amenas e as chuvas abundantes apoiam um melhor potencial de produção, embora com riscos de doenças.

Algumas áreas anteriormente secas do Meio-Oeste receberam boas chuvas no fim de semana, sendo que muitas dessas áreas receberam de 38 a 76 mm de precipitação, com mais chuvas a caminho. As temperaturas estão amenas em todo o Meio-Oeste, aliviando qualquer estresse remanescente nas lavouras, e as áreas do Meio-Oeste que receberam chuvas abaixo do normal nos últimos 30 dias estão diminuindo rapidamente. Isso não significa que todas as áreas anteriormente estressadas terão rendimentos médio ou mais altos, mas ajuda a desenvolver novas vagens de soja e a aumentar o tamanho dos grãos de milho existentes na espiga. O USDA divulgará suas primeiras estimativas de rendimento produzidas pelo USDA-NASS em seu relatório de safra (WASDE) de agosto na sexta-feira. As estimativas do NASS desta semana serão baseadas principalmente em pesquisas com produtores e dados de satélite, com suas primeiras estimativas de produção de com análise de campo não sendo divulgadas até setembro. As estimativas prévias do mercado devem ser divulgadas nas próximas 36 horas, ditando o tom para os relatórios de sexta-feira.