Na última semana, os futuros do milho apresentaram uma contundente tendência de baixa em Chicago. Por mais que ainda existam grandes preocupações relacionadas à oferta de grãos do Mar Negro em função das tensões na região, elas não foram capazes de sustentar as cotações do cereal ao longo dos últimos dias. A fraca demanda de exportação pelo milho norte-americano, a melhora no clima dos EUA e previsões de um clima mais favorável em boa parte do Cinturão do Milho em agosto pressionaram o grãos na CBOT. O Setembro/23 encerrou o período com uma desvalorização, de 7,1%, cotado a 484,25 cents/bu.
Conflito russo-ucraniano segue no centro das atenções. Na última semana, a guerra entre Rússia e Ucrânia seguiu alimentando as dúvidas dos agentes em relação ao escoamento de grãos pelo Mar Negro. Ataques aéreos russos destruíram armazéns de grãos no porto do Rio Danúbio. Com o corredor de exportação de grãos fechado desde o dia 17 de julho, ofertantes se prepararam para exportar via os portos de Izmail e Renti, no Rio Danúbio. Por outro lado, foi informado que a Ucrânia executou ataques com drones no porto de Novorossiysk, um dos principais terminais petroleiros da Rússia e um dos principais pontos de saída dos grãos exportados pelo país. Essas investidas tornaram evidente que os recursos russos também estão sujeitos a severos danos. Os ataques promovidos por ambas nações elevou a incerteza sobre a disponibilidade de seguro para remessas futuras e alimentou o medo sobre os altos custos dos alimentos. Contudo, também foi noticiado que a Rússia estaria disposta a voltar para a mesa de negociações e que a China estaria negociando com a Ucrânia sobre a movimentação de grãos sem envolver a Rússia, fatores que contrabalancearam a preocupação com os embarques pelo Mar Negro e pressionaram as cotações.
Clima nos EUA apresenta melhora e melhora perspectivas para lavouras. Em função do clima quente e seco observado na última semana de julho, as lavouras classificadas como boas/excelentes caíram 2 pontos percentuais no comparativo semanal no dia 30 de jullho, segundo Relatório de Acompanhamento de Safra do USDA, para 55%, 6 pontos a menos que um ano antes e 10 pontos a menos que a média de 5 anos. Contudo, nos últimos dias pode-se observar bons volumes de chuvas e temperaturas mais amenas em boa parte do Cinturão. Além disso, Os modelos climáticos foram melhorando gradualmente as chances de chuva nas áreas mais secas do Meio-Oeste para a primeira quinzena de agosto. Por mais que o mês atual não para o milho, as chuvas, ou a falta delas, nas próximas semanas ainda podem impactar a produtividade final.
Produção e estoques de etanol recuam nos EUA. Segundo dados divulgados pela Administração de Informação Energética (EIA), a produção norte-americana de etanol ficou em 1.067 mil barris por dia (mbpd) na semana entre 22 e 28 de julho, queda de 27 mbpd no comparativo semanal. Os estoques do biocombustível também recuaram, para 22,86 milhões de barris, 368 mil barris a menos que uma semana antes.
Inspeções de exportação mostraram um crescimento dos embarques no comparativo semanal, mas déficit em relação à safra passada aumentou novamente. Segundo o Relatório de Inspeção de Exportações, os EUA embarcaram 522,9 mil toneladas de milho na semana encerrada em 27 de julho, contra 329,8 mil toneladas na semana anterior, mas abaixo das 905,3 mil toneladas observadas na mesma semana do ano passado. Com isso, as exportações acumuladas na safra 2022/23 norte-americana chegaram a 34,8 milhões de toneladas, contra 52 milhões no mesmo período de 2021/22, uma diferença de 17,2 milhões de toneladas.
Vendas líquidas dos EUA recuam no comparativo semanal, mas atraso em relação à safra passada apresenta leve redução. Em seu Relatório de Vendas de Exportação, o USDA informou que as vendas líquidas norte-americanas totalizaram 107,5 mil toneladas na semana encerrada em 27 de julho, 206,7 mil toneladas a menos que uma semana antes, mas 46,9 mil toneladas acima do registrado no mesmo período de 2022. Com isso, as vendas acumuladas avançaram para 40,2 milhões de toneladas e o déficit em relação à temporada passada reduziu, mas segue elevado, em 20,5 milhões de toneladas.
Vendas semanais de exportação - EUA (mil toneladas)
Colheita de milho atinge 72,6% na Argentina. A Bolsa de Cereales de Buenos Aires informou que 72,6% das lavouras do cereal foram colhidas até o dia 3 de agosto. Com isso, já foram retirados do campo 24,76 milhões de toneladas de milho. No mesmo período do ano passado, 81,4% da safra já havia sido colhida, ao passo que a média de 5 anos para o mesmo período é de 88,1%.
StoneX divulga suas primeiras estimativas para a safra 2023/24 dos EUA e do Brasil. A StoneX divulgou seu primeiro levantamento para as safras norte-americanas de soja e milho. A consultoria estima uma produtividade média de 11,11 ton/ha de milho, ligeiramente abaixo da última estimativa do USDA (11,14 ton/ha). Com isso, a StoneX projeta uma produção um pouco inferior ao número do Departamento (389,14 milhões de toneladas), em 387,97 milhões de toneladas. No caso do Brasil, a StoneX divulgou sua primeira estimativa para a produção de milho verão 2023/24, que ficou em 28,6 milhões de toneladas, praticamente estável frente ao ciclo passado, registrando-se um leve recuo de área. Em relação à safra 2022/23, a StoneX trouxe mais um aumento em seu número para a 2ª safra de milho, que subiu para 108,3 milhões de toneladas. Para a 3ª safra 2022/23, a StoneX estima a produção em 2,3 milhões de toneladas, levemente acima do ciclo anterior.
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