Campinas, 08 de agosto – A sessão desta terça-feira possui uma agenda de dados macroeconômicos vazia para os Estados Unidos e a Europa, com maior foco para os dados de comércio exterior da China, divulgados durante a madrugada de hoje.
Segundo a Administração Geral das Alfândegas da China (GACC, sigla em inglês), as importações de todos os bens em julho, medidas em dólares, sofreu um recuo de 12,4% ante mesmo período do ano passado. O resultado intensificou a queda mostrada em junho (-6,8%), e indicou um desempenho bem pior do que o esperado pelos agentes (-5%).
A situação também não foi favorável para as exportações de todos os bens, as quais diminuíram 14,5% em relação a junho de 2022. Com isso, o desempenho ficou abaixo das expectativas do mercado, que previa uma retração de 12,5%, além de representar a maior queda na comparação anual desde fevereiro de 2020.
Foi relatado um recuo significativo no comércio de todos os bens com a União Europeia (-20,62% ante julho de 2022) e Estados Unidos (23,12% ante julho de 2022), indicando que a atuação desses países na direção de reduzir seus riscos acabou atingindo a atividade econômica chinesa. Tal panorama pode acrescentar incertezas sobre a recuperação da China, podendo influenciar em um menor apetite por ativos arriscados e, consequentemente, enfraquecer os grãos.
As cotações da soja registraram queda na sessão noturna em Chicago nesta terça-feira (dia 08), acompanhando o andamento da safra norte-americana.
O USDA atualizou as condições das lavouras do país ontem à tarde, com o percentual bom/excelente passando de 52% para 54%, refletindo a melhora nas condições climáticas, com o registro de chuvas e temperaturas mais amenas. Os maiores ganhos no percentual bom/excelente foram registrados em Arkansas, Nebraska, Dakota do Sul e Wisconsin.
Destaca-se que esse nível de 54% ficou em linha com o esperado, mas ainda permanece consideravelmente abaixo da média, com o mercado acompanhando como será a evolução das condições no campo nas próximas semanas, uma vez que a soja está na fase chave de enchimento de grão.
Assim como para a soja, a melhora das condições das lavouras nos EUA pesou sobre as cotações em Chicago nesta terça-feira (dia 08).
No caso do cereal, o percentual bom excelente subiu de 55% para 57%, avanço acima do esperado pelo mercado, que apostava em 56%. Os aumentos mais significativos ocorreram em Missouri, Nebraska, Dakota do Norte e do Sul e Texas. Por outro lado, houve declínio em Michigan, Carolina do Norte, Carolina do Norte, Tennessee e Wisconsin.
Nesta semana, as previsões indicam, em geral, a manutenção de condições positivas para as lavouras.
Destaca-se que o fortalecimento do dólar ao redor do mundo contribui para a queda dos grãos, por prejudicar a competitividade das exportações norte-americanas.
O trigo também registrou baixa nesta terça-feira (dia 08), devolvendo parte dos ganhos de ontem.
A escalada da guerra entre Rússia e Ucrânia vem sendo um fator de suporte, com destaque para as preocupações quanto ao escoamento do cereal russo, já que o país é o maior exportador mundial.
De qualquer forma, os preços do trigo russo estão mais favoráveis, tendo sido a origem mais barata no leilão registrado no Egito.
A alta do dólar prejudica ainda mais a competitividade do cereal norte-americano que já está mais caro que o russo.
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