Campinas, 10 de agosto – O foco dos mercados globais nesta quinta-feira está no índice de preços ao consumidor (CPI, sigla em inglês) dos Estados Unidos, divulgado às 09h30min. O indicador é um dos principais acompanhados pelo Federal Reserve em sua avaliação sobre a taxa básica de juros, pois permite entender se a política monetária do órgão está sendo eficaz para o controle da inflação no país.
De acordo com o Departamento do Trabalho dos Estados Unidos, a inflação em julho exibiu um avanço mensal de 0,2%, convergindo para a expectativa do mercado. No acumulado anual, a inflação foi de +3,2%, ligeiramente abaixo dos +3,3% esperados.
Para o acumulado de 12 meses do núcleo do índice, que desconsidera preços voláteis como alimentos e commodities, houve um leve recuo ante os +4,8% relatados no mês passado, dado que o resultado de julho ficou em +4,7%, contra os +4,8% esperados.
Assim, os resultados próximos ao esperado pelos agentes podem contribuir para o apetite ao risco, podendo fortalecer os grãos. Com a divulgação do CPI, a parcela do mercado que espera a manutenção da taxa de juros na decisão em setembro passou de 84,5% para 90,5% nesta manhã.
Os contratos da soja encontraram suporte para manter os ganhos registrados desde o pregão noturno de ontem, mas dessa vez, como efeito de um dólar mais fraco que ajudou de forma geral o mercado futuro de grãos. Além disso, indicativos anunciados pelo USDA de compra da China para novas safras de grãos aqueceram o mercado.
O relatório de estimativas de oferta e demanda globais será divulgado amanhã pelo USDA e a perspectiva é de que áreas menores e possíveis mudanças nos rendimentos provavelmente manterão a oferta de soja nos EUA apertada, o que significa que os preços da soja podem ter mais dificuldade em competir com os estoques brasileiros no mercado global.
Por outro lado, o clima recente favorável para o desenvolvimento da vagem de soja pode ajudar a aumentar os rendimentos nas futuras pesquisas de agricultores do USDA-NASS nos próximos meses.
Os preços do milho também foram negociados em alta esta manhã, com o dólar enfraquecendo e revivendo o otimismo para as exportações de milho dos EUA. Apesar da variação positiva dos preços, as condições climáticas favoráveis em todo o Heartland nesta semana apontam para melhorias na oferta e limitam movimentos de ganhos nos preços.
O mercado espera que os agricultores relatem previsões de rendimento mais baixas nesta rodada de pesquisas do USDA, o que pode abrir caminho para revisões significativas e volatilidade do mercado nos próximos relatórios do USDA.
Os preços do trigo nos EUA seguiram o movimento visto para grãos, influenciados pelo dólar. O mercado continua atento as consequências dos ataques militares ucranianos e russos nos respectivos suprimentos e infraestrutura de grãos de cada país.
Autoridades da Índia anunciaram que o país fornecerá 5 milhões de toneladas de trigo como parte dos esforços para aumentar a oferta e estabilizar os preços. O governo indicou que os estoques de trigo estão adequados e isso abre espaço para liberar suprimentos no mercado externo.
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