Campinas, 15 de agosto – Na sessão de hoje, os mercados globais acompanham informações sobre a atividade econômica dos Estados Unidos, as quais podem sinalizar o estado de saúde da economia norte-americana. Além disso, os agentes ponderam dados da economia chinesa que se mostraram mais fracos do que o esperado.
Às 09h30min., foi divulgado o resultado das vendas no varejo estadunidenses do mês de julho, mostrando um avanço mensal de 0,7%, superior aos + 0,4% esperados e acelerando ante os +0,2% exibidos em junho. Na comparação anual, o mês de julho exibiu um aumento de 3,17%, contra a projeção de +1,50% e os +1,59% relatados no mês anterior. Dessa forma, o indicador de comércio dos EUA sinaliza certa resiliência, o que pode ser interpretado como uma recuperação do setor em meio ao aperto monetário promovido pelo Fed no último ano.
Além disso, os agentes repercutiram de forma negativa os indicadores relacionados à atividade da China, divulgados ontem às 22h. No mês de julho, as vendas no varejo exibiram um aumento de 2,5% na comparação anual, marcando um ritmo mais lento do que os +4,5% esperados pelo mercado. Além disso, o indicador desacelerou ante junho, quando foi relatado um aumento de +3,1%.
A produção industrial, por sua vez, também ficou abaixo do projetado. As informações do Departamento de Estatísticas da China (NBS, sigla em inglês) mostraram que a comparação anual desacelerou de +4,4% em junho para +3,7% em julho, inferior aos +4,4% esperados. Ao sinalizar que o seu comércio e setor industrial não estão respondendo no ritmo esperado pelos agentes, os recentes dados da atividade econômica chinesa reforçam a interpretação de que o país está enfrentando desafios para se recuperar.
Em resposta aos dados pessimistas, o Banco Central da China (PBoC, sigla em inglês), cortou a sua taxa de empréstimo de longo prazo (MLF) de 2,65% para 2,5%. Tal movimento visa estimular a demanda interna e pode indicar que o órgão cortará suas taxas de juros de referência ainda em agosto. Ainda assim, apesar dessa sinalização, é possível que o ambiente seja de maior aversão ao risco, enfraquecendo os grãos.
As cotações da soja registraram baixa na sessão noturna desta terça-feira (dia 15), após o relatório de condições de lavouras dos EUA ter trazido um resultado melhor que o esperado.
O percentual bom/excelente das lavouras de soja o país passou de 54% para 59%, na média nacional, superando consideravelmente as expectativas, que eram de 56%. Houve melhora em toda a região produtora do Meio Oeste, com exceção três estados no sul e no leste dos EUA.
Essa melhora é resultado do clima mais benéfico registrado no país nas últimas semanas, com chuvas e temperaturas mais amenas.
De qualquer maneira, como a soja está em fase de enchimento de grão, as previsões de um clima mais seco nos próximos dias, com temperaturas em elevação, devem movimentar o mercado.
Os preços do milho também terminaram a sessão noturna desta terça-feira (dia 15) em queda, reagindo ao relatório de condições de lavouras nos EUA.
Assim como para a soja, o percentual bom/excelente avançou mais que o esperado pelo mercado, passando de 57% para 59%, contra expectativas em 58%.
No caso do cereal, houve melhora das condições em grande parte da região produtora, mas alguns estados ainda registraram recuo do percentual bom/excelente, como Iowa, Nebraska e Kansas.
A fase mais crítica para o milho, a polinização, é concentrada em julho, mas a falta de umidade ao longo do desenvolvimento das plantas, em geral, tende a resultar em prejuízos, com as previsões de clima mais seco nos próximos dias sendo acompanhadas de perto.
O trigo também recuou, pela terceira sessão consecutiva, com as perspectivas de oferta ampla do cereal pesando sobre os preços.
Apesar de as preocupações com o conflito no Mar Negro continuarem, com dúvidas de quanto a Ucrânia conseguirá exportar após a não renovação do Acordo Iniciativa de Grãos, a oferta muito grande a preços competitivos do trigo russo continua pesando sobre os preços.
Além disso, há perspectivas positivas para a produção em outros países, como nos EUA, onde as condições do trigo de primavera mostraram melhora na última divulgação do USDA, com o percentual bom/excelente passando de 41% para 42%, e com a colheita do cereal de inverno tendo alcançado 92%.
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