Após três recuos semanais consecutivos, os futuros do milho finalizaram a última semana no campo positivo em Chicago. Entre os dias 24 de julho e 11 de agosto os futuros do cereal recuaram cerca de 15,1%. Com a forte queda nas cotações, muitos agentes aproveitaram o momento para comprar contratos do cereal acreditando em alguma correção técnica. Além disso, questões climáticas nos EUA e o conflito russo-ucraniano seguiram movimentando o mercado do grão. O Setembro/23 encerrou o período com uma valorização de 1,1%, cotado a 479,5 cents/bu.
Clima nos EUA ainda sendo acompanhado de perto. Por mais que a safra norte-americana de milho já esteja em um estágio avançado de desenvolvimento, as condições climáticas continuam sendo acompanhadas de perto. Em função do bom volume de chuvas observado na primeira metade de agosto, o USDA elevou em 2 pontos percentuais as lavouras classificadas em condição boa/excelente, para 59%, superando as expectativas do mercado (58%) e superando pela primeira vez neste ano o registrado na mesma semana do ano passado (57%). Os modelos climáticos apontam para um tempo seco e muito quente nos próximos 10 dias nas principais áreas de cultivo dos EUA. Com a polinização finalizada e o desenvolvimento em seus estágios finais, as lavouras já passaram do ponto de maior preocupação, mas os agentes continuarão atentos ao clima e a possíveis impactos no rendimento dos EUA.
Conflito russo-ucraniano segue gerando dúvidas sobre oferta de grãos. Nas últimas semanas, novos eventos alimentaram o clima de tensão no Mar Negro. No dia 13 de agosto, a Rússia disparou tiros de advertência contra um navio de carga que se aproximava das águas ucranianas, despertando riscos de que navios civis que transportam grãos pelo Mar Negro possam enfrentar riscos ainda maiores no futuro. Na última semana, drones russos bombardeando o porto ucraniano de Reni, localizado no Rio Danúbio. A Ucrânia também realizou ataques com drones à Rússia. Com ambas as partes promovendo ataques, o risco de que o fluxo de grãos saindo da região seja impactado segue aumentando.
Vendas semanais de exportação - EUA (mil toneladas)
Produção e estoques de etanol recuam novamente nos EUA. Segundo dados divulgados pela Administração de Informação Energética (EIA), a produção norte-americana de etanol avançou 46 mil barris por dia (mbpd) no comparativo semanal, ficando em 1.069 mbpd na semana entre 5 de julho e 11 de agosto. Os estoques também avançaram, de 22,88 milhões de barris para 23,44 milhões, um crescimento de 555 mil .
Inspeções de exportação continuam apresentando ritmo fraco. Segundo o Relatório de Inspeção de Exportações, os EUA embarcaram 398,3 mil toneladas de milho na semana encerrada em 10 de agosto, contra 388 mil toneladas na semana anterior e 539,3 mil toneladas um ano antes. Com isso, as exportações acumuladas na safra 2022/23 norte-americana chegaram a 35,6 milhões de toneladas, contra 53,1 milhões no mesmo período de 2021/22, uma diferença de 17,5 milhões de toneladas.
Vendas líquidas dos EUA avançam e se aproxima da estimativa do USDA. Em seu Relatório de Vendas de Exportação, o USDA informou que as vendas líquidas norte-americanas totalizaram 233,5 mil toneladas na semana encerrada em 10 de agosto, 83 mil toneladas a mais que uma semana antes e 134,2 mil toneladas acima do registrado no mesmo período de 2022. Com isso, as vendas acumuladas avançaram para 40,5 milhões de toneladas, um déficit em relação à temporada passada 20,4 milhões de toneladas e 800 mil toneladas abaixo da estimativa de embarques do Departamento para a safra 2022/23.
Colheita de milho atinge 90,2% na Argentina. A Bolsa de Cereales de Buenos Aires informou que 90,2% das lavouras do cereal foram colhidas até o dia 16 de agosto. Com isso, já foram retirados do campo 30,8 milhões de toneladas de milho. No mesmo período do ano passado, 97,9% da safra já havia sido colhida, ao passo que a média de 5 anos para o mesmo período é de 97,5%.
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