Os futuros de ações avançaram com cautela no mercado noturno, antes da divulgação dos principais dados de inflação e, talvez mais significativamente, da ata da última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto na tarde de hoje. Os traders também estão no aguardo dos dados do índice de preços ao consumidor a ser divulgado amanhã, que acreditam que fornecerão novamente encorajamento para o Federal Reserve pausar, se não pivotar sua política monetária, embora as expectativas atualmente apontem para o núcleo da inflação acima de 4%. Israel continuou a atacar alvos na Faixa de Gaza durante a noite, preparando-a para um possível ataque terrestre, mas Wall Street ainda acredita que o conflito permanecerá contido e não se tornará mais amplo regionalmente. O índice de volatilidade VIX negocia abaixo dos 17 pontos nesta manhã, refletindo essa confiança cautelosa, enquanto o dollar index negocia perto dos 105,8 pontos, depois de cair para uma nova mínima de duas semanas durante a noite. Os rendimentos dos títulos do Tesouro continuam a cair antes da divulgação da ata do FOMC, com os títulos de 10 anos negociando perto de 4,56% e os títulos de 2 anos perto de 4,96%. Os preços do petróleo estão levemente mais fracos, enquanto os mercados de grãos e oleaginosas negociaram de forma mista no mercado noturno, à medida que antecipam os dados de safra de amanhã.
O USDA deve divulgar seu relatório de safra WASDE de outubro amanhã. O foco principal do relatório serão as estimativas de produção de milho e soja. A estimativa média do mercado para o relatório indica que o USDA reduzirá sua produtividade de milho para 173,5 bushels por acre (10,89 ton/ha), ante 173,8 (10,91 ton/ha) no mês anterior, enquanto corta sua produtividade de soja para 49,9 bpa (3,36 ton/ha), ante 50,1 bpa (3,37 ton/ha) no mês anterior. Os traders algorítmicos responderão de acordo caso a estimativa se posicione acima ou abaixo desses números. A pesquisa com clientes da StoneX revelou em 2 de outubro expectativas para que a safra de milho melhore para 175,5 bpa (11,02 ton/ha), com a soja melhorando para 50,4 bpa (3,39 ton/ha). A principal pergunta que eu antecipo que o USDA responderá amanhã é se veremos os rendimentos das safras de maturação tardia continuarem a surpreender, ou se eles irão decepcionar devido ao estresse tardio da temporada. Independentemente disso, o mercado está cada vez mais confiante de que as safras serão grandes o suficiente para suportar a demanda prevista para o próximo ano.
As metas de exportação de milho e soja do USDA para o ano de comercialização 2023/24, que começou em 1º de setembro, também podem ser muito significativas à medida que o Brasil continua a despejar grandes quantidades de ambas as safras no mercado mundial. Os embarques de soja do Brasil estão desacelerando, mas ainda se posicionam acima dos níveis normalmente vistos nesta época do ano. Enquanto isso, os embarques de milho continuam aumentando, principalmente para a China. O país asiático normalmente se apoia no milho da Ucrânia para suas necessidades de importação, mas isso tem sido mais difícil desde que a Rússia se retirou da Iniciativa de Grãos do Mar Negro. Há relatos não confirmados de que a China fez recentemente uma compra significativa de milho da Ucrânia – podendo ser de até 1 milhão de toneladas – mas o país normalmente compra muito mais do que isso, então tem se apoiado fortemente nas ofertas brasileiras, enquanto recebe carregamentos periódicos dos Estados Unidos. No entanto, as necessidades de milho da China podem estar diminuindo, com base em relatos de dentro do país de que a safra deste ano é muito maior do que o previsto. Atualmente, o USDA estima uma safra chinesa no mesmo nível da safra do ano passado, enquanto a estimativa oficial da China a coloca 8 milhões de toneladas acima. As estimativas privadas dentro da China colocam a safra de 15 a 20 milhões acima da safra do ano passado, com algumas chegando a 25 milhões acima da safra de 2022.
As importações de soja da China devem se estabilizar no próximo ano, e talvez até recuar um pouco depois que a China se concentrou em reconstruir suas reservas no ano passado. O consumo per capita de carne suína nunca se recuperou totalmente dos altos preços vistos durante a epidemia de peste suína africana, que ceifou mais da metade de seu rebanho suíno há alguns anos, e a população da China está em declínio. Além disso, a política oficial chinesa pede a redução da taxa de inclusão de farelo de soja nas rações, o que vem fazendo com sucesso. O quarto trimestre do ano civil é tipicamente dominado pela soja dos EUA rumo à China, mas a disponibilidade de soja a preços competitivos no Brasil, juntamente com os baixos níveis de água no Canal do Panamá, fez com que os compradores chineses continuassem a comprar ofertas sul-americanas, juntamente com a soja da safra nova dos EUA. Os compradores chineses compraram 16 carregamentos de soja na semana passada, o que representa novamente outra semana lenta, abaixo dos 25 a 30 carregamentos que normalmente compram a cada semana nesta época do ano. Eles ainda precisam comprar cerca de 11 milhões de toneladas para embarque em dezembro e janeiro, mas estão esperando para ver como começa a temporada de cultivo brasileira. A soja dos EUA responde por apenas 54% dos embarques de outubro com destino à China e 58% dos embarques de novembro neste momento, refletindo como a Argentina, e principalmente o Brasil, tomaram participação de mercado dos Estados Unidos. A questão é: o USDA refletirá essa meta de exportação menor na quinta-feira ou esperará mais um mês para fazê-lo? A agência também pode reduzir sua meta de exportação de milho neste relatório, principalmente se reduzir ainda mais sua produtividade de milho.
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