Na última semana, os futuros do milho apresentaram uma firme tendência de baixa em Chicago. O Dezembro/23 encerrou a sexta-feira (27 de outubro) cotado a 480,25 cents/bu, uma contração de 3% no período. Os ainda baixos níveis dos rios nos EUA, o avanço na colheita norte-americana e perspectivas de elevação da umidade em regiões produtoras da América do Sul contribuíram para o movimento.
Progresso da safra norte-americana: De acordo com Relatório Semanal de Acompanhamento de Safra do USDA, 59% das lavouras de milho haviam sido colhidas até o dia 22 de outubro, um avanço semanal de 14 pontos percentuais (p.p.), em linha com o esperado pelo mercado. O ritmo está em linha com o ano passado e 5 p.p. à frente da média de 5 anos. O bom ritmo dos trabalhos de campo foi um dos fatores que motivou a contração das cotações ao longo dos últimos dias. Os modelos climáticos apontam para um elevado volume de chuvas no Meio Oeste dos EUA, o que pode desacelerar o avanço da colheita, mas não ameaça a produção. Clique aqui para acessar o relatório completo.
Produção de etanol de milho: Conforme os dados divulgados pela Administração de Informação Energética (EIA), a produção norte-americana de etanol totalizou 1.040 mil barris por dia (mbpd) na semana encerrada em 20 de outubro, 5 mbpd a mais que uma semana antes e 25,6 mbpd acima da média de 5 anos para o mesmo período. As margens atrativas do etanol no Meio Oeste vêm contribuindo para a produção do biocombustível. Pelo lado dos estoques, tembém houve um aumento do volume para 21,4 milhões de barris, 286 mil a mais que uma semana antes.
Nível do Rio Mississippi: As condições fluviais nos EUA continuam sendo acompanhadas de perto pelo mercado. Segundo dados da NOAA, os níveis em Memphis se encontravam em -2,6 metros na manhã desta segunda-feira (30), acima do registrado uma semana antes (-3,0 m). Em meio à previsão de um maior volume de chuvas ao longo da próxima semana em regiões por onde o Rio Mississippi passa, a NOAA projeta uma leitura de -2,0 m em Memphis ao final da primeira semana de novembro. Apesar da melhora, o cenário ainda é de preocupação, visto que o nível do rio continuaria classificado como nível baixo (inferior à -1,5 m).
Vendas semanais de exportação - EUA (mil toneladas)
Inspeção de exportações dos EUA: Como pôde-se observar no Relatório Semanal de Inspeção de Exportações do USDA, os EUA seguem apresentando um ritmo enfraquecido de embarques. Na semana encerrada em 19 de outubro o país embarcou 437,5 mil toneladas do cereal, volume abaixo do observado na semana anterior (466,6 mil toneladas) e do registrado na mesma semana do ano passado (472,6 mil toneladas). Apesar da queda, o ritmo ainda está à frente do ano passado, em 631 mil toneladas, totalizando 4,4 milhões de toneladas desde o início do ciclo 2023/24.
Vendas de exportação dos EUA: Apesar dos embarques ainda enfraquecidos, as vendas de exportação se mostraram um pouco mais aquecidas na semana encerrada em 19 de outubro. As vendas líquidas referentes à temporada 2023/24 dos EUA totalizaram 1,35 milhão de toneladas na semana em questão, cerca de 1,1 milhão de toneladas a mais que na mesma semana do ano passado e acima do limite superior da faixa das expectativas do mercado, que variavam entre 600 mil e 1,2 milhão de toneladas. No acumulado, o país negociou ao todo 17,5 milhões de toneladas em 2023/24, contra 14,1 milhões no mesmo período da temporada anterior.
Clima na América do Sul: O padrão de clima seco na Argentina segue motivo de preocupação. O plantio atingiu 22% até o dia 25 de outubro, praticamente em linha com o registrado um ano antes, mas 9 p.p. abaixo da média de 5 anos. Apesar do atraso, áreas produtoras do país registraram um volume considerável de chuvas na última semana, o que pode auxiliar no progresso da semeadura. Além disso, os modelos apontam para bons volume de precipitação nos próximos dias, que, caso se concretizado, ajudaria a reduzir o déficit hídrico na região. O plantio da 1ª safra de milho do Brasil também está atrasado, tendo atingido 43,3% no final da última semana, contra 55,7% no mesmo período do ano passado. Apesar do ritmo menos acelerado, a maior preocupação é com o ritmo da semeadura da soja, visto que seu atraso poderia reduzir a janela para o plantio da safrinha de milho. O plantio da oleaginosa atingiu 43,2%, contra 50,2% no mesmo período do ano passado. Por outro lado, assim como para a Argentina, os modelos apontam para boas chuvas nas principais regiões produtoras do Brasil, em especial na segunda semana de novembro, o que pode contribuir para a aceleração do ritmo dos trabalhos de campo.
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