Resumo Semanal de Milho

Futuros do milho têm semana marcada por elevada volatilidade na CBOT
 
João Pedro Lopes
Analista de Inteligência de Mercado
Com colheita nos EUA caminhando para sua reta final, clima na América do Sul e exportações americanas devem ganhar ainda mais destaque nas próximas semanas
Fatores baixistas
  • Ritmo lento de embarques e exportações dos EUA;
  • Avanço da colheita nos EUA;
  • Registro de bons volumes de chuva em importantes regiões produtoras de milho na América do Sul.
Fatores altistas
  • Tensões entre Rússia e Ucrânia;
  • Problemas logísticos nos portos da região Norte do Brasil;
  • Apesar condições ainda preocupantes no rio Mississippi, melhora foi observada  e expectativa é de aumento do nível do rio.

Os futuros do milho tiveram uma semana marcada por elevada volatilidade em Chicago. Uma expressiva tendência de baixa predominou na tela do cereal entre segunda e quinta-feira, com o Dezembro/23 chegando a acumular uma contração de 2,3% frente ao fechamento da semana anterior (27/out), ficando abaixo do patamar de 470 cents/bu. Contudo, no último pregão da semana, os futuros do grão recuperaram boa parte das perdas, finalizando a sexta-feira (03/nov) precificado a 477,25 cents/bu, finalizando a semana com uma variação negativa de 0,7%. A predominância do movimento baixista foi promovida pelo bom ritmo da colheita nos EUA, pelo registro de elevadas chuvas em importantes regiões produtoras da América do Sul e pelo ritmo ainda enfraquecido de vendas dos EUA. Por outro lado será importante se atentar a uma possível recuperação do nível do rio Mississippi, que pode beneficiar o fluxo de grãos norte-americanos e possibilitar um avanço de seus preços.

 

Intraday (15 min) contrato de dezembro/23 (CBOT)
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Fonte: CME. Elaboração: StoneX.

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Fonte: CME. Elaboração: StoneX.

 

 

 

Progresso da safra norte-americana: Segundo o Relatório Semanal de Acompanhamento de Safra do USDA, a colheita do milho nos EUA atingiu 71% no dia 29 de outubro, avanço de 12 pontos percentuais (p.p.), acima dos 10 p.p. esperados pelos agentes. O país não apresentou nenhuma grande interrupção nos trabalhos de campo, o que vem possibilitando um ritmo de colheita acima da média de 5 anos (66%) e exercendo uma pressão baixista sobre os futuros do cereal. Contudo, com a colheita em um estágio já avançado, os trabalhos de campo nos EUA devem passar a exercer menor influência sobre as cotações do grão e o mercado deve direcionar mais sua atenção para outras questões, como o desenvolvimento da safra na América do Sul. Clique aqui para acessar o relatório completo. 

Produção de etanol de milho: De acordo com dados divulgados pela Administração de Informação Energética (EIA), a produção norte-americana de etanol totalizou 1.052 mil barris por dia (mbpd) na semana encerrada em 27 de outubro, 12 mbpd a mais que uma semana antes e 21,8 mbpd acima da média de 5 anos para o mesmo período. Por outro lado, os estoques recuaram no período, em 386 mil barris, para 21,01 milhões de barris.

Nível do Rio Mississippi: O mercado segue atento às condições do rio Mississippi, visto que seus baixos níveis têm dificultado o fluxo de grãos e encarecido o frete ao longo das últimas semanas, agindo como um fator de pressão ao cereal em Chicago. Contudo, ao longo da última semana, observou-se uma melhora nas condições, colocando o rio acima do nível baixo em pontos importantes neste início de mês. Caso este movimento continue, o fluxo de grãos norte-americanos poderá ser beneficiado, dando suporte aos preços em Chicago.

Vendas semanais de exportação - EUA (mil toneladas)

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Fonte: USDA. Elaboração: StoneX.

Inspeção de exportações dos EUA:  Conforme o Relatório Semanal de Inspeção de Exportações do USDA, os EUA embarcaram 531,5 mil toneladas do cereal na semana encerrada em 26 de outubro, volume acima do registrado na semana anterior (449,3 mil toneladas) e do observado na mesma semana do ano passado (445,7 mil toneladas). Com isso, as exportações acumuladas chegaram a 4,95 milhões de toneladas nesta temporada 2023/24, contra 4,22 milhões no mesmo período do ano-safra anterior.

Vendas de exportação dos EUA: Segundo dados do USDA, o ritmo das vendas de exportação enfraqueceram na semana encerrada em 26 de outubro, totalizando 748,1 mil toneladas no período, 603 mil abaixo do registrado uma semana antes. Apesar da queda, o volume ficou dentro da faixa esperada pelo mercado, que variava entre 600 mil e 1,2 milhão de toneladas, e 376 mil toneladas acima do observado na semana equivalente de 2022. No acumulado, o país negociou ao todo 18,3 milhões de toneladas em 2023/24, 3,8 milhões de toneladas acima do registrado no mesmo período da temporada passada, mas abaixo do ritmo necessário para atingir a projeção do USDA.

Clima na América do Sul: As condições climáticas na América do Sul continuam sendo acompanhadas de perto pelo percado, e devem ganhar cada vez mais importância conforme a colheita nos EUA se encaminha para sua reta final. Segundo dados da BCBA o plantio de milho na Argentina totalizou 23,4% até o dia 2 de novembro, 0,5 p.p. acima do registrado um ano antes, mas quase 10 pontos abaixo da média de 5 anos. Apesar do atraso, observou-se ao longo das últimas 2 semanas um bom volume de chuvas nas principais regiões produtoras do país, o que deve promover um nível de umidade mais adequado para o avanço da semeadura e para os estágios iniciais das lavouras. Pelo lado das condições de cultivo, 20% da safra se encontra em condição boa/excelente, contra 15% uma semana antes.
 
No Brasil, plantio da 1ª safra de milho está atrasado, tendo atingido 50% no final da última semana, contra 59% no mesmo período do ano passado. Apesar do ritmo menos acelerado, o grande questionamento é sobre a velocidade de semeadura da soja, visto que seu atraso poderia reduzir a janela para o plantio da safrinha de milho. O plantio da oleaginosa atingiu 50,7%, contra 59,5% no mesmo período do ano passado. Assim como no caso da Argentina, o país também observou boas chuvas recentemente, que devem favorecer o avanço da semeadura. De qualquer modo, será importante seguir acompanhando o padrão climático na região, visto que um baixo volume de chuvas é esperado para as principais regiões produtoras de ambos os países ao longo da próxima semana. Clique aqui para acessar o Relatório Remanal de Acompanhamento da Safra de Grãos - Brasil.

Estimativa StoneX Brasil: No dia 1º de novembro, a StoneX publicou seu Relatório Mensal de Estimativa de Safra de Grãos, que teve como grande destaque a divulgação do seu primeiro número para a segunda safra 2023/24 de milho. A produção da safra de inverno está estimada em 98,96 milhões de toneladas, volume 8,7% menor que o colhido na safra anterior. Parte desse recuo pode ser explicado pela expectativa de redução na área plantada, para 17,7 milhões de hectares. Ao longo dos últimos meses, observou-se uma expressiva desvalorização dos preços do cereal, o que afetou a margem dos produtores e deve impactar negativamente a semeadura, além das preocupações com a janela de plantio no próximo ano. Além da menor área, a produtividade também deve contribuir para uma produção inferior nesta próxima safra. Espera-se um rendimento médio de 5,58 toneladas/hectare, que está em linha com a tendência dos últimos anos, mas abaixo da ótima produtividade observada em 2022/23, possibilitada por um clima bastante favorável durante todo o desenvolvimento das lavouras. A produção total de milho em 2023/24 está estimada em 127,97 milhões de toneladas, 8,1% abaixo do registrado na temporada anterior. Clique aqui para acessar o relatório completo.

Estimativa StoneX EUA: A divisão americana da StoneX divulgou na última semana sua estimativa para o milho no EUA, colocando o rendimento em 11,03 ton/ha, acima da última estimativa de outubro do USDA (10,86 ton/ha). Com isso, a consultoria espera uma produção de 388,69 milhões de toneladas, 6 milhões acima do último número do Departamento, reforçando a ideia presente no mercado de que a produção norte-americana deve vir acima da última estimativa trazida pelo USDA. Clique aqui para acessar o relatório completo.
O próximo relatório de oferta e demanda do USDA será divulgado no dia 9 de novembro, às 14h (horário de Brasília).

 

PREÇOS FÍSICOS (R$/sc 60kg)
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Fonte: StoneX. Elaboração: StoneX.
 

AGENDA DE INDICADORES ECONÔMICOS
Tags relacionadas: Grãos e Oleaginosas

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