A semana foi marcada por uma liquidez reduzida em função de feriados no Brasil e nos Estados Unidos. Dessa forma, a moeda brasileira oscilou em margens estreitas em uma semana com poucos dados relevantes.
O dólar negociado no mercado interbancário terminou a semana em queda, encerrando a sessão desta sexta-feira (24) cotado a R$ 4,899, recuo semanal de 0,1%, mensal de 3,0% e anual de 7,2%. Já o dollar index fechou o pregão desta sexta cotado a 103,3 pontos, variação de -0,5% na semana, -2,5% no mês e 0,0% no ano.
As cotações da soja em Chicago terminaram a semana passada no campo negativo, com o vencimento para janeiro encerrando a sexta-feira (dia 24) em 1330,75 cents por bushel, baixa de 0,7% no período.
A semana começou com bastante especulação após o resultado da eleição presidencial na Argentina. A vitória do candidato ultraliberal, Javier Milei, foi bem recebida pelo agronegócio do país, bastante descontente com as retenciones incidentes sobre a exportações do maior fornecedor mundial dos derivados da soja.
Pelo lado da oferta, as atenções estão muito voltadas para o clima na América do Sul. Os volumes de chuva estiveram muito elevados no Rio Grande do Sul, afetando o andamento do plantio e trazendo questionamentos quanto à sanidade das plantas. Já em outras regiões do país, com destaque para o Centro-Oeste, as precipitações ainda irregulares trouxeram preocupações, resultando em atrasos e em necessidade de replantio em algumas áreas.
Milho tem semana agitada, guiado principalmente por clima na América do Sul
A última semana em Chicago foi marcada por uma elevada agitação no mercado futuro do cereal. O contrato com vencimento em dezembro de 2023 iniciou o período em alta, atingindo o patamar de 475 cents/bu, impulsionado, em grande parte, por preocupações relacionadas ao clima na América do Sul. Contudo, a partir de quarta-feira, o cereal passou a apresentar uma trajetória de baixa, direcionado também pelo clima na região. Uma mudança nas perspectivas para o padrão climático no Brasil e na Argentina resultou em um movimento de vendas na CBOT, que se manteve mesmo após o feriado de Ação de Graças. O Dezembro/23 finalizou a última sexta-feira (24/nov), cotado a 463,25 cents/bu, apresentando uma queda de 0,8% no comparativo semanal.
Na B3, as cotações do milho também tiveram uma semana marcada por expressivas variações. O contrato com vencimento em janeiro de 2024 iniciou o período em alta, sendo negociado ao redor de R$ 69/sc, mas também passou a recuar na segunda metade da semana, finalizando a última sexta-feira precificado a R$ 68,9, uma leve queda de 0,3% no comparativo semanal. Pode-se atribuir também ao clima, especialmente no Brasil, a responsabilidade por grande parte do direcionamento dos contratos. Na primeira metade da semana, quando perspectivas mais negativas relacionadas às condições climáticas na região predominavam, os preços avançaram, mas com o registro de boas chuvas na segunda metade e com previsões apontando para bons volumes no último final de semana, que em grande parte, foram concretizados, os preços voltaram a recuar.
Em uma semana mais lenta para o mercado de óleos devido ao feriado de Dia de Ação de Graças nos Estados Unidos na quinta-feira (23), os óleos vegetais registraram desvalorização em suas principais bolsas de negociação. O óleo de soja registrou desvalorização de 2,4% para fechar cotado a US¢ 51,5/lb. Já o viés altista assumido pelo óleo de palma em novembro parece estar perdendo fôlego, com as cotações recuando 1,1% para fechar a USD 830,7/t.
O Conselho Indonésio de Óleo de Palma (GAPKI) divulgou nesta terça os dados atualizados para a produção, exportação e estoques do país em setembro. os embarques de óleo de palma totalizaram 2,69 mi tons, volume que apesar de representar uma alta de quase 30% frente a agosto, quando teve desempenho atipicamente fraco para o período, é 21% menor que o registrado em outubro do ano passado e 8,6% abaixo da média de 3 anos para o mês. Já a produção da Indonésia em setembro foi de 4,14 mi tons, queda de 1,9% frente a agosto, de 17% em relação agosto e menor nível de produção em um mês desde julho de 2022. Desta maneira, os estoques recuaram 4,4% para 3,1 mi tons, ficando 23% inferiores ao mesmo momento do ano passado e menor nível desde fevereiro.
Nesta última semana, entre o fechamento dos dias 17 e 27 de novembro, o contrato mais ativo do açúcar demerara #11 registrou variação -0,7%, finalizando o período na marca de US¢ 27,18/lb. Já para o açúcar branco #5, negociado em Londres, o contrato equivalente finalizou o período na marca de US$ 738/ton, avanço de 0,2%. Movimentado o pregão durante a semana, segue uma indefinição relacionada aos primeiros números da temporada 2023/24 (out-set), com rumores que parecem confirmar as expectativas pessimistas para a safra indiana, o que mantém o suporte altista do mercado. Pelo outro lado, a temporada 2023/24 (abr-mar) do Centro-Sul brasileiro deve indicar mais uma produção recorde de açúcar durante a primeira metade de novembro, o que, contudo, ainda tem pouco efeito na dinâmica de curto prazo tendo em vista a média elevada de dias de espera para o embarque de açúcar para o mercado internacional a partir do porto de Santos.
Na última semana, os preços futuros de café arábica e café robusta terminaram a semana em alta para os contratos mais ativos. Para o arábica, os volumes foram reduzidos na semana devido ao feriado do Dia de Ação de Graças nos EUA, que aconteceu na última quinta-feira (23). Para o terminal londrino, os preços reagiram ao relatório do USDA que reduziu as projeções para a safra Vietnamita em 2023/24. Em Nova Iorque, o contrato mais ativo, com vencimento em março, terminou a semana com ganhos de 150 pontos (0,9%), fechando a sexta-feira (24) cotado em US₵ 168,15/lb. Em Londres, o contrato com vencimento em março terminou o período com ganhos de USD 24/ton (1,0%), fechando cotado em USD 2545/ton.
Na última semana, as cotações de futuros do contrato mais ativo do Brent acumularam leva queda de 0,04%, negociadas a USD 80,58 bbl na última sexta-feira (24) enquanto o WTI acumulou alta semanal de 3,62%, negociado em USD 75,54 bbl. A semana foi marcada pelas notícias envolvendo a reunião ministerial da OPEP+, conforme o sentimento altista apoiado por rumores de novos cortes produtivos do grupo cedeu diante o adiamento do encontro para essa quinta-feira (30), limitando a recuperação dos contratos do petróleo. Ademais, as últimas sessões registraram menor volatilidade, considerando que o feriado de Ação de Graças nos Estados Unidos limitou as operações no país.
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