Na última semana em Chicago, os futuros do cereal iniciaram o período em baixa, mas um movimento de alta passou a prevalecer a partir de quarta-feira (29), possibilitando que os contratos do cereal finalizassem a semana no campo positivo. O Março/2024, contrato mais líquido atualmente, encerrou a última sexta-feira (01/dez), cotado a 484,5 cents/bu, valorização de 0,5% no comparativo semanal. Dados acima do esperado de vendas de exportações dos EUA, preocupações com a safra sul-americana e uma expressiva valorização nos preços do trigo movimentaram o mercado de milho.
Produção de etanol de milho nos EUA: Segundo dados divulgados pela Administração de Informação Energética (EIA), a produção norte-americana de etanol totalizou 1.011 mil barris por dia (mbpd) na semana encerrada em 24 de novembro, 12 mbpd a menos que uma semana antes e 19 mbpd abaixo da média de 5 anos para o mesmo período. Os estoques também recuaram, em 273 mil barris, para 21,38 milhões.
Inspeções de exportação dos EUA: O Relatório de Inspeções de Exportação do USDA trouxe dados pouco animadores sobre os embarques norte-americanos, informando que 406,7 mil toneladas de milho deixaram os EUA na semana encerrada em 23 de novembro, uma queda de 194,4 mil toneladas (-32,3%) no comparativo semanal. Por outro lado, o volume registrado ficou acima do observado na mesma semana do ano passado (311,7 mil toneladas). Os embarques acumulados totalizaram 7,3 milhões de toneladas, 1,45 milhão acima do registrado no mesmo período da temporada passada.
Vendas de exportação dos EUA: Após dados de embarques pouco animadores, o USDA trouxe números mais empolgantes pelo lado das vendas de exportação. O USDA informou que 1,9 milhão de toneladas de milho foram negociadas na semana encerrada em 23 de novembro, número bem acima da banda superior das estimativas do mercado, que variavam entre 600 mil e 1,2 milhão de toneladas. No comparativo semanal, as vendas avançaram 495,4 mil toneladas, ao passo que superaram o registrado na mesma semana do ano passado em 1,3 milhão de toneladas. No acumulado, o país negociou ao todo 24,5 milhões de toneladas em 2023/24, 6,1 milhões de toneladas acima do registrado no mesmo período da temporada passada.
Vendas semanais de exportação - EUA (mil toneladas)
Valorizações no mercado de trigo também deram suporte para o milho: O milho recebeu suporte do fortalecimento dos preços do trigo. Rumores de que a China estaria comprando um pouco de trigo SRW e/ou HRW motivou um movimento de cobertura das posições vendidas dos fundos especulativos. Até o momento, o interesse de compra da Chica excedeu as projeções e novas compras confirmadas sinalizariam uma safra de pior qualidade na China, ou de tamanho menor do que o previsto pelo USDA. Na última semana, o contrato com vencimento em março de 2024 do trigo avançou 4,4%, finalizando o período cotado a 602,75 cents/bu.
Na B3, os futuros do milho também tiveram uma semana marcada valorizações, mas bem mais expressivas que na CBOT. O contrato com vencimento em janeiro de 2024 finalizou a última sexta-feira precificado a R$ 69,89/sc, avanço de 4,7% no comparativo semanal. Incertezas relacionadas ao clima no Brasil e elevados embarques em novembro contribuíram para a alta observada.
Brasil exporta 7,4 mihões de toneladas de milho em novembro. Segundo dados do MDIC, o Brasil exportou 7,4 milhões de toneladas da milho em novembro, número em linha com o projetado pela Anec (7,35 milhões). No acumulado da temporada 2022/23, que vai de fev/23 a jan/24, os embarques totalizaram 43,7 milhões de toneladas. Clique aqui para acessar o relatório completo.
Estimativa de safra StoneX: Na última sexta-feira, a StoneX divulgou suas novas estimativas para as safras de soja e milho 2023/24 do Brasil. A produção da primeira safra 2023/24 de milho foi reduzida de 26,8 milhões para 26,45 milhões de toneladas, uma contração de 1,2% em relação ao relatório divulgado em novembro. A StoneX também reduziu seu número para a safra de inverno 2023/24 de milho, para 97,3 milhões de toneladas, recuo de 1,6% em comparação com seu número anterior. O clima adverso observado nos últimos meses em grande parte da região produtora prejudicou o ritmo do plantio da soja, gerando o receio de que uma maior parte da safrinha possa ser plantada fora da janela ideal, o que tornaria a safra mais arriscada e poderia desestimular a semeadura do cereal. Clique aqui para acessar o material completo.
Comentários de Safra | Brasil e Paraguai: Com o intuito de proporcionar um melhor acompanhamento das safras, consultores de gerencimento de riscos da StoneX elaboraram comentários sobre a situação da soja e do milho no Brasil e no Paraguai. Clique aqui para acessar o relatório completo.
Acompanhamento da safra no Brasil: Segundo relatório de Acompanhamento de Safra do Brasil feito pela StoneX, o plantio da 1ª safra de milho continua atrasado, tendo atingido 72,5% no final da última semana, contra 84,3% no mesmo período do ano passado. Já o plantio da soja atingiu 82,7%, contra 89,5% no mesmo período do ano passado. Nos últimos dias, observou-se boas chuvas no Centro-Oeste do Brasil, que vinha sofrendo com a seca, e um alívio nas precipitações na região Sul, que vinha registrando excessos de umidade, o que trouxe certo alívio para os agentes. As previsões mostram bons volumes de chuva ao longo das próximas duas semanas na e a perspectiva é que nessa última semana de novembro e na primeira de dezembro chuvas mais abundantes ocorram na região em praticamente todo o cinturão. Contudo, será necessário acompanhar a concretização, ou não das previsões, visto que, caso a irregularidade das chuvas persista, o potencial produtivo do cereal pode ser afetado.
Condições da safra na Argentina: Segundo dados da BCBA, observou-se uma queda no comparativo semanal das lavouras em condições boas/excelentes, que passaram de 29% para 26% no dia 30 de novembro. Por outro lado, as lavouras em condição ruim/muito ruim também recuaram, 2 pontos, para 2%. Cerca de 32,3% (ou 2,3 milhões de hectares) dos 7,1 milhões de hectares estimados já foram plantados.
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