A semana foi marcada por um aumento das apostas de cortes na taxa básica de juros dos EUA no começo de 2024 após declarações de dirigentes do Federal Reserve, formação da taxa Ptax de fim de mês e tramitação da pauta econômica do governo no Congresso Federal. O dólar negociado no mercado interbancário terminou a semana em queda, encerrando a sessão desta sexta-feira (01) cotado a R$ 4,881, recuo semanal de 0,4%, mensal de 3,3% e anual de 7,5%. Já o dollar index fechou o pregão desta sexta cotado a 103,2 pontos, variação de -0,1% na semana, -2,6% no mês e -0,1% no ano.
As cotações da soja registraram ganhos até a metade da semana passada, mas voltaram a cair e encerraram o período em leve baixa. O vencimento para janeiro terminou a sexta-feira (dia 01) em 1325 cents por bushel, baixa semanal de 0,4%. A safra da América do Sul continua no centro das atenções e os acompanhamentos climáticos e divulgações de estimativas de safra privadas para o Brasil movimentaram as cotações. Desde a semana de 20/11, voltaram a ser registradas chuvas mais significativas nas regiões produtoras do Centro-Oeste brasileiro, mas o acumulado de precipitações no mês de novembro como um todo ainda ficou bem abaixo do normal, com destaque para Mato Grosso, partes de Goiás e Mato Grosso do Sul, além de estados do Sudeste, regiões do MATOPIBA e Pará.
Milho encerra semana em alta, com safra sul-americana no centro das atenções
Na última semana em Chicago, os futuros do cereal iniciaram o período em baixa, mas um movimento de alta passou a prevalecer a partir de quarta-feira (29), possibilitando que os contratos do cereal finalizassem a semana no campo positivo. O Março/2024, contrato mais líquido atualmente, encerrou a última sexta-feira (01/dez), cotado a 484,5 cents/bu, valorização de 0,5% no comparativo semanal. Dados acima do esperado de vendas de exportações dos EUA, preocupações com a safra sul-americana e uma expressiva valorização nos preços do trigo movimentaram o mercado de milho.
Na B3, os futuros do milho também tiveram uma semana marcada valorizações, mas bem mais expressivas que na CBOT. O contrato com vencimento em janeiro de 2024 finalizou a última sexta-feira precificado a R$ 69,89/sc, avanço de 4,7% no comparativo semanal. Incertezas relacionadas ao clima no Brasil e elevados embarques em novembro contribuíram para a alta observada.
Os óleos vegetais apresentaram resultados mistos em suas principais bolsas na última semana. Para o óleo de soja, apesar das quedas diárias nos últimos três pregões, os ganhos conquistados na segunda (27) e terça-feira (28), corrigindo a forte queda no final da semana anterior e recebendo suporte de revisões para baixo na safra de soja do Brasil, garantiram uma apreciação semanal de 2,3%, terminando cotado a US¢ 51,45/lb. O óleo de palma, por sua vez, operou de maneira bastante lateral, com os agentes ponderando as preocupações com o clima e produção na Indonésia e a demanda mais lenta que o esperado, marcando leve desvalorização de 0,2%, cotado a USD 818,9/t.
A última semana foi marcada por uma forte queda nos preços dos contratos mais ativos do açúcar. Para o demerara #11 (SBH24), após iniciar a semana em US¢ 26,98/lb, o contrato encerrou o pregão desta sexta-feira (01) em US¢ 25,09/lb – queda de 7% no período. Para o branco, o comportamento foi semelhante, finalizando a semana em US$ 696,8/ton (-5,6%). Como principal destaque, vale notar os relatos de melhora nas condições logística de exportação através de Santos, região que recebeu 225,2 mm de chuvas em novembro/23 contra 323,4 mm em outubro/23 – redução de 30,3%, facilitando as atividades de embarque de açúcar. De fato, ao analisar os dados de exportação preliminares de novembro, percebe-se um aumento de cerca de 15% em relação ao mês anterior, posicionando-se em 3,68 milhões de toneladas. Este contexto de percepção de melhora nas exportações, em meio à grande produção e estoques do Centro-Sul, levou a um movimento intenso de queda, intensificado pela grande presença de especuladores no mercado.
Em nova Iorque, com destaque para a forte alta da quinta-feira (30), quando os preços avançaram 1200 pontos (+6,9%) para US¢ 184,35/lb, com o contrato mais ativo atingindo máxima em quase seis meses, a tela de mar/24 terminou o consolidado da semana cotado a US¢ 184,35/lb, valorização de 9,6% frente a sexta-feira anterior (24). O café robusta, além de influenciado pelo rali observado em Nova Iorque, segue recebendo suporte das perspectivas desfavoráveis para a oferta vietnamita e Indonésia em 2023/24, enquanto a entrada nova safra do Vietnã ainda não chega em grandes volumes nos portos do país. O contrato de mar/23 na bolsa de Londres terminou a semana cotado a USD 2528/t, alta de 2,3%.
Na última semana, as cotações de futuros do contrato mais ativo do Brent acumularam leva queda de 2,11%, negociadas a USD 78,88 bbl na última sexta-feira (01) enquanto o WTI também registrou um semanal de 1,95%, negociado em USD 74,07 bbl. Ao longo de novembro, as referências do petróleo acumularam uma nova queda mensal, conforme pessimismos com a demanda global e decisões da OPEP+ influenciaram o ânimo dos investidores. Na última semana, especificamente, a volatilidade esteve associada aos resultados da reunião ministerial do grupo, com os cortes produtivos para o 1T2024 não contribuindo para suportar os preços.
Este documento contém opiniões do autor e não necessariamente reflete as estratégias da StoneX. As previsões de mercado são especulativas e podem variar. O investidor é responsável por qualquer decisão baseada neste material. A StoneX só negocia com clientes que atendem aos critérios legais. O aviso legal completo está em https://brasil.stonex.com/aviso-legal/.
É proibida a cópia ou redistribuição deste material sem permissão da StoneX.
© 2024 StoneX Group, Inc.