A semana foi marcada pela oscilação nas apostas para a trajetória dos juros nos EUA, que, por sua vez, refletiram a divulgação de vários indicadores para o mercado de trabalho americano. Adicionalmente, a publicação de dados para o Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre brasileiro e de serviços em diversas economias corroboraram para um fortalecimento tanto do real quanto do dólar na semana. O dólar negociado no mercado interbancário terminou a semana em alta, encerrando a sessão desta sexta-feira (08) cotado a R$ 4,929, variação de +1,0% na semana, +0,3% no mês e de -6,6% no ano. Já o dollar index fechou o pregão desta sexta cotado a 104,0 pontos, ganho semanal de 0,8%, mensal de 0,5% e anual de 0,7%.
As cotações da soja em Chicago registraram mais uma semana de baixa, com o vencimento para janeiro encerrando a sexta-feira (dia 08) em 1304 cents por bushel, queda de 1,6% no período. O mercado continuou acompanhando as perspectivas climáticas na América do Sul, com destaque para as preocupações no Brasil, além das exportações de soja dos EUA. Além disso, foram divulgados os relatórios mensais da Conab e do USDA. A ocorrência de chuvas no Brasil e as previsões de que o mês de dezembro deve ser mais chuvoso continuaram pesando sobre as cotações da oleaginosa, ao mesmo tempo em que a safra da Argentina está caminhando num cenário favorável de precipitações.
Milho tem semana agitada, mas encerra período próximo do zero a zero
O mercado de milho foi marcado por uma elevada volatilidade na última semana. Por algumas vezes no período, o contrato com vencimento em março de 2024 testou a barreira dos 490 cents/bu, e até chegou a romper o patamar de 492 cents/bu. Contudo, o CH24 não conseguiu se manter em tais níveis, finalizando a semana cotado a 485,5 cents/bu, avanço de apenas 0,2% no comparativo semanal. O ritmo de exportações e vendas do milho norte-americano e as condições da safra sul-americana seguem como principais direcionadores do mercado. Na B3, os futuros do milho também registraram elevada volatilidade ao longo da última semana, mas, ao contrário dos contratos na CBOT, conseguiram sustentar as valorizações conquistadas no período. O janeiro/24 encerrou a última sexta-feira (8) cotado a R$ 71,44/sc, valorização de 2,2% na semana.
Em meio a manutenção da perspectivade uma demanda global mais lenta de maneira geral, os óleos vegetais registraram desempenho negativo na última semana em suas principais bolsas de negociação. Para o óleo de soja, apesar de revisões para baixo das estimativas da Conab e USDA para a produção brasileira, a manutenção do volume ainda apontando uma safra recorde, e os sinais melhores para o clima no Brasil em dezembro contribuíram para manter a commodity pressionada. Os preços do contrato mais ativo do óleo de soja fecharam o período a US¢ 50,2/lb, desvalorização de 2,4%. Já o óleo de palma terminou com retração significativa de 3,3%, cotado a USD 802,2/t, com o mercado pressionado por estimativas de produção e estoques em bons níveis na Malásia em novembro.
Para os fertilizantes fosfatados e potássicos, menos voláteis, não há grandes novidades. O preço do MAP, SSP e TSP alternam pequenos ganhos com pequenas perdas. Já o preço de importação do KCl tem desvalorizado gradualmente, mas custos de internação caros, com destaque para o demurrage, fazem com que essas quedas no mercado internacional não sejam tão sentidas no interior do Brasil.
Na última semana, no dia 06/12, o açúcar #11 SH24 registrou um pregão com queda de 7,85% em apenas um dia, passando de US¢ 24,92/lb para US¢ 23,00/lb - maior queda diária para o açúcar desde o início de 2011, quando o adoçante passou de 35,31 US¢/lb para 32,04 US¢/lb em apenas um pregão. Nesta semana, a atenção se volta para a Índia, onde um documento referente à política de etanol do país balançou o mercado por abrir a possibilidade para uma maior produção e açúcar – podendo incrementar até 1,5 MMT os estoques do país. Considerando o cenário recente que levou à forte queda do açúcar, ao início de novembro/23, o demerara havia registrado sua máxima em quase 12 anos, chegando a US¢ 27,77/lb fomentado por uma visão altista que vem sendo predominante no mercado devido a fatores climáticos no sudeste asiático e gargalos logísticos nos portos brasileiros. Contudo, com a virada baixista das últimas duas semanas, o adoçante já acumula uma queda de 15,8% até esta sexta-feira (08), que finalizou o dia com o adoçante em US¢23,36/lb para a tela de março – recuando 6,9% apenas nesta semana. Vale notar, ainda, um recuo ainda maior para o contrato de maio/24 (SHK24) – que sofre influência da safra brasileira 2024/25 (abr-mar) que deve ser ainda mais açucareira, registrando retração de 7,4% na semana e terminando o dia em US¢ 22,46/lb.
Assim como na semana anterior, a última semana foi marcada pela elevada volatilidade para os preços de café em Nova Iorque, que foram pressionados pela liquidação de contratos e realização de lucros, após o forte avanço observado na semana anterior. Do ponto de vista dos fundamentos, o mercado de café segue de olho nos estoques certificados e nas condições climáticas nos países produtores, principalmente no Brasil. Do ponto de vista macro, a alta de 0,9% do Dollar Index, que fechou em 103,93 pontos, e a alta de 1,1% do par USDBRL, que fechou em USDBRL 4,93, também contribuiu para pressionar as cotações de café arábica. Para o café robusta, os preços terminaram o período quase inalterados devido aos fundamentos mais positivos para o tipo, como a projeção de uma menor produção no Vietnã e os problemas climáticos na Indonésia. Em Nova Iorque o contrato mais ativo de março/24, terminou a semana com perdas de 720 pontos (3,9%), fechando o período cotado em US₵ 177,15/lb. No terminal de Londres, os preços futuros de café robusta terminaram o período quase inalterados, com perdas de apenas USD 2/ton (0,1%) para o contrato mais ativo, de março, que fechou cotado em USD 2526/ton.
Na última semana, as cotações de futuros do contrato mais ativo do Brent acumularam queda de 3,85%, negociadas a USD 75,84 bbl na última sexta-feira (08) enquanto o WTI também registrou um semanal de 3,83%, negociado em USD 71,23 bbl. Os futuros do Brent acumularam a sétima semana em queda, conforme ausência de fundamentos altistas falham em oferecer pontos de suporte para o óleo bruto. O pessimismo com a demanda global para 2024, em meio a projeções de crescimento econômico menos expressivo em importantes polos consumidores, superam os anúncios de restrição da oferta da OPEP+ e perspectivas do fim do ciclo de aperto monetário de Bancos Centrais.
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