Resumo Semanal de Milho

Milho volta a encerrar semana no campo negativo após dois avanços semanais consecutivos
 
João Pedro Lopes
Analista de Inteligência de Mercado
Sem grandes novos direcionadores, demanda internacional por milho norte-americano e condições da safra sul-americana seguem como principais drivers
Fatores baixistas
  • Estimativas mais positivas do USDA para exportações ucranianas;
  • Bom volume de chuvas registrado recentemente em regiões produtoras de grãos do Brasil e da Argentina;
  • Queda nos futuros do trigo em Chicago.
Fatores altistas
  • Bons volumes de embarques e vendas de exportação dos EUA ;
  • Apesar do registro de um padrão climático mais favorável, preocupação com condições climáticas na América do Sul persiste.

Após duas semanas seguidas no campo positivo, os futuros do milho voltaram a registrar queda no comparativo semanal. O contrato com vencimento em março de 2024 encerrou a última sexta-feira (15 de dezembro) cotado a 483 cents/bu, recuo de 0,5% no comparativo semanal.

 

Intraday (15 min) contrato de março/24 (CBOT)
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Fonte: CME. Elaboração: StoneX.

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Fonte: CME. Elaboração: StoneX.

 

 

 

Oferta de etanol de milho nos EUA: De acordo com os últimos dados divulgados pela Administração de Informação Energética (EIA), a produção de etanol dos EUA totalizou 1.074 mil barris por dia (mbpd) na semana encerrada em 8 de dezembro, uma leve contração no comparativo semanal, de 2 mbpd. Por outro lado, a produção nessa última semana superou a média de 5 anos para o mesmo período em 22,6 mbpd. Pelo lado dos estoques, o que se observou foi um aumento de seu volume, para 22,1 milhões de barris, avanço de 661 mil barris. 

Inspeções de exportação dos EUA: Após o ótimo desempenho apresentado pelos embarques norte-americanos na semana encerrada em 30 de novembro (1,2 milhão de toneladas de milho), o volume registrado na semana encerrada em 7 de dezembro voltou a níveis médios (711,7 mil toneladas), segundo dados do USDA. No comparativo anual, o volume observado na primeira semana de dezembro superou o registrado no período equivalente de 2022 em 194,3 mil toneladas, o que possibilitou o aumento do superávit dos embarques acumulados em 2023/24 em comparação com o mesmo período da temporada anterior, para 2 milhões de toneladas. Ou seja, até o último dia 7, os embarques acumulados da temporada 2023/24 totalizaram 9,2 milhões de toneladas, ao passo que no mesmo intervalo de 2022/23 as exportações haviam alcançado 7,2 milhões de toneladas.

Vendas de exportação dos EUA: O USDA relatou em seu reporte semanal de vendas de exportação dos EUA que o país norte-americano negociou 1,42 milhão de toneladas na semana encerrada em 7 de dezembro, cerca de 130 mil toneladas a mais que uma semana antes, volume dentro da faixa das expectativas do mercado, que variavam entre 800 mil e 1,6 milhão de toneladas. No comparativo anual, as vendas apresentaram um avanço de 460 mil toneladas, possibilitando um aumento da diferença entre as vendas acumuladas na temporada 2023/24 e na temporada anterior. As vendas acumuladas totalizam 27,2 milhões de toneladas, 7,16 milhões a mais que o registrado no mesmo intervalo da safra anterior. 

 

Vendas semanais de exportação - EUA (mil toneladas)

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Fonte: USDA. Elaboração: StoneX.

Futuros do trigo voltam a recuar em Chicago: Após duas semanas marcadas por elevadas valorizações nos futuros do trigo, com o março/24 do cereal avançando 4,4% na semana do dia 1º/dez e 4,8% na do dia 8, os preços do grão voltaram a cair na última semana. O março/24 do trigo finalizou a sexta-feira (15/dez) cotado a 629,25 cents/bu, contração de 0,4% na semana. O anúncio do USDA de vendas de trigo para a China durante a primeira semana deste mês foi um dos grandes fatores de suporte para seus futuros em Chicago, elemento que também deu suporte aos contratos do milho. Contudo, com a finalização dessa campanha de compras do gigante asiático, o trigo perdeu sustentação na última semana.

Ao contrário do que se viu em Chicago, os futuros do milho registraram fortes valorizações na B3, a terceira consecutiva no comparativo semanal. O janeiro/24 encerrou a última sexta-feira (15) cotado a R$ 73,29/sc, valorização de 2,6% na semana.

Intraday (15 min) contrato de janeiro/24 (B3)
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Fonte: B3. Elaboração: StoneX.

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Fonte: B3. Elaboração: StoneX.

 

Condições no Brasil: A primeira quinzena de dezembro foi marcada por chuvas irregulares. Apesar do registro de chuvas nas últimas semanas, essas não ocorreram como o esperado, ao menos na parte ao norte do cinturão de grãos do Brasil. Nos estados do Sul, apesar da preocupação com o excesso de chuvas, relatos indicam boas condições da safra do cereal. Com o intuito de proporcionar um melhor acompanhamento das safras, consultores de gerencimento de riscos da StoneX elaboraram comentários sobre a situação da soja e do milho no Brasil e no Paraguai. Clique aqui para acessar o relatório completo. O clima continuará no centro das atenções, e modelos climáticos não indicam a ocorrência de elevadas precipitações em boa parte das regiões produtoras no Centro-Oeste e no Norte/Nordeste. De qualquer modo, será fundamental acompanhar a efetivação ou não das previsões.

Plantio no Brasil: Segundo relatório de Acompanhamento de Safra do Brasil feito pela StoneX, o plantio da 1ª safra de milho continua atrasado, tendo atingido 79,2% no final da última semana, contra 92,7% no mesmo período do ano passado. Já o plantio da soja, atingiu 93,3%, contra 96,4% no mesmo período do ano passado. Clique aqui para acessar o relatório completo.

Condição da safra argentina: Segundo dados da BCBA, 49,3% (ou 3,5 milhões de hectares) dos 7,1 milhões de hectares estimados já foram plantados. O avanço de 9 pontos percentuais foi possibilitado pelas condições favoráveis de umidade do solo. Além disso, chuvas abundantes contribuíram para a melhora da condição das lavouras no país. 40% das lavouras se encontram em condições boas/excelentes, 4 pontos a mais que uma semana antes e 22 pontos acima do registrado no mesmo período do ano passado.

Governo argentino deve aumentar taxa de exportação de grãos: O novo governo argentino demostrou interesse em aumentar os impostos sobre as exportações de milho e trigo, de 12% para 15%, ao passo que a para a soja seria mantida em 33%. Outra importante medida política foi a expressiva desvalorização do peso. A taxa oficial de câmbio passou de aproximadamente 365 pesos/dólar para câmbio por volta de 800 pesos. Além disso, a inflação segue extremamente alta no país e, em meio a elevada incerteza que ronda o produtor, espera-se que continuem segurando o ritmo de vendas.
 

PREÇOS FÍSICOS (R$/sc 60kg)
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Fonte: StoneX. Elaboração: StoneX.
 

AGENDA DE INDICADORES ECONÔMICOS
Tags relacionadas: Grãos e Oleaginosas

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