Após seis semanas consecutivas com os futuros do milho finalizando o período no campo negativo, o cereal terminou a semana passada em torno da estabilidade em Chicago. O contrato com vencimento em março de 2024 encerrou a última sexta-feira (26) cotado a 445,5 cents/bu, avanço de 0,2% no comparativo semanal.
Produção de etanol de milho nos EUA: Segundo dados divulgados pela Administração de Informação Energética (EIA), a produção norte-americana de etanol totalizou 818 mil barris por dia (mbpd) na semana encerrada em 19 de janeiro, 236 mbpd a menos que uma semana antes e 196,4 mbpd abaixo da média de 5 anos para o mesmo período. Essa expressiva queda tem ligação com a onda de frio extremo que atingiu os EUA e impactou negativamente as usinas de etanol no país. Já os estoques avançaram, em 120 mil barris, para 25,8 milhões.
Inspeções de exportação dos EUA: As inspeções de exportação de milho não trouxeram grandes surpresas ao mercado no início da última semana. Segundo os dados do USDA, 713,3 mil toneladas de milho foram carregadas na semana encerrada em 18 de janeiro, praticamente em linha com as 728,84 mil toneladas embarcadas na mesma semana do ano passado, mas abaixo das 946,4 mil registradas na uma semana antes. Com isso, os embarques acumulados na safra 23/24 dos EUA alcançaram 14,7 milhões de toneladas, 3,2 milhões atrás do registrado no mesmo período de 22/23.
Vendas de exportação dos EUA: O relatório de vendas de exportação do USDA também não trouxe números muito surpreendentes. O Departamento informou que os EUA registraram 954,8 mil toneladas de vendas líquidas na semana encerrada no último dia 18, contra 1,25 milhão na semana anterior e em linha com as 910,4 mil toneladas vendidas na semana equivalente de 2023. O número ficou dentro da faixa das estimativas do mercado, que variavam entre 725 mil e 1,4 milhão de toneladas. No acumulado, as vendas da safra 23/24 totalizaram 32,8 milhões de toneladas, contra 24 milhões no mesmo período de 22/23.
Vendas semanais de exportação - EUA (mil toneladas)
Similarmente ao observado em Chicago, os futuros do milho no Brasil também terminaram a última semana em torno da estabilidade, comportamento que respondeu a fatores técnicos após as fortes perdas acumuladas desde o início de 2024. O Março/24 encerrou a última sexta-feira cotado a R$ 65,15/sc, leve queda de R$ 65,40/sc na semana.
Safra na Argentina: Na semana passada, a Bolsa de Cereales de Buenos Aires (BCBA) indicou uma leve queda nas lavouras classificadas em condição boa/excelente, para 41%, 5 p.p. abaixo do observado na semana anterior, mas 29 p.p. a mais que no mesmo período do ano passado. Com isso, o otimismo em relação à oferta no país segue bastante elevado, tanto que a BCBA elevou sua estimativa de produção da safra 23/24 de milho para 56,5 milhões de toneladas, 1,5 milhão a mais que seu número anterior e 22,5 milhões acima do colhido ano passado.
Safra no Brasil: O acompanhamento semanal de safra da StoneX indicou que a colheita do milho verão alcançou 11,7% do total na última sexta-feira (dia 26), enquanto 10,8% da safrinha já foram semeados. O foco agora deve se voltar para o clima para as lavouras de milho segunda safra, uma vez que o ciclo de inverno já é mais arriscado, por se desenvolver antes do período de seca, a partir de maio, em grande parte do Brasil. As previsões para as próximas duas semanas indicam chuvas em praticamente toda a região produtora, com destaque para a segunda semana do período.
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