Comentários de Abertura

Os futuros de ações estão apontando para uma abertura mais alta nesta manhã, na esperança de recuperar algumas das perdas de ontem, numa combinação de força contínua dos mercados chineses e alguns resultados positivos dos relatórios de lucros. O índice de volatilidade VIX está se estabilizando, continuando a refletir uma relativa calma em Wall Street, mantendo-se em torno do nível 13,5 pontos. O dollar index continua a mostrar força, alcançando quase máximas de três meses, ao operar próximo dos 104.4 pontos. O petróleo bruto está em alta esta manhã, devido a escaladas recentes no Mar Vermelho, enquanto as commodities agrícolas negociam majoritariamente mistas.

Os mercados chineses tiveram seu maior salto em bastante tempo durante a noite, com otimismo da intervenção regulatória impulsionando alguns dos principais índices chineses para seus maiores ganhos diários em quase dois anos. A situação econômica instável da China ao emergir dos rígidos bloqueios da Covid tem estado muito em foco nos últimos anos, e essas preocupações, combinadas com a retirada de investimentos estrangeiros devido a tensões geopolíticas, têm levado a uma forte tendência de queda nos mercados chineses. A Comissão Regulatória de Valores Mobiliários da China (CSRC) anunciou várias medidas para impulsionar as ações chinesas em dificuldades e recentemente impôs mais restrições aos vendedores a descoberto (short sellers), enquanto investidores patrocinados pelo estado anunciaram aumentos adicionais nas compras de ações. Mais detalhes dessas medidas podem ser encontrados na edição de hoje do China Direct. Nada mudou fundamentalmente, com a China ainda enfrentando uma grave crise imobiliária e outros ventos contrários, mas relatos de Xi Jinping se encontrando pessoalmente com reguladores financeiros estão fornecendo algum otimismo de que o governo chinês está levando o problema a sério e poderia finalmente parar o sangramento. Resta ver por quanto tempo esse impulso durará, mas, independentemente disso, a segunda maior economia do mundo aceitará qualquer positividade que puder obter.

O Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, está no Oriente Médio esta semana, tentando intermediar um cessar-fogo entre Israel e Palestina, enquanto a guerra em Gaza se aproxima do marco de quatro meses amanhã. A viagem de Blinken começou na segunda-feira na Arábia Saudita, antes de seguir para o Egito, depois Qatar hoje e, finalmente, terminar em Israel na quarta-feira. As esperanças são de que um cessar-fogo em Gaza seja alcançado, bem como a libertação dos reféns israelenses restantes mantidos na Faixa. Os mercados de commodities provavelmente respirariam aliviados se um acordo fosse alcançado, já que as tensões cresceram cada vez mais na região desde o início da guerra, levando a grandes interrupções no transporte através do Canal de Suez e do Mar Vermelho.

Mais dessas interrupções foram vistas na terça-feira, com os Houthis do Iêmen, apoiados pelo Irã, supostamente danificando mais um navio em trânsito pelo Mar Vermelho, enquanto também disparavam contra outro. Esses ataques continuaram apesar dos ataques dos EUA e do Reino Unido aos alvos Houthis no Iêmen, aumentando os temores de escalada adicional. Os ataques estão fornecendo algum apoio aos mercados de petróleo bruto, já que tanto o WTI quanto o Brent operam em alta esta manhã após fortes perdas na semana passada. Embora o primeiro mercado que pensamos em relação ao Oriente Médio seja o petróleo bruto, é importante lembrar o amplo impacto que isso tem na inflação global e, portanto, na economia global mais ampla. Vimos um tremendo progresso na luta contra a inflação, mas uma recuperação do petróleo bruto e de outros produtos energéticos devido a um conflito mais amplo no Oriente Médio poderia trazer um forte aumento nas pressões inflacionárias, forçando os banqueiros centrais a permanecerem contracionistas (hawkish), irritando os traders.

Contrato de petróleo bruto WTI mais próximo vs. Inflação da economia mundial ponderada