A semana foi marcada pela decisão de política monetária do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) do Federal Reserve (Fed), que afastou a possibilidade de cortes de juros enquanto o Comitê não possuir maior confiança de que a inflação está caminhando sustentadamente em direção à meta de 2% ao ano. As perspectivas de cortes de juros se distanciaram ainda mais após a divulgação de dados fortes para o emprego americano em janeiro, o que deve reforçar a postura cautelosa do Fed. O dólar negociado no mercado interbancário terminou a semana em baixa, encerrando a sessão desta sexta-feira (02) cotado a R$ 4,911, variação de -0,3% na semana, +1,2% no mês e +1,2% no ano. Já o dollar index fechou o pregão desta sexta cotado a 103,2 pontos, ganho semanal de 0,2%, mensal de 2,2% e anual de 2,2%.
A semana passada foi mais uma vez de queda para as cotações da soja em Chicago, com o vencimento para março encerrando a sexta-feira (dia 02) em 1188,5 cents por bushel, queda de 1,7% no período. Apesar de mais uma queda semanal, houve pregões com resultados positivos, mas, de qualquer maneira, os fundamentos que estão pesando sobre os preços, como a safra argentina compensando as perdas no Brasil e preocupações pelo lado da demanda, continuaram presentes.
Mesmo com clima adverso na Argentina recentemente, futuros do milho encerram semana no campo negativo
Os futuros do milho encerraram a última semana em baixa na CBOT, com o Março/24 finalizando a última sexta-feira (2) cotado a 442,75 cents/bu, recuo de 0,8% no comparativo semanal. Mesmo com a ocorrência de um clima adverso na Argentina recentemente, perspectivas para a produção no país seguem otimistas. Da mesma maneira que em Chicago, os futuros do milho também recuaram no Brasil na última semana. O Março/24 encerrou a última sexta-feira cotado a R$ 64,17/sc, desvalorização de 1,5% na semana.
Na bolsa de Chicago, o óleo de soja encerrou a semana cotado a US¢ 45,2/lb, queda semanal de 4,7%, influenciado pelas expectativas positivas para a produção sul-americana, principalmente a recuperação na Argentina e por uma demanda lenta nos Estados Unidos, com a forte desvalorização dos RINs minando as margens das biorefinarias para a produção do biodiesel e diesel renovável.
Os fertilizantes nitrogenados seguem valorizando no mercado internacional. Se no início do ano foi o resultado do leilão indiano o principal responsável pelos ganhos, agora são os problemas de oferta na Ásia quem impulsiona as cotações, com China, Malásia, Indonésia e Irã exportando menos que o esperado. Já os fosfatados seguem andando de lado, com nenhuma tendência conseguindo se estabelecer. Por fim, o KCl teve uma semana de estabilidade, mas, analisando numa perspectiva mais ampla, é possível afirmar que este fertilizante está em um período de baixa, com os estoques elevados na China e no Brasil pressionando negativamente as cotações.
Na última semana, os preços do açúcar bruto e branco demonstraram um comportamento misto em suas principais bolsas de negociação, alternando entre pregões de alta e baixa na semana. Considerando a variação acumulada desde a última sexta-feira (26/01), o contrato mais ativo do açúcar bruto #11 (SBH24) registrou uma apreciação de 0,5%, finalizando a data de escrita deste relatório (02/02) na casa de US¢ 23,89/lb. Para o branco #5, a movimentação foi mais baixista, registrando retração de 1,1% no mesmo período e finalizando a semana na marca de US$ 646,9/ton para o contrato mais ativo (SWK24). Como fatores de movimentação na semana, vale destacar o impacto da “Super Quarta” nos mercados futuros, evento marcado pela decisão de política monetária de uma série de bancos centrais. Como destaque, nos Estados Unidos, a decisão de manutenção da taxa de juros teve certo impacto baixista sobre a maioria das commodities – com ênfase para o petróleo Brent, que retraiu 7,1% na semana. Pelo lado dos fundamentos de safra, as atenções seguem voltadas pra Índia, onde a política do governo em relação ao desvio de açúcar para a produção de etanol tem trazido incerteza para o mercado.
Na última semana, os preços futuros de café apresentaram uma leve queda para os primeiros contratos, mas um avanço para os contratos mais distantes. As sessões da última semana foram consideradas com uma atividade leve, com predominância dos agentes especulativos. No período não houve mudanças no ponto de vista dos fundamentos. O contrato de março em Nova Iorque apresentou um recuo de 190 pontos (1,0%) fechando a sexta-feira (02) cotado em US₵ 191,95/lb. Em Londres, o contrato de março apresentou queda de USD 32 (1,0%) para USD 3237/ton. A alta de 1,1% no dólar na semana, para USDBRL 4,97, também contribuiu para pressionar os preços de café. No mercado doméstico brasileiro, os preços de café refletiram a alta do dólar e terminaram a semana com leve valorização. O indicado Cepea para o café arábica apresentou um avanço de 0,4% e o indicador para o café robusta teve um avanço de 1,4%.
Na última semana, as cotações de futuros do contrato mais ativo do Brent acumularam queda de 7,44%, negociadas a USD 77,33 bbl na última sexta-feira (02) enquanto o WTI também registrou uma queda semanal de 7,35%, negociado em USD 72,28 bbl. A semana passada foi marcada por uma série de fundamentos baixistas que influenciaram as cotações do petróleo, fazendo com que os futuros revertessem quase todos os ganhos de janeiro em apenas três sessões. Entre os fatores, destaca-se rumores de um cessar-fogo em Gaza, além do aumento não antecipado dos estoques de petróleo nos EUA e dados macroeconômicos menos positivos da economia chinesa.
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