A semana foi marcada pela divulgação de dados mistos para a economia americana, com o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) e ao Produtor (PPI) superando as estimativas de analistas, porém as vendas do varejo caindo além do esperado, reforçando a perspectiva de que o ciclo de cortes de juros pelo Federal Reserve se iniciará mais tarde, em junho deste ano. O dólar negociado no mercado interbancário terminou a semana em leve baixa, encerrando a sessão desta sexta-feira (16) cotado a R$ 4,968, ganho semanal de 0,2%, mensal de 0,6% e anual de 2,4%. Já o dollar index fechou o pregão desta sexta em alta pela sétima semana consecutiva, cotado a 104,2 pontos, variação de +0,2% na semana, +1,1% no mês e +3,1% no ano.
A semana passada foi mais uma vez de queda para as cotações da soja em Chicago, apesar dos resultados diários positivos na segunda (dia 12) e na sexta-feira (dia 16). O vencimento para março terminou o período em 1172,25 cents por bushel, queda semana de 1%.
O mercado continua diante de preocupações com o ritmo da demanda, enquanto as quebras no Brasil não são suficientes para reduzir a oferta mundial a ponto de levar a alguma restrição importante no balanço da oleaginosa.
Milho recua e Março/24 tem menor fechamento desde que começou a ser operado em Chicago
Os futuros do milho encerraram mais uma semana no campo negativo em Chicago. O contrato com vencimento em março de 2024 finalizou a última sexta-feira (16) cotado a 416,5 cents/bu, recuo de 2,9% no comparativo semanal e o menor fechamento do contrato desde que começou a ser operado. O grande evento da semana foi a realização do Fórum Agrícola, em que, apesar do USDA indicar uma menor área plantada do cereal nos EUA em 24/25, trouxe estoques finais mais confortáveis para o país norte-americano. Já na B3, em uma semana mais curta em função do carnaval, o contrato com vencimento em março de 2024 finalizou a última sexta-feira (16) cotado a R$ 64,55/sc, desvalorização de 0,5% na semana. Mesmo com questionamentos sobre a safra brasileira, a oferta na América do Sul deve ser robusta, o que tem limitado as cotações.
Depois de alguma recuperação no início de fevereiro, o óleo de soja voltou a marcar queda em suas principais bolsas de negociação, terminando a sexta-feira (16) em desvalorização semanal de 3,5% na bolsa de Chicago, cotado a US¢ 45,6/lb. Além do panorama positivo para as safras de soja sul-americanas, o que mantém um cenário confortável para a semana, os dados de esmagamento dos Estados Unidos contribuíram como fator baixista.
Nos mercados de fertilizantes fosfatados e potássicos, faz meses que a tendência de preço não sofre alterações. Para os fosfatados, temos o MAP sendo negociado por valores próximos a US$ 560/ton desde outubro de 2023. Já para os potássicos, temos o KCl desvalorizando gradualmente desde agosto do ano passado. A única classe de fertilizante que tem apresentado volatilidade é a dos nitrogenados. Na última semana, a diminuição no ímpeto comprador resultou em perdas para a ureia, um contraste com os ganhos significativos que vinham sendo registrados desde o início de 2024.
Na última semana, os contratos mais ativos para o açúcar bruto e branco demonstraram uma semana de retração em suas principais bolsas de negociação. Para o bruto #11, os preços demonstraram queda de 3% na semana para a tela mais líquida (SBK24), que terminou o período cotada em US¢ 23,30/lb. Já para o branco #5, a queda foi levemente maior, registrando retração de 4,4% na semana para a tela mais líquida (SWK24), que finalizou o período na marca de US$ 625,8/ton. Considerando o impacto pelo lado dos fundamentos na última semana, vale notar a previsão de retorno das chuvas no Centro-Sul brasileiro, região que experienciou precipitações abaixo da média durante dezembro/23 e janeiro/24. Contudo, se por um lado o aumento das chuvas melhora as expectativas para a produção da temporada 2024/25 (abr-mar) do Centro-Sul, o aumento das precipitações nas regiões portuárias também aumenta os atrasos no embarque das cargas de açúcar, que também competem com a soja nesta época do ano. Segundo dados da agência marítima Willians, a média dos dias de espera dos navios atracados em Santos durante fevereiro/24 chegou a 16 dias, contra 4 dias no mesmo período do ano anterior, situação que pode chamar atenção do mercado nas próximas semanas conforme os principais produtores da Ásia (Índia e Tailândia) demonstram redução ou até mesmo ausência do mercado de exportações durante a safra global 23/24 (out-set).
Na última semana, os preços futuros de café seguiram uma trajetória baixista e terminaram o período com perdas em Nova Iorque e em Londres. Os volumes negociados na última semana foram reduzidos devido à ausência do Brasil em parte da semana, reflexo do feriado de carnaval. Pesou sobre os preços de café a divulgação dos dados de exportação no Brasil, que mostrou um avanço de 39% no mês de janeiro. Além disso, parte das movimentações foi impactada por fatores técnicos, como a rolagem de contratos em meio a aproximação do primeiro dia de aviso. Apesar de alguns fundamentos terem viés altista, como a menor produção na Indonésia e no Vietnã, essas notícias já foram absorvidas pelos participantes do mercado. No balanço semanal, o contrato mais ativo em Nova Iorque, de maio, teve perdas de 590 pontos (-3,1%), fechando o período cotado em US₵ 185,60/lb. Em Londres, o cenário não foi diferente, com o contrato mais ativo recuando USD 76/ton (-2,4%), para USD 3141/ton.
Na última semana, as cotações de futuros do contrato mais ativo do Brent acumularam alta de 1,56%, negociadas a USD 83,47 bbl na última sexta-feira (16) enquanto o WTI também registrou uma alta semanal de 3,06%, negociado em USD 79,19 bbl. O petróleo conseguiu estender a tendência da semana anterior, apoiado por riscos geopolíticos no Oriente Médio em meio ao acirramento de tensões em Gaza e conflito com o Hezbollah. Além disso, projeções sobre o balanço global de 2024 apontam um crescimento da demanda que deve levar o indicador para o maior valor da série histórica, o que também suportou as cotações. Ademais, a alta semanal foi limitada por alguns fatores, como o aumento não antecipado das reservas de petróleo nos Estados Unidos, além de fatores macroeconômicos menos positivos.
Este documento contém opiniões do autor e não necessariamente reflete as estratégias da StoneX. As previsões de mercado são especulativas e podem variar. O investidor é responsável por qualquer decisão baseada neste material. A StoneX só negocia com clientes que atendem aos critérios legais. O aviso legal completo está em https://brasil.stonex.com/aviso-legal/.
É proibida a cópia ou redistribuição deste material sem permissão da StoneX.
© 2024 StoneX Group, Inc.