A semana foi marcada pela divulgação da ata da última decisão do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC), que mostrou uma desconfiança entre seus membros sobre a continuidade do processo de moderação de preços nos EUA e uma preocupação de se iniciar um processo de cortes de juros prematuramente. O dólar negociado no mercado interbancário terminou a semana em alta, encerrando a sessão desta sexta-feira (23) cotado a R$ 4,994, ganho semanal de 0,5%, mensal de 1,1% e anual de 2,9%. Já o dollar index recuou pela primeira semana em 2024 ao fechar o pregão desta sexta cotado a 103,9 pontos, variação de -0,3% na semana, +0,7% no mês e +2,8% no ano.
Mesmo com resultados positivos no começo da última semana, os futuros da soja finalizaram o período, mais uma vez, no campo negativo. O contrato com vencimento em março encerrou a semana cotado a 1.133 cents por bushel, queda de 3,3% em relação ao fechamento da sexta-feira anterior (16/fev). Apesar das incertezas sobre a safra sul-americana ainda presentes no mercado, a tendência baixista segue predominando e, de um modo geral, as recentes condições climáticas trouxeram certo alívio para a produção no continente, especialmente a produção brasileira. Por mais que novos cortes possam ocorrer, a China continua sinalizando uma fraca demanda, o que tem contribuído para a limitação dos preços da oleaginosa. As margens do mercado de suínos no gigante asiático permanecem negativas, o que contribui para as incertezas em relação à demanda do país por farelo de soja e, consequentemente, pelo grão.
Em semana pouco movimentada, milho encerra em baixa na CBOT
Pela décima vez nas últimas 11 semanas, os futuros do milho negociados em Chicago encerraram o período no campo negativo. O contrato com vencimento em março de 2024 renovou as mínimas históricas desde que começou a ser operado, finalizando a última sexta-feira (23) cotado a 399,75 cents/bu, recuo de 4,0% no comparativo semanal. Entre os fatores responsáveis pelas baixas, não houve grandes novidades, com a recuperação da safra argentina e as incertezas sobre a demanda global ainda sendo os principais determinantes. Assim como observado no mercado internacional, os futuros do milho também apresentaram expressiva queda no Brasil. O contrato com vencimento em março de 2024 finalizou a última sexta-feira (23) cotado a R$ 62/sc, desvalorização de 4,0% na semana.
As cotações do óleo de soja seguem se deteriorando na bolsa de Chicago, enquanto o mercado acumula atualizações e fundamentos com teor majoritariamente baixistas, principalmente do lado da oferta, sinalizando perspectiva de ampla disponibilidade da matéria-prima, enquanto a demanda por enquanto da indicativos de crescimento em ritmo significativamente mais lento. A tela de mai/24, que acumulou retração de 3,3% na última semana, opera em leve perda diária de 0,1% nesta manhã, cotada a US¢ 44,6/lb.
Na semana passada, a ureia desvalorizou no mercado internacional, resultado da ausência de compradores e da normalização da oferta na Ásia. Entretanto, a expectativa é que a tendência de alta volte ao mercado nas próximas semanas, já que entraremos no período do ano em que os agricultores dos Estados Unidos costumam adquirir volumes elevados de fertilizantes para a safra de primavera. O MAP, por outro lado, seguiu estável, com os rumores de que a China voltará a exportar MAP e DAP não conseguindo impactar os preços. Por fim, o KCl teve uma semana de estabilidade, primeira vez após cinco semanas consecutivas de perdas
Na última sexta-feira (23), o contrato de maio/24 do #11, mais líquido para os futuros do açúcar bruto em NY, fechou a sessão cotado a US¢ 21,82/lb, queda semanal de 35 pontos (-2,1%). A grande expectativa do mercado para esta semana eram as chuvas nas regiões canavieiras do Centro-Sul (CS), uma vez que, desde meados de novembro, os volumes de precipitação se encontram abaixo da média de 10 anos. Desde segunda-feira, pelo levantamento da StoneX, as chuvas ponderadas por área de cana no CS foram robustas, acima de 6 mm por dia. De fato, desde a Quarta-Feira de Cinzas (14/fev), o volume pluviométrico na região tem subido, e a nova semana concretizou as previsões de chuva. Um mês de fevereiro mais chuvoso frente ao que foi dezembro/23 e janeiro/24 traz um cenário melhor para os canaviais a serem colhidos na safra 2024/25, algo já sendo sentido pelos preços em termos de fundamento. Além disso, as exportações em fevereiro continuam altas no comparativo anual, seguindo o mês anterior, quando foram exportadas 3,2 milhões de toneladas de açúcar, melhor janeiro na história para a exportação brasileira da commodity.
Na última semana, os preços futuros de café apresentaram expressivas perdas em meio a um conjunto de fatores fundamentais e técnicos. Dentre os fatores principais, podemos citar a alta de 0,6% do dólar, que fechou a semana na casa o USDBRL 5,00. Além do dólar, houve uma liquidação de posições por parte dos agentes especulativos durante a semana. Ademais, do ponto de vista dos fundamentos, a perspectiva de uma produção maior no Brasil na temporada 2024/25 contribuiu para um sentimento de que o balanço de oferta e demanda será mais confortável, pelo menos para o café arábica. Ainda, um relatório divulgado pelo Coffee Network mostrou que, de acordo com a Federação Nacional dos Cafeteiros, a produção colombiana deve avançar 15,5% no primeiro semestre de 2024, para 5,8 milhões de sacas.
Na última semana, as cotações de futuros do contrato mais ativo do Brent acumularam queda de 2,2%, negociadas a USD 81,62 bbl na última sexta-feira (23), enquanto o WTI também registrou uma redução semanal, de 3,4%, negociado em USD 76,49 bbl. A pressão sobre as cotações ocorreu em meio a ampliação dos riscos macroeconômicos – com foco nas perspectivas de um FED mais cauteloso em relação ao início dos cortes das taxas de juros nos EUA – e expectativas mais otimistas sobre um possível acordo entre Israel e Hamas, a fim de evitar uma invasão por tropas israelenses na região de Rafah. Em contrapartida, a continuidade dos ataques no Mar Vermelho e a divulgação de dados aquecidos do mercado petrolífero na Índia impediram maiores quedas do óleo bruto.
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