As ações se recuperaram um pouco durante a noite, com os traders comemorando uma recuperação nos rendimentos do Tesouro e os lucros dos bancos superando as estimativas. No entanto, o índice de volatilidade VIX negocia perto dos 19 pontos neste momento, após atingir uma nova máxima de cinco meses mais cedo, caindo após um início de novas construções mais fraco do que o esperado. Ainda vivemos em um mundo onde más notícias são boas notícias em Wall Street, porque os traders estão mais focados no que o Federal Reserve pode fazer do que na saúde atual da economia. Afinal, é um mercado de futuros, e os traders acreditam que o futuro é moldado pela política monetária, mesmo que isso não tenha se concretizado como esperavam nos últimos anos. O dollar index negocia perto dos 106,2 pontos, após anteriormente ter registrado uma nova máxima de cinco meses acima de 106,4 mais cedo nesta manhã. Os títulos de 10 anos do Tesouro dos EUA negociam em máximas de cinco meses perto de 4,67%, enquanto os títulos de 2 anos negociam perto de 4,96%. Os preços do petróleo estão levmenete mais baixos neste momento. A União Europeia considera impor sanções ao Irã após seu ataque a Israel no fim de semana, enquanto a Administração Biden indica que provavelmente não o fará, reduzindo o risco de vermos uma redução do petróleo disponível no mercado. O setor de commodities mais amplo continua a enfrentar obstáculos do dólar forte, com os mercados de grãos e oleaginosas novamente em baixa nesta manhã, faltando uma narrativa para justificar fazer o contrário.
O início de novas construções habitacionais nos EUA caiu para uma taxa anualizada de 1,321 milhão de unidades em março, abaixo das 1,549 milhão no mês anterior, e abaixo das expectativas dos analistas de 1,480 milhão. As licenças para novas construções habitacionais caíram para uma taxa anualizada de 1,458 milhão em março, contra 1,523 milhão em fevereiro e abaixo das expectativas dos analistas de 1,510 milhão. Ainda estamos enfrentando uma escassez de moradias no país, mas as licenças e as novas construções tendem a ocorrer quando o consumidor está confiante o suficiente na economia para dar o passo e assumir o compromisso financeiro de longo prazo necessário para construir uma casa. Isso sugere que os consumidores sentiram que estávamos em um ambiente de risco elevado em março, tornando-os menos avessos ao risco. Wall Street interpreta isso como uma indicação de uma desaceleração da economia que torna o Federal Reserve mais propenso a cortar os juros no futuro. O problema para o Fed é que vemos os inícios de construção de moradias aumentarem repentinamente sempre que o mercado percebe que cortes nas taxas são iminentes, reinjetando riscos de inflação. Não conseguiremos sair desse ciclo até alcançarmos um excedente de moradias, o que não é provável por algum tempo.
A produção industrial da China aumentou 4,5% na comparação anual em março, acima dos 4,2% anteriores, mas bem abaixo dos 5,4% esperados pelo mercado. O setor imobiliário continua sendo um peso para a economia da China, caindo 9,5% na comparação anual no primeiro trimestre deste ano, após cair 9% no bimestre. Isso sugere um momento de deterioração no setor imobiliário. Indústrias relacionadas à construção fornecem empregos para 100 milhões de chineses, tornando isso uma questão significativa. O morador típico tem 40% de seus ativos em propriedades, então o sentimento do consumidor também está intimamente ligado à saúde do setor imobiliário. As vendas de novas casas caíram 19,4% no primeiro trimestre do ano, com a receita total de vendas caindo 27,6% em relação ao ano anterior.
A indústria suína da China produzia mais suínos do que o resto do mundo combinado, antes da Peste Suína Africana. Desde então, o consumo per capita mais baixo e uma população em declínio tornaram difícil alcançar esses números anteriores. O rebanho de suínos da China caiu para 408,5 milhões de porcos no final do primeiro trimestre deste ano, uma queda de 5,9% em relação ao trimestre anterior e de 5,21% em relação ao ano anterior. É o menor rebanho suíno em três anos, mas as margens de produção continuam comprimidas, fornecendo pouco incentivo para a reconstrução do rebanho. Na verdade, operações menores ainda enfrentam incentivos para reduzir a capacidade de produção. Isso sugere uma redução no consumo forrageiro no futuro. No geral, a produção total de carne suína caiu 0,4% no comparativo anual no primeiro trimestre, enquanto a produção de carne bovina e de aves aumentou 3,6% e 6,1% na comparação anual, respectivamente, à medida que os consumidores diversificam seus gostos por carne.
China comprou 35-40 carregamentos de soja na semana passada, principalmente do Brasil para embarque de abril a junho. O país esmagou mais do que importou nos últimos meses, enquanto os compradores esperavam por ofertas baratas da nova safra brasileira, então esperávamos que o ritmo aumentasse à medida que as ofertas recém-colhidas se tornassem disponíveis. Os embarques de soja dos EUA para a China de setembro a março totalizaram 20,8 milhões de toneladas, uma queda de 7,2 milhões em relação ao ano anterior, já que os embarques do Brasil mais do que compensaram a redução na demanda por soja dos EUA. A China também reservou 3,8 milhões de toneladas da safra de soja argentina para embarque de abril a junho, presumivelmente para suas reservas, o que deve reduzir novamente sua demanda por soja dos EUA daqui a seis a oito meses. A principal questão então permanece: a mudança de volta para um padrão de La Niña reduzirá a oferta da América do Sul no próximo ano, ou veremos essa tendência continuar daqui para frente?
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