Comentários de Abertura

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Arlan Suderman
Chief Commodities Economist

 

As ações deram continuidade aos ganhos de segunda-feira de forma cautelosa no mercado noturno, com os ganhos limitados pelo aumento dos rendimentos do Tesouro e uma medida de nervosismo sobre o que os dados de inflação PCE de sexta-feira podem indicar. O índice de volatilidade VIX negocia perto dos 16 pontos esta manhã, enquanto o dollar index negocia perto dos 106.0 pontos. Os títulos de 10 anos do Tesouro negociam perto de 4,64%, enquanto os títulos de 2 anos estão perto de 4,99%, ambos um pouco abaixo das máximas de cinco meses. Os preços do petróleo bruto estão levemente mais baixos, em mínimas de cerca de quatro semanas esta manhã, à medida que o foco do mercado se deslocou um pouco das tensões no Oriente Médio para o aumento das ofertas. O setor de grãos e oleaginosas negociou de forma mista no início da sessão.

 

O dólar avançou para novas máximas de cinco meses quando o Banco Central Europeu basicamente sinalizou que reduziria as taxas de juros em junho, quer os EUA o fizessem ou não. A postura expansionista (dovish) do BCE fez o dólar subir, com o Federal Reserve parecendo mais contracionista (hawkish) entre os principais bancos centrais. Mas o BCE parece recuar um pouco nesse tom hoje, com comentários de que os cortes da taxa de juros exigirão evidências concretas de que a inflação continuará a se mover para sua meta. Isso soa muito como retórica do Federal Reserve, e não há dúvida de que eles têm conversado. Os títulos do Tesouro dos EUA ainda estão em alta, com os títulos de 2 anos prestes a uma possível ruptura acima do nível psicológico de 5,0%. No entanto, o dólar recuou um pouco no mercado noturno com os comentários.

 

O yuan chinês negocia perto das mínimas de cinco meses em relação ao dólar, o que cria alguma preocupação para o banco central da China, conforme negocia logo abaixo de seu nível mais fraco dos últimos 15 anos. A China quer que o yuan seja visto como uma forte alternativa ao dólar no mercado global, mas seus problemas econômicos tornam isso difícil. O país precisa manter a linha em termos de estímulos, porque fazer demais poderia enfraquecer ainda mais o yuan em relação ao dólar. Desse modo, permitiu que seu setor imobiliário enfrentasse dificuldades, enquanto se concentrava em estímulos direcionados para seu setor de tecnologia - especialmente Veículos de Nova Energia (NEVs). O problema é que as vendas internas de NEVs caíram 30% no primeiro trimestre deste ano, e tanto a Europa quanto os Estados Unidos ameaçam sanções para limitar as importações dos veículos, alegando concorrência desleal subsidiada pelo Estado. A China teme ver mais sanções, limitando as exportações em um momento em que a demanda doméstica também está fraca, apesar dessas medidas de estímulo direcionadas. A China agora reduz os preços em até 5,7% nos veículos, em resposta a um corte de preços feito pelo concorrente Tesla.

 

O secretário de Estado, Antony Blinken, deve visitar a China de quarta a sexta-feira desta semana, e esse assunto será, sem dúvida, um tópico de conversa, juntamente com uma infinidade de outras preocupações, à medida que as tensões entre a China e o Ocidente continuam a escalar. Acredita-se que os Estados Unidos estejam elaborando sanções que poderiam bloquear alguns bancos chineses do sistema financeiro global devido ao suporte da China à produção militar da Rússia. Blinken criticou o apoio da China aos militares russos na sexta-feira, indicando que a China é um dos principais apoiadores dos esforços de guerra da Rússia na Ucrânia. Estresse adicional vem de um pacote de ajuda externa aprovado pelo Congresso que incluiu ajuda militar para Taiwan - algo que certamente irritará os chineses. A China não precisa desses estresses em um momento em que sua economia já enfrenta dificuldades, mas também não é provável que recue na questão de Taiwan, enquanto também está comprometida em não permitir que a Rússia perca sua guerra na Ucrânia, que ela vê como uma guerra contra o Ocidente. De muitas maneiras, as tensões entre os Estados Unidos e o Partido Comunista da China estão em níveis sem precedentes, sem sinal de alívio em breve. A China está determinada a "reunificar" Taiwan ao continente em algum momento - provavelmente nos próximos anos, o que certamente não ajudará sua relação com o Ocidente. O momento em que atua provavelmente terá muito a ver com a forma como interpreta os desenvolvimentos no ciclo eleitoral dos EUA.

 

As tensões com a China pouco ajudam as exportações de milho e soja dos EUA para o maior importador de commodities do mundo, principalmente com o Brasil se tornando o maior exportador rapidamente. Assim, os preços do milho e da soja novamente sofreram uma pressão modesta no mercado noturno. O milho encontra um suporte modesto devido ao início precoce da estação seca nas regiões de cultivo de milho de inverno (safrinha) do Brasil, bem como relatos de problemas de produção na Argentina causados por uma doença espalhada pelas cigarrinhas do milho. Mas o produtor, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, está subvendido, resultando em vendas físicas que desafiam os ralis quando ocorrem. Para o trigo, por outro lado, falta venda antecipada do produtor antes da colheita da América do Norte, deixando menos vendedores para compensar a cobertura de posições vendidas dos fundos à medida que os riscos climáticos aumentam em várias áreas-chave de produção do mundo. As classificações do trigo das Planícies caíram consideravelmente novamente na tarde de segunda-feira, e o clima também continua seco no leste da Ucrânia e sul da Rússia. Ainda não chegamos ao ponto de falar em perdas graves para nenhum dos locais, embora localmente isso possa ser verdade. Mas as preocupações são grandes o suficiente para causar preocupação entre os gestores de fundos inclinados fortemente para o lado vendido. A cobertura de posições vendidas resultante começa a mudar os sinais do gráfico, fazendo com que os algorítimos adicionem ordens de compra à medida que o ímpeto aumenta. Os ralis anteriores foram vistos como oportunidades para os fundos venderem novamente, mas isso provavelmente será determinado desta vez pelo retorno ou não das chuvas ao sul da Rússia.

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