A semana foi marcada pela decisão dividida do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que, a um só tempo, elevou receios de um enfrentamento mais brando contra a inflação a partir de 2025 e reduziu as expectativas de queda para a taxa básica de juros (Selic). O dólar negociado no mercado interbancário terminou a semana em queda, encerrando a sessão desta sexta-feira (10) cotado a R$ 5,158, alta semanal de 1,7%, recuo mensal de 0,7% e ganho anual de 6,3%. Já o dollar index fechou o pregão desta sexta cotado a 105,3 pontos, variação de +0,3% na semana, -0,9% no mês e +3,9% no ano.
As cotações da soja registraram volatilidade na última semana em Chicago, com o começo do período em forte alta, mas esses ganhos foram devolvidos e as cotações encerraram perto dos valores de sete dias antes. O vencimento para julho fechou a sexta-feira (dia 10) em 1219 cents por bushel, leve alta semanal de 0,3%. Os ganhos consideráveis no início da semana formam condicionados por questões climáticas, em meio a alguma preocupação com o andamento do plantio nos EUA e com as enchentes que devastaram o Rio Grande do Sul, no Brasil. O WASDE trouxe uma revisão de 1 milhão de toneladas a menos para o Brasil, com espaço para novas correções em vista do desastre no RS. As estimativas mais recentes da StoneX apontam para uma queda de 3 milhões de toneladas na produção do estado.
Milho avança frente a questões climáticas e cobertura de posições
Na semana passada, os futuros do milho tiveram ganhos significativos na bolsa de Chicago. O contrato com vencimento em julho encerrou o pregão de sexta-feira (10) cotado a 469,75 cents/bu, valorização semanal de 2,1%. As altas para o cereal vieram na esteira de uma cobertura de posições vendidas pelos fundos, bem como por uma diminuição da estimativa do USDA para a produção sul-americana, devido a secas em estados brasileiros, como Paraná e Mato Grosso do Sul, e à infestação de cigarrinhas na Argentina. No Brasil, o contrato com vencimento em julho ficou cotado a R$ 58,95/sc, valorização semanal de 1,3%.
Em uma semana volátil, os óleos vegetais terminaram com resultados mistos. O óleo de soja demostrava desvalorização até o final da quinta-feira (9). No último pregão da semana, além de uma correção esperada após a renovação da mínima desde janeiro/21 atingida na quinta-feira (9), o óleo de soja mostrou um avanço significativo para terminar a semana com saldo positivo.
Os avanços em Chicago tiveram influência das preocupações com a safra do Rio Grande do Sul, e por notícias de que os Estados Unidos poderiam elevar o imposto para a importação de Óleo de Cozinha Usado (UCO) da China, que representou 50% das importações americanas de UCO em 2023, o que favoreceria a demanda pelo óleo de soja. O contrato de jul/24 terminou a semana cotado a US¢ 44,4/lb, valorização de 3,3% na semana.
No mercado internacional, grande parte dos mercados de referência apresentou uma redução para os preços da ureia. No entanto, no Brasil, as cotações CFR se mantiveram em patamares relativamente estáveis. No mercado de fosfatados, onde lentamente as exportações da china estão sendo retomadas, houve uma diminuição para os preços do MAP CFR Brasil, variação que está em linha com a queda observada em outros países, como os EUA e a China, por exemplo. Por fim, para o cloreto de potássio, não foram registradas movimentações para as cotações no Brasil. Vale lembrar que, nesse momento, há relatos de que a demanda por fertilizantes está enfraquecida no mercado brasileiro.
Ao final da última terça-feira (14), os preços do açúcar bruto e branco registraram um dia de recuperação nas bolsas, após recuar significativamente na última segunda-feira (13). Para o bruto, SBN4, o dia finaliza em US¢ 18,87/lb (+1,29%), enquanto para o branco SWQ4 o pregão se encerra na marca de US$ 553/ton (+0,55%). Influenciando os mercados, além da resposta ao pregão anterior de baixa, vale notar a incerteza frente à proximidade da divulgação do relatório de acompanhamento de safra da UNICA, que deverá ser divulgado ainda esta semana, assim como relatos de que volumes de açúcar vendidos no contrato de março/24 na bolsa de Nova Iorque ainda não foram plenamente entregues, podendo sinalizar uma menor disponibilidade do produto.
Depois de terminar a semana anterior com expressivas perdas em meio a forte liquidação especulativa de contratos, os preços futuros de café apresentaram uma certa estabilidade com o fim das liquidações e devido a um cenário praticamente inalterado no campo dos fundamentos. Em Nova Iorque, o contrato mais ativo terminou a última semana com um leve avanço de 0,2% para US₵ 201,15/lb. Por outro lado, em Londres, os preços futuros de café robusta tiveram uma queda de 3% para USD 3440/ton.
No mercado doméstico brasileiro, os preços de café seguiram a tendência observada no exterior, principalmente em Londres, e terminaram a semana em queda. O indicador Cepea para o café arábica apresentou perdas de 1% na semana, fechando a última sexta-feira (10) cotado em R$ 1.125,17/saca. Já o indicador para o café robusta apresentou uma queda ainda mais intensa de 3%, fechando a sexta-feira cotado em R$ 940,27/saca.
Na última semana, as cotações de futuros do contrato mais ativo do Brent acumularam leve queda de 0,2%, negociadas a USD 82,79 bbl na última sexta-feira (10), enquanto o WTI registrou um avanço semanal de 0,19%, negociado em USD 78,26 bbl. O petróleo seguiu influenciado por fatores baixistas na semana passada, que limitaram a recuperação dos futuros e chegaram a levar o contrato mais ativo do Brent para os menores patamares em quase dois meses na última sexta-feira. Em geral, visões mistas sobre a demanda global de petróleo, menores prêmios de risco associados aos conflitos no Oriente Médio e um Fed contracionista influenciam menor apetite por risco dos investidores.
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