A semana foi marcada pela divulgação de dados mais brandos para os Estados Unidos, recuperando levemente as apostas para cortes de juros pelo Federal Reserve, bem como pela mudança inesperada no comando da Petrobras, que ampliou a percepção de riscos para ativos brasileiros e limitou os ganhos do real. O dólar negociado no mercado interbancário terminou a semana em queda, encerrando a sessão desta sexta-feira (17) cotado a R$ 5,103, recuo semanal de 1,1%, mensal de 1,7% e ganho anual de 5,2%. Já o dollar index fechou o pregão desta sexta cotado a 104,4 pontos, variação de -0,8% na semana, -1,6% no mês e +3,1% no ano.
As cotações da soja apresentaram pouca variação nos primeiros quatro pregões da semana passada, mas a alta expressiva na sexta-feira (dia 17), condicionou o fechamento positivo, com o vencimento para julho terminando em 1228 cents por bushel, ganhos de 0,7% no período. Por outro lado, os contratos da safra nova encerram a semana em leve baixa. Essa alta dos contratos mais próximos no último pregão da semana foi condicionada por preocupações renovadas com a safra brasileira, com previsões de chuvas no Rio Grande do Sul. Ademais, o ritmo do plantio nos EUA continua no radar, com ocorrência de precipitações resultando em atrasos no campo.
Milho atua em forte baixa em Chicago
Na semana passada (13/05-17/05), os futuros do milho negociados na bolsa de Chicago atuaram em baixa, interrompendo uma sequência de três semanas consecutivas de ganhos. O contrato com vencimento em julho encerrou o período cotado a 452,50 cents/bu, desvalorização semanal de 3,7%. A desvalorização do trigo, vendas de exportação fracas e expectativa de avanço do plantio nos EUA foram os fatores que mais pesaram sobre o mercado. Na B3, o contrato com vencimento em julho encerrou o período cotado a R$ 58,60/sc, desvalorização semanal de 0,6%, seguindo Chicago.
Os óleos vegetais registraram valorização na última semana em suas principais bolsas de negociação. O óleo de soja encontrou suporte nos dados de esmagamento de soja dos Estados Unidos em abril, que vieram aquém do esperado, indicando uma menor entrada de óleo no mercado americano. O movimento altista da soja, com as preocupações com os ajustes para baixo no rendimento das safras de soja na América do Sul, também deu força ao óleo. O contrato de julho/24 do óleo de soja terminou o período cotado a US¢ 45,3/lb, valorização semanal de 1,9%.
Já o óleo de palma, além de influenciado pelos ganhos observados na bolsa de Chicago, terminou a semana com ganhos em meio à confirmação de dados mais fortes das importações da Índia em abril, apesar de as dúvidas quanto à recuperação da demanda permanecerem no mercado. A tela equivalente terminou a semana cotada a USD 831,2/t na Bursa, avanço de 3,4% na semana.
Nas últimas semanas, a principal característica do mercado de nitrogenados tem sido a fraqueza dos fundamentos. Porém, nos últimos dias, aquisições de ureia no Egito movimentaram o mercado, e isso elevou os preços em outros países. No Brasil, isso representou um aumento de US$ 5/tonelada para a ureia. No segmento de fosfatados, investidores aguardam o momento em que os compradores da Índia retornarão às compras, mas, enquanto isso, os preços no Brasil mantiveram a estabilidade. No mercado de potássicos, o balanço entre a oferta e a demanda está equilibrado, e, no Brasil, não houve variação para as cotações CFR. Nessa época do ano, geralmente, há poucos compradores ativos no mercado, e isso tende a representar fundamentos fracos no segmento de fertilizantes.
Considerando o contrato mais ativo em bolsa (SBN4), a última semana ficou marcada por uma desvalorização expressiva para o açúcar bruto, passando de US¢ 19,3/lb em 10/05 para US¢ 18,19/lb (-6,1%) em 17/05 – com movimentação semelhante para o branco #5 em Londres. Influenciando o mercado, é importante destacar o fundamento de oferta abundante vindo do Centro-Sul brasileiro. A região bateu seu recorde produtivo em 2023/24 (abr-mar) o que tem levado o Brasil a trazer volumes recorde de açúcar ao mercado internacional. Intensificando a queda, nesta última semana a UNICA divulgou os dados para a safra 2024/25 durante a segunda metade de abril/24, indicando uma produção elevada, favorecida pelo mês de abril mais seco – o que favorece as atividades de colheita.
Consideração a volatilidade observada nas semanas anteriores, os preços na última semana podem ser considerados relativamente estáveis, enquanto houve a predominância de fatores técnicos e dos agentes especulativos, com um cenário praticamente inalterado no campo dos fundamentos. Em Nova Iorque, o contrato mais ativo terminou a semana com ganhos de 3%, fechando a sexta-feira (17) cotado em US₵ 206,6/lb. Em Londres, os preços seguiram uma tendência similar, fechando a semana com alta de 2% para USD 3518/ton.
No mercado doméstico brasileiro, os preços seguiram as movimentações observadas no exterior e terminaram a semana com ganhos. O Indicador Cepea para o café arábica apresentou um avanço de 3% na semana, fechando a sexta-feira (17) cotado em R$ 1.155,64/saca. Para o café robusta, o indicador apontou para um incremento um pouco maior de 4%, para R$ 977,21/saca. Nesse período, o dólar apresentou uma queda de 1% para USDBRL 5,10.
A última semana foi mais uma de elevada volatilidade para o preço do cacau nos mercados futuros, com os contratos referentes a julho (tela mais ativa em bolsa) encerrando a semana em queda de 17,4% na bolsa de Nova Iorque e 19,1% na bolsa de Londres, cotados respectivamente a 7.348USD/ton e 6.121 GBP/ton. Destaca-se o pregão da última segunda-feira (13), que registrou maior retração diária em 60 anos, encerrando a 7.166 USD/ton, contra uma abertura de 8.797 USD/ton (queda de 19,4%).
Mesmo ainda sem fundamentos claros para justificar a forte redução dos preços, a variação negativa da semana segue a tendência de queda que vem sendo observada desde meados de abril para os contratos futuros do produto. O fechamento da semana passada consolida uma queda de 37,4% em relação ao maior preço observado para a tela de julho, ocorrido dia 19 de abril, quando o cacau negociado em Nova Iorque atingia 11.722 USD/ton.
Na última semana, as cotações de futuros do contrato mais ativo do Brent acumularam alta de 1,44%, negociadas a USD 83,98 bbl na última sexta-feira (17), enquanto o WTI registrou um avanço semanal de 2,3%, negociado em USD 80,06 bbl. Os contratos reverteram as quedas registradas no início da semana – as quais chegaram a levar os futuros do Brent para o menor nível desde março. Essa recuperação foi apoiada por perspectivas mais positivas sobre o início do corte de juros do Fed após a divulgação do CPI de abril nos Estados Unidos, além da melhora de dados econômicos na China em abril, especialmente com o anúncio de pacotes de estímulos para o setor imobiliário no país. Assim, os fatores altistas no período contribuíram para a primeira alta semanal do petróleo em três semanas.
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