Em semana de feriados no Brasil e nos EUA, as negociações foram marcadas pela flutuação das expectativas para cortes de juros pelo Federal Reserve e pela maior percepção de riscos para a condução da política fiscal e monetária no Brasil. O dólar negociado no mercado interbancário terminou a semana em queda, encerrando a sessão desta sexta-feira (31) cotado a R$ 5,251, alta semanal de 1,6%, mensal de 1,1% e anual de 8,2%. Já o dollar index fechou o pregão desta sexta cotado a 104,6 pontos, variação de -0,1% na semana, -1,5% no mês e +3,2% no ano.
A semana passada foi mais curta em Chicago, devido ao feriado do Memorial Day na segunda-feira (dia 24), mas na volta das negociações, na terça-feira (dia 28), uma tendência de queda predominou. O vencimento para julho encerrou a sexta-feira (dia 31) em 1205 cents por bushel, baixa semanal de 3,4%. A safra norte-americana está cada vez mais no foco do mercado, com apostas de que a soja possa ganhar áreas de última hora, o que condicionou um movimento de venda. Além disso, o mercado monitora as importações chinesas de soja, com as margens de esmagamento no país estando mais pressionadas atualmente.
Avanço do plantio e trigo fraco pressionam milho em Chicago
Na semana passada, os futuros do milho desvalorizaram na bolsa de Chicago, devolvendo parte dos ganhos que vinham desde meados de fevereiro. No encerramento do período, o contrato com vencimento em julho ficou cotado a 446,25 cents/bu, desvalorização de 4,0%. O principal fator por trás das perdas foi o avanço importante do plantio do milho nos Estados Unidos, que de 70% no dia 19 de maio passou para 83% no dia 26 de maio, indicando que a maior parte da área será plantada dentro da janela ideal. Além disso, uma queda do trigo também ajudou na trajetória de queda do milho em Chicago.
No Brasil, a colheita do milho safrinha atingiu 6,4%. Somando esse aumento na oferta interna com a desvalorização do milho na bolsa de Chicago, o resultado foi perdas para o milho na B3 ao longo da semana, que encerrou o período negociado a R$ 58,21/sc, desvalorização semanal de 2,0%.
O óleo de soja encerrou a última semana em alta na bolsa de Chicago, influenciados principalmente por fatores técnicos, pelos relatos de participantes do mercado que a demanda por matérias-primas do setor de diesel renovável (HVO) dos EUA pode estar aos poucos aumentando após um período de consumo reduzido e pelo forte desempenho da palma na semana. A tela de jul/24 terminou cotada a US¢ 45,5/lb, alta de 1,3%.
O óleo de palma registrou uma valorização significativa de 5,2% na semana para encerrar o período cotado a USD 866,6/t. O mercado foi influenciado principalmente pelos dados oficiais de produção, exportações, estoques e consumo na Indonésia em março, que vieram com um tom levemente altista principalmente por uma produção aquém do esperado para o mês. As prévias mais otimistas para as importações da Malásia em maio também contribuíram para dar suporte às cotações da palma na semana.
Os preços da ureia aumentaram no mercado físico brasileiro. Recentemente, aquisições no mercado internacional e uma redução na produção do Egito apertaram os fundamentos do setor, e isso levou a elevações de preço, que afetaram o mercado brasileiro. É cedo para dizer, contudo, se esse movimento será duradouro. As cotações do MAP, por sua vez, também registraram um aumento. Neste segmento, há indicações de mais firmeza no mercado, e expectativas de crescimento da demanda por fosfatados no Brasil e na Índia. Por fim, no mercado de potássicos, não houve variações de preço, e, com fundamentos equilibrados, as cotações permanecem estáveis.
Na sexta-feira (31), o açúcar apresentou leve recuperação frente ao fechamento do dia anterior, porém não foi capaz de conter a retração semanal. Ao final da sessão, o julho/24 do NY#11 foi precificado a US¢ 18,30/lb, desvalorização sutil de 11 pontos (-0,6%) em relação à sexta passada. No momento, o demerara parece confortável na região entre US¢ 18,00-18,50/lb, porém em um sentimento majoritariamente baixista – com dificuldade de manter momentos de alta nos pregões recentes. Novamente, a última semana fica marcada por um mercado voltando a testar o patamar de US¢ 18,00/lb, que parece uma relevante resistência, até que novas surpresas e notícias cheguem aos agentes.
Na última semana, os preços futuros de café arábica e café robusta voltaram a subir em meio a um maior apetite dos agentes especulativos em meio ao cenário de oferta reduzida de café robusta na Ásia. No início da semana, atuou de forma altista para as contações a notícia de que o ministério de agricultura vietnamita projetou uma queda de 20% na produção do país na próxima temporada. No entanto, a divulgação de dados mais otimistas por parte do USDA na tarde da quinta-feira (30) atuou de forma baixista para os preços na sessão da sexta-feira (31) – conforme será abordado à frente, o USDA projetou a produção do país em 29 milhões de sacas em 2024/25, quase inalterado se comparado com a atual temporada.
Em Nova Iorque, o contrato mais ativo, com vencimento em julho, terminou a semana com alta de 410 pontos (+1,9%), fechando a sexta-feira (31) cotado em US₵ 222,35/lb. No terminal londrino, os preços futuros de café robusta avançaram USD 95/ton (+2,4%), fechando a sexta-feira cotado em USD 3987/ton. Nesse mesmo período, o dólar index teve uma queda de 0,1% para 104,57 pontos e o par USDBRL avançou 1,5% para 5,24.
Reforçando a tendência da semana anterior, a semana passada foi mais uma vez marcada por um forte aumento de preços para o cacau nos mercados futuros. As negociações em Nova Iorque para o segundo contrato (set/2024, CCU4) finalizaram a sexta-feira (31/05) em 8.586 USD/ton, aumento semanal de 10%, enquanto a primeira tela, com vencimento para julho/24 (CCN4), encerrou o período em US$ 9331/ton, valorização de 12,5%. Em Londres, o fechamento para o contrato mais ativo foi de GBP 6910/ton, valorização de 8,2% no período.
Um potencial fator de suporte às cotações na última semana pode estar relacionado a uma antecipação em relação ao relatório trimestral da Organização de Cacau (ICCO, na sigla em inglês), divulgado na última sexta-feira (31/05), que trouxe uma revisão das estimativas para o balanço entre a oferta e demanda global da comodity. A ICCO revisou as suas estimativas referentes às safras 2022/2023 e 2023/2024 (out-set), confirmando as expectativas mais pessimistas em relação ao suprimento global da amêndoa.
Na última semana, as cotações de futuros do contrato mais ativo do Brent acumularam queda de 0,61%, negociadas a USD 81,62 bbl na última sexta-feira (31), enquanto o WTI seguiu lateralizado, avançando leves 0,16% e negociado em USD 76,99 bbl. Os futuros do Brent encerraram maio com queda de 7%, refletindo o sentimento baixista do mercado em meio as perspectivas de um Fed mais cauteloso, além das mudanças da precificação dos riscos envolvendo os conflitos geopolíticos no Leste Europeu e Oriente Médio. Na última semana, especificamente, a leve queda dos preços foi influenciada pela recuperação dos estoques de combustíveis nos EUA, mas agentes aguardam novos fundamentos para maiores direcionamentos dos preços, o que explica as lateralidades dos contratos no período.
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