Fonte: StoneX cmdtyView.
A moeda americana se fortaleceu globalmente, impulsionada por uma leitura mais aquecida para a inflação americana, um tom mais firme da ata de decisão de política monetária do Federal Reserve e por preocupações com o crescimento econômico chinês. As perdas do real foram aprofundadas por receios com a condução da política fiscal brasileira e maior percepção de riscos para ativos nacionais. O dólar negociado no mercado interbancário terminou a sessão desta sexta-feira (11) em alta, cotado a R$ 5,4564, avanço semanal de 0,4%, mensal de 0,1% e anual de 12,5%. Já o dollar index fechou o pregão desta sexta cotado a 102,5 pontos, variação de +2,1% na semana, 1,7% no mês e de +1,1% no ano.
As cotações da soja registraram queda em Chicago na última semana, sem maiores novidades pelo lado dos fundamentos e com a ocorrência de chuvas mais significativas no Brasil. O contrato para novembro encerrou a sexta-feira (dia 11) em 1005,5 cents por bushel, queda semanal de 3,1%. A colheita nos EUA também vem avançando, com um clima favorável ajudando o ritmo mais acelerado dos trabalhos de campo. Valendo lembrar que é estimado que o país colha uma safra recorde de soja neste ano. Com a colheita aumentando a disponibilidade de soja norte-americana no mercado, as exportações do país vão estar cada vez mais no radar. O último trimestre do ano é o melhor período de embarques da soja norte-americana e atualmente o produto do país para a China está mais competitivo que o brasileiro. No Brasil, os últimos dias foram mais chuvosos em grande parte da região produtora de soja, situação que permitiu um início e avanço mais generalizado do plantio. Na sexta-feira (dia 11), a StoneX indicou que a semeadura da oleaginosa alcançava 11,2% da área nacional prevista. Os estados do Centro-Oeste estão atrás do registrado nesse mesmo período do ano passado, enquanto o plantio no Paraná estava 44% completo, contra 39% nessa mesma semana de 2023.
Colheita acelerada e WASDE baixista pressionam milho
A semana foi de desvalorização para o milho, com o vencimento de dez/24 encerrando a última sexta-feira negociado a US¢415,75/lb, uma queda de 2,1% na semana. O clima mais seco nos EUA, apesar de trazer uma preocupação com o nível dos rios do país, que são importantes para o escoamento da colheita, segue sendo benéfico para os trabalhos de campo. Motivados pelo WASDE, publicado pelo USDA na sexta-feira, uma elevação das posições vendidas ajudou a pressionar os preços. Na B3, os futuros de milho tiveram uma valorização de 0,7% para o vencimento de novembro/24. Apesar das quedas no mercado internacional, o mercado doméstico recebeu suportes do câmbio. O Real desvalorizou quase 3% em comparação ao dólar em um contexto geral de aversão ao risco.
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Os futuros de óleo de soja registraram queda na última semana de negociações, com o mercado tentando realizar algumas correções após as altas intensas entre a segunda metade de setembro e o início de outubro, enquanto os agentes aguardavam uma reafirmação das estimativas positivas para a soja pelo USDA em sua atualização de outubro. Além disso, a EIA revisou para baixo suas projeções de produção de HVO nos Estados Unidos em 2025, reforçando a percepção de que o mercado de biocombustíveis no país, embora crescente, está avançando em um ritmo mais lento que o esperado. O contrato de dez/24 fechou o período cotado a US¢ 43,3/lb, com queda de 1,5%.
O óleo de palma fechou em queda, passando por algumas correções, mas mantendo-se em níveis significativamente elevados, acima dos USD 1000/t. Os fatores ligados à preocupação com a oferta continuam tendo maior peso entre os fundamentos. Todavia, a confirmação de forte queda nas importações indianas, concretizando os efeitos negativos dos preços altos e dos novos impostos de importação do país sobre a demanda, tende a contribuir para conter novos aumentos de preços no curto prazo. O contrato de dez/24 terminou cotado a USD 1005/t, queda semanal de 1,5%.
No mercado brasileiro, os preços CFR da ureia aumentaram em comparação a semana passada. A licitação da Índia, de um lado, e as tensões do conflito no Oriente Médio, de outro, trouxeram sentimentos altistas para os nitrogenados. Vale lembrar que, até o final do ano, compradores brasileiros retornarão ao mercado para adquirir insumos para a safrinha. No mercado de fosfatados, os preços do MAP permaneceram estáveis, e, no setor de potássicos, os fundamentos seguem fracos. Uma redução das cotações CFR do cloreto de potássio foi registrada.
Nesta sexta-feira (11), o açúcar bruto em NY fechou em alta moderada pelo terceiro pregão seguido, mas que não foi suficiente para impedir que o contrato de março/25 fechasse em queda frente à semana anterior. Ao final da sessão de hoje, o H25 finalizou precificado a US¢ 22,24/lb, 3,3% abaixo da semana passada, quando os preços ainda oscilavam acima do nível de US¢ 23,00/lb. Sem muitas novidades além do relatório da UNICA, que trouxe números dentro do esperado, a semana foi de ajuste em relação aos patamares observados na virada do mês. Até a terça-feira, essa queda acumulada em quatro sessões chegou a se estender para cifras abaixo de US¢ 22,00/lb, tocando inclusive a região de US¢ 21,80/lb, mas voltando a subir posteriormente. Do lado dos fundamentos, uma pista baixista pode vir com mais ênfase caso as chuvas no Centro-Sul cheguem com mais intensidade nas áreas de cana. Entretanto, por si só, a escalada recente de preços já trazia uma pressão para correção, uma vez que grande parte do movimento foi motivado por fatores especulativos.
O indicador coletado pela StoneX para o etanol hidratado (PVU, com impostos) em Ribeirão Preto (SP) fechou em R$ 3,02/litro, alta semanal de 2%. Como evidenciado pelas vendas das usinas ao mercado doméstico na segunda quinzena de setembro, as compras podem estar retornando a patamares mais propícios à alta de preços, ao contrário do início de setembro até a terceira semana do mês, quando o ritmo comprador caiu significativamente a ponto de causar pressão de baixa dos preços. Já no momento, ao contrário também de setembro, o alto volume de tancagem em algumas usinas parece ter normalizado, e outubro pode ficar marcado por pico de estoques no Centro-Sul e queda do indicador em diante.
Na última semana, o mercado futuro de cacau reverteu a tendência de queda observada na semana anterior, registrando uma valorização expressiva em todos os contratos. A movimentação altista ocorreu após uma acentuada desvalorização registrada na semana anterior, impulsionada em grande medida pela perspectiva de adiamento da implementação da Lei Antidesmatamento da União Europeia (EUDR), o que resultou em um alívio de curto prazo da demanda pelo produto. Na última semana, contudo, essa tendência de queda foi revertida, possivelmente iniciada como uma correção técnica das cotações, que haviam sofrido perdas substanciais, e intensificada pelo contexto incerto do mercado de cacau. Entre os fatores que provavelmente contribuíram para a alta, destacam-se a proximidade da divulgação dos dados de moagem referentes ao terceiro trimestre de 2024, a manutenção das preocupações climáticas na África Ocidental e seu impacto no início das entregas de cacau nessa região.
Na última semana, as cotações de futuros do Brent encerraram o período com uma alta de 1,27%, sendo negociados na sexta-feira (11) a USD 79,04 bbl. Os contratos do WTI seguiram a mesma trajetória, acumulando uma alta de 1,57% na semana, cotados a USD 75,56 bbl. Os investidores seguiram precificando os riscos de oferta associados ao conflito no Oriente Médio, refletindo o acirramento das ofensivas no Líbano e uma possível retaliação de Israel contra o Irã. Entretanto, um forte aumento das reservas de petróleo nos Estados Unidos e perspectiva de aumento da oferta global de petróleo contribuíram para limitar o avanço das cotações. Além disso, a percepção de uma economia chinesa enfraquecida, que se reflete sobre o mercado de petróleo e derivados interno, atuam como forças baixistas sobre os preços.
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