Abertura de Câmbio

Câmbio abre a quinta em alta,
cotado ao redor de R$ 5,23
 
Leonel Oliveira Mattos
Leonardo Rossetti
Vitor Andrioli
Dólar deve refletir a formação da taxa Ptax de fim de mês
e receios com recessão global

A taxa de câmbio apresentava tendência de elevação nas primeiras operações desta quinta-feira (30). No momento da publicação deste texto (09h30min), ela era negociada ao redor de R$ 5,23, avanço de 0,7% em relação ao fechamento de quarta-feira. Já o dollar index era cotado ao redor de 105,3 pontos, variação de +0,2% ante à véspera. O movimento do último pregão do mês deve ser acompanhado por maior volatilidade nos horários utilizados pelo Banco Central (BC) para a formação da taxa Ptax de fim de mês, entre as 11h00min e as 13h10min. Além disso, o mercado de divisas deve repercutir os temores crescentes com a possibilidade de uma recessão econômica em escala global, após líderes dos principais bancos centrais soarem o alarme para uma inflação persistente nos próximos anos, que exigirá um aperto monetário consistente e que, possivelmente, pode desacelerar a atividade econômica. No Brasil, em dia de agenda cheia, analistas acompanham a divulgação do relatório trimestral de inflação pelo Banco Central (BC), em que a instituição previu elevou sua projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2022 de 1,0% para 1,7%, a publicação de dados do mercado de trabalho pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para o mês de maio, em que a taxa de desemprego recuou para 9,8%, e a nova tentativa de votação para a Proposta de Emenda à Constituição (PEC), que busca aumentar o Auxílio Brasil e o Auxílio Gás, conceder subsídios para o etanol e o transporte gratuito de idosos e criar um voucher para caminhoneiros autônomos. Na agenda do dia, ainda, o Departamento de Trabalho dos EUA (DOL) atualiza os pedidos semanais de auxílio-desemprego, às 09h30min, a presidenta do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, discursa às 10h30min, e a S&P Global e Caixin publicam o Índice Gerente de Compras (PMI) da indústria de junho da China, às 22h45min.

O dólar negociado no mercado interbancário apresentava firme tendência de alta na manhã desta quinta-feira, refletindo um ambiente de negócios pessimista e avesso ao risco no exterior. Ativos arriscados, como índices acionários, commodities e moedas de países emergentes se desvalorizavam, enquanto o dollar index, indicador que pondera a cotação do dólar perante seis divisas de economias avançadas, ganhava força. Os investidores repercutiam as falas dos presidentes do Federal Reserve, do Banco Central Europeu e do Banco Central da Inglaterra alertando que a conjuntura econômica do pós-pandemia era muito diferente da época anterior, de que a aceleração inflacionária deverá se manter por mais algum tempo, que isso exigirá que os bancos centrais aumentem suas taxas de juros de forma rápida e intensa na tentativa de evitar a consolidação dessas tendências inflacionárias e que uma desaceleração econômica significativa mundial pode acontecer.

Nesta manhã, também, o BC publicou seu relatório trimestral de inflação, em que atualiza suas projeções para as principais variáveis macroeconômicas brasileiras para os próximos anos. Dentre elas, destacou-se a previsão de que o PIB brasileiro em 2022 irá crescer 1,7%, ante estimativa de 1,0% em março, visto que a maior parte dos analistas prevê uma desaceleração econômica global e ainda estão presentes elementos de instabilidade pronunciada, como a guerra entre Rússia e Ucrânia e a própria persistência inflacionária. Além disso, a autoridade monetária previu 100% de chance de a inflação ultrapassar o teto da meta em 2022, 29% chance em 2023 e 19% de chance em 2024. Essa projeção leva em conta cenário com a trajetória da taxa de juros extraída da pesquisa Focus, que termina 2022 em 13,25% ao ano, vai para 10,00% em 2023 e para 7,50% em 2024.

Vale destacar, também, que o Senado adiou para hoje a votação da PEC 1/2022, que consolidou as propostas do governo federal para declarar estado de emergência em 2022, criar e ampliar programas sociais. O relatório é explícito que a declaração do estado de emergência é necessária para evadir as proibições da Lei Eleitoral, que veda a criação ou a ampliação de benefícios sociais em ano eleitoral, e “para dar o necessário suporte legal às diferentes políticas públicas”, visto que as recomendações sugeridas não respeitam a Lei de Responsabilidade Fiscal (dispensa a necessidade de compensação na forma de redução de despesas ou aumento de receitas), não são contabilizadas no teto de gastos (seriam financiadas por crédito extraordinário) e não obedecem a regra de ouro (permitem o endividamento para financiar os gastos correntes do setor público). Em síntese, até o momento, as seis medidas centrais contidas na PEC são a declaração do estado de emergência, o aumento temporário de R$ 200 no Auxílio Brasil, a inclusão imediata de todas as famílias cadastradas no programa que ainda não recebem o benefício, a duplicação do valor do Auxílio Gás, a criação de um auxílio financeiro de R$ 1000 para caminhoneiros autônomos por seis meses, o subsídio à gratuidade para idosos no transporte coletivo e a compensação financeira aos Estados para garantir competitividade tributária do etanol hidratado em relação à gasolina. Segundo o relator, senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), o custo total seria de R$ 38,75 bilhões.

TABELA DE INDICADORES ECONÔMICOS
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Fontes: Banco Central do Brasil; B3; IBGE; Fipe; FGV; MDIC; IPEA e CommodityNetwork Trader’s Pro.
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