No retorno do feriado do Dia da Independência dos Estados Unidos, o dólar demonstrava força diante de outras divisas de economias avançadas e de economias emergentes, ainda repercutindo o ambiente global de aversão ao risco e a perspectiva de manutenção de uma postura mais contracionista do Federal Reserve. Nesta manhã, o dollar index avançava cerca de 1,4%, operando acima do patamar de 106 pontos, nível que corresponde a sua máxima desde 2002. A percepção de que uma recessão será inevitável para as economias da zona do euro contribuía para o enfraquecimento da moeda única ao seu menor valor em 20 anos, impulsionando as cotações do dollar index.
O movimento de valorização do dólar também era percebido nas primeiras negociações no mercado brasileiro de câmbio, com alta de cerca de 1,2% da moeda americana para o patamar de R$5,388 por volta das 10h30 de hoje (5). Além dos fatores externos, os avanços no sentido da aprovação da PEC dos Auxílios e os elevados riscos fiscais associados a ela também reforçavam a pressão sobre o real.
Nesta terça-feira, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), deve se reunir com os líderes das bancadas para discutir os próximos passos da tramitação da PEC. Além das medidas já adicionadas no Senado, o relator da proposta na Câmara, deputado Danilo Forte (União-CE), pretende acrescentar um auxílio-gasolina para motoristas de aplicativo, ampliando o impacto da PEC sobre as contas públicas para perto de R$ 60 bilhões.
As cotações do par euro/dólar atingiram o patamar de 1,022 hoje pela manhã – indicando que o euro está na sua posição mais desvalorizada desde dezembro de 2002. A tendência de enfraquecimento da divisa reflete tanto o atraso do Banco Central Europeu (BCE) em relação às autoridades monetárias de outras economias avançadas em entregar uma resposta crível para o controle da inflação, como também a desaceleração econômica da região devido aos impactos derivados da guerra entre a Rússia e a Ucrânia.
A desvalorização mais recente do euro foi observada ontem, e se deu após a divulgação do índice composto do PMI para a zona do euro. Segundo a publicação, a economia da região se desaqueceu, ao registrar queda de 54,8 pontos em maio/22 para 52,0 em junho/22. A leitura observada é a menor em 16 meses e coloca o bloco europeu mais perto de cruzar o limiar de 50 pontos do índice, que separa situações de expansão e retração do nível de atividade. Ademais, analisando componentes selecionados do PMI, nota-se que o volume de empregou estagnou após expandir-se por 16 meses seguidos, e o volume de novos pedidos apresentou queda. Ambas as variáveis também sugerem uma deterioração das perspectivas futuras.
Como consequência da divulgação do PMI, observou-se um movimento abrupto dos rendimentos dos títulos da dívida alemã, maior economia do bloco. O título alemão de 2 anos, mais sensível às perspectivas para as taxas de juros do BCE, registrou uma retração de 14 pontos base no comparativo diário, se posicionado no patamar de 0,49% e sinalizando a possibilidade de que a autoridade monetária europeia possa desacelerar seus planos de contenção da inflação diante da probabilidade de uma recessão iminente.
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