longe das máximas do dia
A taxa de câmbio da moeda brasileira teve mais um dia de oscilação expressiva, variando cerca de 1,9% entre as máximas e mínimas desta quarta-feira (13). Durante a manhã, a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor (CPI) dos Estados Unidos para o mês de junho, que surpreendeu ao revelar aceleração da inflação acima do esperado, impulsionou o par real/dólar ao pico do intradia, em torno dos R$ 5,455. O patamar elevado das cotações e a consolidação de expectativas para a próxima decisão de política monetária do Federal Reserve serviram de gatilho para um movimento de realização de lucros, que pressionou o dólar a operar por boa parte de tarde em torno de R$ 5,375, perto do piso da sessão. Até o fechamento, as cotações ainda ensaiaram alguma recuperação parcial, encerrando a R$ 5,404, em baixa de 0,7%.
No mercado americano, o dollar index – que mede a força do dólar em relação a uma cesta de moedas avançadas – também encerrou o dia distante das máximas do pregão, registrando queda marginal em relação à véspera e cotado a 107,8 pontos. Pela manhã, repercutindo a evolução aquecida do CPI, o índice chegou a alcançar 108,4 pontos, repetindo o pico da terça-feira (12).
Os dados do Departamento de Estatísticas do Trabalho (BLS) mostraram nesta manhã um avanço de 1,3% para o CPI em junho, ficando significativamente acima das projeções de analistas, de 1,1%, e superando a alta de 1,0% registrada em maio. Com o resultado, o acumulado em 12 meses, que saltou de 8,6% no mês anterior para 9,1%, chegou a seu maior valor desde o final de 1981. A evolução do índice de inflação atuou para reajustar as expectativas dos agentes em relação ao ritmo da contração da política monetária adotada pelo Federal Reserve para garantir a estabilização do nível de preços.
Índice de Preços ao Consumidor (CPI) - Estados Unidos
Nesta tarde, em Brasília, foram rejeitados na Câmara dos Deputados os destaques apresentados pelos parlamentares de oposição para a PEC dos Auxílios, incluindo a tentativa de retirada do estado de emergência da proposta, artifício adotado para se ignorar as leis eleitorais e fiscais e permitir a ampliação dos benefícios sociais em período eleitoral e para além do teto de gastos. Pela tarde, os parlamentares concluíram a votação em primeiro turno e a apreciação de todos os destaques, faltando apenas sua aprovação em segundo turno.
Nesta manhã, os deputados de oposição também criticaram a manobra utilizada na véspera pelo presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), para garantir o quórum para a aprovação da PEC. Lira declarou a sessão suspensa, após falhas técnicas durante o processo de votação, retomando-a hoje pela manhã. A decisão fere o regimento interno da Câmara, que define que as sessões só podem ser suspensas pelo período de até uma hora, sendo necessário, após este período, que seja aberta uma nova sessão.
Adicionalmente, ainda de acordo com o regimento, o registro de presença dos deputados durante as sessões deliberativas de terça a quinta-feira só pode ser realizado de maneira presencial, o que exigiria o retorno de parlamentares à Brasília para garantir o quórum e a participação na votação. A fim de flexibilizar essa regra, Lira baixou dois novos atos nesta manhã, permitindo que deputados possam se registrar remotamente também às quartas e quintas-feiras. Depois das alterações, a sessão de ontem foi declarada encerrada e foi aberta uma nova sessão nesta manhã, com o reestabelecimento do quórum de maneira remota. A expectativa é de que a PEC seja aprovada em segundo turno ainda hoje, garantindo que a proposta seja promulgada pelo Congresso antes do início do recesso parlamentar, em 17 de julho.
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