Abertura de Câmbio

Dólar volta a buscar máximas recentes e abre a R$ 5,47
 
Leonel Oliveira Mattos
Leonardo Rossetti
Vitor Andrioli
Riscos de recessão e de decisão monetária ainda mais contracionista do Fed conferem suporte à moeda americana

Revertendo o alívio percebido durante a tarde de ontem no mercado doméstico de câmbio, depois que um movimento de vendas levou as cotações a registrarem queda ante a véspera, o par real/dólar voltou a buscar máximas recentes e abriu a sessão em alta de 1,2%, cotado a R$ 5,470 nesta quinta-feira (14). A divisa continuava a obter suporte do cenário externo, repercutindo a perspectiva cada vez mais disseminada de que o Federal Reserve possa ser mais firme em sua próxima elevação de juros para compensar seu atraso no combate à inflação. Uma elevação mais abrupta, de mais de 75 pontos como as apostas no mercado têm sugerido, torna mais difícil que a estabilização do nível de preços ocorrerá sem efeitos adversos sobre o nível de atividade da economia americana.
 
Pela manhã, o dólar também exibia sua força ante outras moedas de economias avançadas. O dollar index avançava cerca de 0,8% em relação ao fechamento anterior, operando acima dos 108 pontos. O par dólar/euro continuava a oscilar muito perto da paridade de US$ 1,00, depois de ter rompido essa referência na quarta-feira (13). A moeda única continuava pressionada pelos receios de uma crise energética no continente europeu, indícios de desaceleração econômica na zona do euro e novos atritos no parlamento italiano, com ameaças de decomposição da base de apoio do primeiro-ministro Mario Draghi.

O alerta dado ontem pelos dados do Departamento de Estatísticas do Trabalho (BLS) dos Estados Unidos, expondo a aceleração do nível de preços e a disseminação da inflação pelos diversos itens que compõem a cesta do consumidor americano, trouxe novas certezas aos agentes econômicos, acerca da necessidade de uma política monetária mais enérgica, e temores mais concretos sobre um arrefecimento da potência global. O aperto na liquidez e a elevação nos custos de crédito nas principais praças financeiras terá repercussões importantes para o restante do mundo, afetando sobremaneira as economias em desenvolvimento e agravando a situação daquelas que já apresentam desequilíbrios externos e elevada dependência de bens e serviços importados.
 
A divulgação do Índice de Preços ao Produtor (PPI) desta manhã apenas reforçou o cenário já desenhado na véspera da necessidade de contração monetária mais veloz a ser adotada pelo Fed. O BLS apontou que os preços aos produtores aumentaram 1,1% em junho, ficando acima da mediana das apostas dos agentes, de 0,8%. Com isso, o acumulado em 12 meses foi a 11,3%, acima dos 10,7% esperados pelo mercado, chegando ao quinto mês consecutivo de dígitos duplos para o indicador e renovando as máximas da série histórica. O índice reforça a persistência tanto dos desequilíbrios nas cadeias produtivas logísticas globais causados pela pandemia da Covid-19, quanto dos efeitos dos choques de oferta provocados pela guerra russo-ucraniana sobre os custos dos insumos utilizados pela indústria dos Estados Unidos. 
 
O Banco Central (BC) divulgou nesta manhã o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) para o mês de maio. O indicador, que é considerado uma prévia para o PIB, registrou retração mensal de 0,11% no nível de atividade econômica. O resultado ficou aquém da mediana das projeções de analistas, que apontava para uma alta de 0,5% no mês. Este foi o terceiro resultado negativo no ano até o momento, que também registrou queda em janeiro (-0,60%) e em abril (-0,64%). Nota-se também as diversas revisões realizadas pelo BC para os meses anteriores, com ajustes nos resultados de janeiro (de -0,43% para -0,60%), fevereiro (0,71% para 0,88%), março (1,08% para 1,00%) e abril (-0,44% para -0,64%). Desta forma, o IBC-Br indica um crescimento de 0,92% da atividade no trimestre encerrado em maio, com expansão de 2,08% em 2022 e 2,66% nos últimos 12 meses.
 
Com a aprovação em segundo turno da PEC dos Auxílios pela Câmara, na noite de ontem, o Ministério da Economia apresentou estimativas revisadas para o crescimento econômico e a inflação em 2022. Segundo os novos dados, o governo passou a prever uma expansão de 2,0% do nível de atividade, ante 1,5% na projeção anterior, elevando o Produto Interno Bruto para R$ 9,725 trilhões (nominais). As estimativas para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foram reduzidas, incorporando o impacto das medidas legislativas sobre os preços de combustíveis e energia elétrica, levando o acumulado em 12 meses até dezembro deste ano de 7,9% para 7,2%.
 

TABELA DE INDICADORES ECONÔMICOS
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Fontes: Banco Central do Brasil; B3; IBGE; Fipe; FGV; MDIC; IPEA e CommodityNetwork Trader’s Pro.
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