cotado ao redor de R$ 5,46
O par real/dólar operava em tendência de baixa na manhã desta segunda-feira (25). No momento da publicação deste texto (09h30min), ele era negociado ao redor de R$ 5,46, recuo de 0,7% em relação ao término de sexta-feira. Já o dollar index era cotado ao redor de 106,3 pontos, variação de -0,4% ante à véspera. O mercado de divisas abriu a semana com um apetite por riscos mais elevado, em uma semana em que as atenções estarão voltadas para a decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed) desta quarta-feira. Investidores temem a possibilidade de uma desaceleração econômica intensa no curto prazo em consequência do rápido aperto monetário que o Fed está aplicando para conter a aceleração inflacionária no país. No cenário nacional, os riscos fiscais e políticos permanecem em cena, após o presidente da República, Jair Bolsonaro, convocar um novo ato de seus apoiadores para o 7 de setembro contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e o governo federal editar um crédito extraordinário (fora do teto de gastos) para a ampliação dos programas sociais previstos na PEC 1/2022, conhecida como PEC dos Benefícios. Na agenda do dia, o secretário especial do Tesouro e Orçamento, Esteves Colnago, detalha o relatório bimestral de receitas e despesas, às 11h00min, e o Ministério da Economia atualiza os dados semanais da balança comercial, às 15h00min.
O dólar negociado no mercado interbancário apresentava tendência de queda nas primeiras operações desta segunda-feira, em linha com o enfraquecimento da divisa americana no exterior. Apesar desse maior apetite por riscos, o panorama principal dos negócios é dado pela decisão de política monetária do Federal Reserve desta quarta-feira. O mercado futuro de juros aposta majoritariamente em uma alta de 0,75 ponto percentual, o que levaria a taxa de juros federal para o patamar entre 2,25% e 2,50% ao ano – o maior nível desde julho de 2019, e visualiza terminar o ano na faixa entre 3,25% e 3,50% ao ano. Há cada vez mais receios sobre a possibilidade de ocorrência de uma estagflação, isto é, uma desaceleração econômica intensa durante a persistência de altas taxas inflacionárias.
Nesta manhã, também, o Ministério da Economia publicará a íntegra do relatório bimestral de receitas e despesas, de junho, com entrevista coletiva às 11h00min. Na prévia divulgada na última sexta, o Ministério havia apontado que há a necessidade de aumentar o bloqueio do Orçamento deste ano, de R$6,739 bilhões para R$ 12,74 bilhões, a fim de cumprir o limite constitucional de despesas (também conhecido por teto de gastos). Este contingenciamento de recursos não inclui as despesas recém aprovadas pela chamada PEC dos Benefícios, pois estas são financiadas com crédito extraordinário, que não é contabilizado dentro do teto de gastos. No último sábado, o governo federal editou uma medida provisória abrindo um crédito extraordinário de R$ 27 bilhões para garantir a ampliação dos programas sociais incluídos na emenda constitucional, como o aumento temporário no valor do Auxílio Brasil, a duplicação do Auxílio Gás, a criação de auxílios para caminhoneiros e taxistas, o subsídio à gratuidade do transporte público para idosos, o subsídio a produtores de etanol hidratado e o aumento orçamentário a programas de agricultura familiar.
Por fim, é importante mencionar que o presidente da República se mantém na ofensiva contra os demais poderes institucionais quando aproveitou a cerimônia de oficialização de sua candidatura para convocar seus apoiadores a manifestações no dia 7 de setembro para atacar o STF e seus juízes. “Nós somos a maioria, nós temos disposição para luta. Convoco todos vocês agora para que todo mundo no 7 de setembro vá às ruas pela última vez (...) Estes poucos surdos de capa preta têm que entender o que é a voz do povo. Têm que entender que quem faz as leis são os Poderes Executivo e Legislativo. Têm que jogar dentro das quatro linhas da Constituição”. No palco, junto a Bolsonaro, estava o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), aliado chave de Bolsonaro que o protege de repercussões políticas ao mantér sob sua alçada, sem análise, 145 pedidos de impeachment contra o líder do Executivo.
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