Fechamento de Câmbio

A taxa de câmbio apresentou firme tendência de queda ao longo desta segunda-feira (25), encerrando a sessão negociada a R$ 5,372, recuo de 2,3% em relação ao fechamento de sexta-feira. Já o dollar index terminou o dia cotado a 106,5 pontos, variação de -0,3% ante à véspera. O mercado de divisas repercutia o fortalecimento de moedas de países exportadores de commodities, após a valorização dos preços do minério de ferro e as expectativas de recuperação econômica da China no terceiro trimestre de 2022 promoverem uma alta nos preços de demais commodities. O real, contudo, liderou os ganhos da sessão. No Brasil, a divulgação do Balanço de Pagamentos de março (com atraso, em função da greve dos servidores da instituição) mostrou que o déficit em transações correntes foi de US$ 2,764 bilhões, o menor para o mês em cinco anos.

O dólar negociado no mercado interbancário operou em forte queda durante toda a sessão desta segunda-feira, impulsionado tanto pela valorização do preço do minério de ferro no exterior como por investidores que aproveitaram para realizar lucros após a taxa de câmbio renovar máxima em seis meses na última sexta. O real apresentou o maior ganho frente ao dólar dentre 33 moedas pares. Este movimento é atípico às vésperas de uma decisão de política monetária do Federal Reserve, que costuma motivar maior aversão ao risco e cautela. Entretanto, a maioria das análises para a decisão desta quarta aponta para um aumento de 0,75 ponto percentual na taxa de juros federal americana, de forma que pode estar bem precificado pelos agentes. As dúvidas são maiores quanto à trajetória futura do aperto monetário no país, em meio a receios de que uma recessão econômica possa ocorrer no curto prazo como consequência deste aperto.

Contribuiu para o bom desempenho do real, também, a divulgação de redução do déficit primário neste ano, passando de R$ 65,5 bilhões, em maio, para R$ 59,354 bilhões. Segundo o secretário especial do Tesouro e Orçamento, Esteves Colnago, apesar do aumento das despesas com a Emenda Constitucional 123 (conhecida como “PEC dos Benefícios”) na ordem de R$ 58 bilhões, o governo terá receitas extras na casa dos R$ 45 bilhões, decorrentes da privatização da Eletrobras, somados a R$ 18,6 bilhões pagos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) como devolução de empréstimos.

No cenário externo, o dollar index terminou o dia cotado a 106,5 pontos, variação de -0,3% ante à véspera. Moedas pares do real, como o peso chileno, o peso mexicano, o rand sul-africano e a rúpia indiana também se valorizaram perante a moeda americana, e o Índice de Moedas Emergentes do J.P. Morgan terminou a sessão cotado a 50,173 pontos, ganho de 0,3% frente ao término de sexta-feira.