Fechamento de Câmbio

A taxa de câmbio apresentou firme tendência de queda ao longo desta segunda-feira (12), encerrando a sessão negociada a R$ 5,098, recuo de 0,9% em relação ao fechamento de sexta-feira. Já o dollar index terminou o pregão cotado a 108,3 pontos, variação de -0,6% ante à véspera. O mercado de divisas repercutiu o maior apetite por riscos no ambiente de negócios internacionais, que beneficiaram índices acionários, commodities e moedas de países emergentes. Contribuiu para o fortalecimento do real, também, a perspectiva de um ambiente atraente para investidores estrangeiros, tanto por oferecer uma oferta diversificada de commodities para exportação quanto por possuir um diferencial elevado nas taxas de juros diante de economias emergentes e avançadas.

Ganhos do euro O dólar negociado no mercado interbancário encerrou o pregão desta segunda abaixo de R$ 5,10, emendando ganhos pelo terceiro dia consecutivo e acompanhando em larga medida o cenário internacional de otimismo e propensão aos riscos. O dólar se enfraqueceu especialmente diante de moedas europeias, após reportagens de imprensa afirmarem que as autoridades do Banco Central Europeu (BCE) debatiam a necessidade de elevar as taxas de juros do bloco econômico “acima do território restritivo”, jargão para um patamar que provoque a desaceleração da economia, o que poderia ser 2% a.a. ou mais. As perspectivas econômicas para a Europa não são boas no curto prazo, com riscos de ocorrer uma estagflação por conta da atual crise energética. Assim, as decisões de política monetária do BCE são complexas e com custos colaterais relevantes: por um lado, caso se privilegie suavizar os impactos sobre o crescimento econômico, corre-se o risco de prolongar as altas taxas de inflação por tempo excessivo; por outro, caso se combata firmemente a inflação, corre-se o risco de aprofundar a crise econômica e trazer prejuízos sociais importantes.

Ganhos do real As moedas latino-americanas subiram no dia, capitaneadas pelo real, em função da alta nos preços de várias commodities importantes, como o petróleo e o minério de ferro. A diversidade exportadora brasileira e o bom momento climático favorecem o recebimento de investimentos produtivos do exterior. Além disso, tanto o presidente do Banco Central como seu diretor de política monetária reforçaram a mensagem de que não anteveem cortes de juros em 2023, o que privilegia os investidores que buscam uma estratégia de “carry trade” isto é, oferecer rentabilidade financeira elevada para investidores estrangeiros que, normalmente, contraem financiamentos a juros reduzidos no exterior.

Mercado de moedas No cenário externo, o dollar index terminou o pregão cotado a 108,3 pontos, variação de -0,6% ante à véspera. Moedas pares do real, como o peso chileno, o peso mexicano, a lira turca, o rand sul-africano, a rúpia indiana e o rublo russo também se valorizaram frente à divisa americana, e o Índice de Moedas Emergentes do J.P. Morgan terminou a sessão cotado a 50,370 pontos, praticamente estável frente ao término de sexta-feira.