Abertura de Câmbio

Dólar inicia a quinta em queda, cotado ao redor de R$ 5,13
 
Leonel Oliveira Mattos
Leonardo Rossetti
Vitor Andrioli
Câmbio repercute decisões de política monetária no Brasil e no exterior

A taxa de câmbio apresentava tendência de queda nas primeiras operações desta quinta-feira (22). No momento da publicação deste texto (09h30min), ela era negociada ao redor de R$ 5,13, recuo de 0,8% em relação ao fechamento de quarta-feira. Já o dollar index era cotado ao redor de 110,7 pontos, variação de +0,1% ante à véspera. O mercado de divisas deve repercutir as diversas decisões de política monetária das últimas 24 horas, em especial a do Banco Central do Brasil (BC) e do Federal Reserve (Fed). Ontem, o Fed reajustou sua taxa de juros em 0,75 p.p. e sinalizou mais aumentos ao indicar que previa que os juros terminarão 2022 em 4,40% a.a., o que implica em um alta total de 1,25 p.p. nas próximas duas decisões. No Brasil, o BC interrompeu o seu ciclo de alta após 12 reajustes consecutivos, porém sinalizou que deve sustentar a taxa básica de juros (Selic) em 13,75% a.a. até observar a convergência da inflação para a meta da instituição e que “não hesitará” em retomar o ciclo de altas caso os preços ao consumidor não se comportem como o esperado. Na agenda do dia, o Banco Nacional da Suíça anunciou decisão de política monetária, às 04h00min, o Banco da Inglaterra divulgou decisão de política monetária, às 08h00min, o Departamento do Trabalho americano atualizou os pedidos semanais de auxílio-desemprego, às 09h30min, e o Ministério da Economia publica o Relatório Bimestral de Receitas e Despesas, às 14h30min.

Decisão do Copom O dólar negociado no mercado interbancário operava em território negativo, repercutindo uma sequência de decisões de política monetária que provocaram maior volatilidade na paridade entre as moedas. Ontem, após o término das negociações, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) decidiu interromper seu ciclo de alta de juros após doze reajustes consecutivos, quando a Selic foi elevada de 2,00% a.a. para 13,75% a.a. Em seu comunicado, a autarquia buscou transmitir que as taxas de juros serão mantidas no patamar atual por um tempo considerável até que os índices de inflação retornem em direção à meta da instituição. O tom duro do comunicado também foi percebido ao se comunicar que o Copom não hesitará em retomar o ciclo de altas caso o processo de desinflação não transcorra como o esperado.

Sequência de decisões de BCs No exterior, após o dollar index ter atingido o seu maior valor desde maio de 2002 (111,80 pontos), uma sequência de decisões de autoridades monetárias movimenta os mercados de moedas, das quais se destacam o aumento de juros do Banco da Inglaterra (0,50 p.p.) e do Banco Nacional da Suíça (0,75 p.p.) e a intervenção do Banco do Japão (BoJ). O BoJ manteve sua taxa de juros em território negativo (-0,10% a.a.), porém informou à imprensa que estava comprando ienes para conter o que considera uma desvalorização excessiva de sua moeda, na primeira intervenção do banco desde 1998. Ainda assim, as autoridades não responderam quanto foi gasto na intervenção e nem se o movimento estava sendo feito coordenadamente com outros bancos centrais. O protocolo do G7 requer um consentimento, no mínimo, informal das demais economias no caso de intervenções cambiais. Analistas observaram com cautela essa decisão do Banco do Japão, visto que ela pode custar muito caro para as fartas reservas internacionais do país e se tornar difícil de se sustentar no longo prazo.

TABELA DE INDICADORES ECONÔMICOS
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Fontes: Banco Central do Brasil; B3; IBGE; Fipe; FGV; MDIC; IPEA e CommodityNetwork Trader’s Pro.
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