O par real/dólar subia intensamente nas primeiras operações desta sexta-feira (23). No momento da publicação deste texto (09h30min), ele era negociado ao redor de R$ 5,20, variação de +1,7% ante à véspera. Já o dollar index era cotado ao redor de 112,1 pontos, renovando a máxima em duas décadas e um avanço de 0,7% em relação ao fechamento de quinta-feira. O mercado de divisas repercute um ambiente de negócios de ampla aversão aos riscos e de pessimismo, após a divulgação da prévia dos Índices Gerente de Compras (PMI) para a Europa revelar uma desaceleração generalizada da atividade econômica, reforçando uma leitura de que as economias do continente já estejam entrando em uma recessão. Contribui para o desempenho negativo dos ativos europeus, também, a divulgação de um plano fiscal para o recém-formado governo britânico que prevê cortes de impostos para a população, subsídios para as indústrias e aumento da dívida pública. Na agenda do dia, a S&P Global apresenta a prévia do PMI industrial, de serviços e consolidado para os Estados Unidos, às 10h45min, e o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, profere discurso, às 15h00min.
Recessão na Europa O dólar negociado no mercado interbancário devolvia todos as perdas do pregão de ontem e avançava firmemente na manhã desta sexta-feira, amparado por um ambiente global de aversão aos riscos e busca por ativos de segurança. As prévias dos índices PMI divulgados nesta madrugada mostravam um aprofundamento da desaceleração econômica na Europa, reforçando a interpretação de que a economia do continente já está entrando em uma recessão por conta dos custos exponenciais de gás natural e de energia elétrica e da queda do consumo das famílias. A prévia do PMI consolidado passou de 48,9 pontos em agosto para 48,2 pontos em setembro na área do euro, de 46,9 para 45,9 na Alemanha e de 49,6 para 48,4 no Reino Unido. As condições econômicas estão claramente sendo degradadas, e a política de aperto monetário pelos principais bancos centrais mundiais a fim de conter a inflação deve agravar o cenário.
Grande aposta no Reino Unido Contribui para o fortalecimento do dólar e a desvalorização de ativos europeus, também, o anúncio de um novo plano fiscal pelo governo da recém-eleita primeira-ministra Liz Truss que prevê cortes no imposto de renda do país, subsídios ao setor energético e um aumento na dívida pública britânica de £ 72,4 bilhões apenas no primeiro ano de governo. A proposta foi mal-recebida por investidores, o que levou a libra esterlina ao seu menor valor em 37 anos, abaixo de US$ 1,11, e provocou o maior aumento diário nos juros dos títulos de dívida governamental desde 1991. Críticos da proposta afirmam que uma expansão fiscal neste momento contraria o ciclo de aperto monetário em execução pelo Banco da Inglaterra e corre o risco de acelerar as taxas de inflação no país, que se encontram no maior nível em quatro décadas.
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