Fechamento de Câmbio

A taxa de câmbio apresentou forte elevação ao longo de toda a segunda-feira (26), encerrando a sessão negociada a R$ 5,379, alta de 2,5% em relação ao fechamento de sexta-feira. Já o dollar index também terminou o pregão cotado a 114,1 pontos, variação de +0,8% ante à véspera e seu maior valor desde maio de 2002. O mercado de divisas repercutiu um ambiente de forte pessimismo e busca por ativos de segurança, com temores crescentes de que o rígido aperto monetário em curso pelos principais bancos centrais mundiais poderá provocar uma intensa recessão econômica global. Os ativos europeus tiveram um desempenho particularmente ruim, em função da péssima recepção de um novo plano fiscal proposto pelo recém-empossado governo da primeira-ministra do Reino Unido, Liz Truss.

Força generalizada do dólar O dólar negociado no mercado interbancário apresentou o pior desempenho em uma cesta de 33 moedas relevantes no mercado financeiro internacional, disparando 2,5% na sessão e encerrando o dia cotado a R$ 5,379. A máxima intradiária foi de R$ 5,418, aumento de 3,23% ante à véspera. A divisa americana se fortaleceu de forma generalizada no pregão desta segunda-feira, refletindo uma ampla aversão aos riscos dos investidores que ganhou força após a decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed) da última quarta-feira (21). Nela, o banco central americano apontou que irá continuar a elevar significativamente seus juros, que deve manter sua taxa referencial elevada por tempo significativo e que está determinado a trazer as taxas de inflação do país de volta para a meta da autoridade monetária. A combinação de um Fed agressivo, de perspectivas de uma recessão econômica em escala mundial e de pouco apetite por riscos tem pesado sobre o desempenho de moedas de países emergentes, como o real.

Mínima histórica da libra O dollar index, que pondera o valor da divisa americana frente a seis moedas de economias avançadas, atingiu 114,53 pontos durante a madrugada de hoje, seu maior valor desde maio de 2002, refletindo, sobretudo, uma fuga de moedas europeias, como o euro e a libra esterlina. A libra atingiu o seu menor valor histórico (£ 1 = US$ 1.0327) na sessão, visto que investidores permanecem céticos quanto à possibilidade de sucesso do plano fiscal proposto pelo governo da recém-eleita primeira-ministra Liz Truss, que prevê cortes no imposto de renda do país, subsídios ao setor energético e um aumento na dívida pública britânica de £ 72,4 bilhões apenas no primeiro ano de governo. Críticos da proposta afirmam que uma expansão fiscal neste momento contraria o ciclo de aperto monetário em execução pelo Banco da Inglaterra e corre o risco de acelerar as taxas de inflação no país, que se encontram no maior nível em quatro décadas. Diversos analistas mencionam a perda de credibilidade fiscal do novo governo, e de que a libra pode sofrer danos permanentes em seu papel no mercado financeiro internacional. Com uma queda tão pronunciada da moeda britânica, há uma forte especulação de que o Banco da Inglaterra vá ser pressionado a realizar um aumento emergencial de juros para tentar conter essa desvalorização.

Mercado de moedas No cenário externo, o dollar index também terminou o pregão cotado a 114,1 pontos, variação de +0,8% ante à véspera e seu maior valor desde maio de 2002. Moedas pares do real, como o peso chileno, o peso colombiano, o peso mexicano, a lira turca, o rand sul-africano, a rúpia indiana e o rublo russo também se desvalorizaram frente à divisa americana, e o Índice de Moedas Emergentes do J.P. Morgan terminou a sessão cotado a 48,409 pontos, recuo de 1,1% frente ao término de sexta-feira.