Abertura de Câmbio

A taxa de câmbio apresentava tendência de elevação nas primeiras negociações desta quarta-feira (28). No momento da publicação deste texto (09h30min), ele era negociado ao redor de R$ 5,39, ganho de 0,2% em relação ao fechamento de terça-feira. Já o dollar index atingiu nova máxima em 20 anos durante o pregão, de 114,78 pontos, e era cotado ao redor de 114,5 pontos, variação de +0,3% ante à véspera. O mercado de divisas repercute mais um dia de pessimismo e busca global por ativos de segurança após uma intervenção pelo Banco da Inglaterra em seu mercado de títulos de longo prazo renovar preocupações com a sustentabilidade do novo plano fiscal do Reino Unido e enfraquecer ainda mais a libra esterlina. Ontem, comentários de autoridades do Federal Reserve já destacaram a preocupação do banco central americano com a gravidade do processo inflacionário atual, e, hoje, mais cinco integrantes do Fed devem vir à público para reforçar a mensagem. No Brasil, contribui para o ambiente de cautela a proximidade do primeiro turno das eleições presidenciais, neste domingo, e a perspectiva do debate entre os candidatos pela TV Globo, amanhã. Na agenda do dia, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou o Índice de Preços ao Produtor (IPP) de agosto, às 09h00min, o Banco Central (BC) informou as estatísticas monetárias e de crédito de julho, às 09h30min, o Departamento de Análises Econômicas americano informa a balança comercial de agosto, às 09h30min, o presidente do Federal Reserve (Fed) de Atlanta, Raphael Bostic, palestra às 09h30min, o presidente do Fed de St. Louis, James Bullard, discursa às 11h10min, o presidente do Fed, Jerome Powell, concede discurso às 11h15min, a membra do Conselho de Governadores do Fed, Michelle Bowman, profere palestra às 12h00min, a Secretaria do Tesouro Nacional publica o Relatório Mensal da Dívida Pública de agosto, às 14h30min, o BC atualiza o fluxo cambial semanal às 14h30min, e o presidente do Fed de Chicago, Charles Evans, discursa às 15h00min.

Enfraquecimento da libra O dólar negociado no mercado interbancário abriu o dia em alta, porém depois firmou trajetória de queda ao longo da manhã desta quarta-feira. O ambiente global de negócios é de pouco apetite por riscos e busca pelo dólar, com renovada fraqueza de seus pares de economias avançadas. A libra esterlina atingiu nova mínima histórica na sessão de hoje (£ 1 = US$ 1,054) após o Banco da Inglaterra anunciar que vai comprar títulos de dívida governamental de longo prazo “tanto quanto for necessário” entre hoje e 14 de outubro a fim de evitar riscos à estabilidade do sistema financeiro britânico. A medida é, essencialmente, um estímulo monetário, e foi interpretada pelos agentes como um sinal de ausência de liquidez e estresse significativo no mercado financeiro britânico, o que, por sua vez, contribuiu para reduzir ainda mais a confiança no novo plano fiscal do recém-empossado governo de Liz Truss e na libra esterlina.

Mensagem de firmeza do Fed Enquanto isso, nos Estados Unidos, uma sequência de autoridades do Federal Reserve busca reforçar a mensagem de que o banco central americano está decidido a recuperar a estabilidade de preços mesmo que isso implique em perdas para o mercado financeiro, em dificuldades para países pesadamente endividados em dólar ou mesmo em uma recessão econômica global. Ontem, o presidente do Fed de St. Loius, James Bullard, declarou que “não importa como você olhe, temos um sério problema de inflação nos EUA. Não estamos atingindo a nossa meta de inflação e a credibilidade do nosso regime de meta de inflação está em risco”. Já o presidente do Fed de Minneapolis, Neel Kashkari, afirmou que um “pouco suave” da economia ainda é possível, mas não está totalmente sob o controle da autoridade monetária. De toda forma, o mais importante seria baixar a inflação, fosse suave ou não.

Fontes: Banco Central do Brasil; B3; IBGE; Fipe; FGV; MDIC; IPEA e CommodityNetwork Trader’s Pro.