Fechamento de Câmbio

Dólar dispara e fecha a terça cotado a R$ 5,272
 
Leonel Oliveira Mattos
Leonardo Rossetti
Vitor Andrioli
Comentários do presidente do BoE tumultuaram os mercados
Após passar quase todo a terça-feira (11) em suave elevação, o par real/dólar disparou na última hora do dia e encerrou a sessão negociado a R$ 5,272, alta de 1,5% em relação ao fechamento de segunda-feira. Já o dollar index terminou o pregão cotado a 113,2 pontos, variação de +0,1% ante à véspera. O mercado de divisas reagiu bruscamente ao discurso do presidente do Banco da Inglaterra, Andrew Bailey, em que a autoridade afirmou que a instituição não estenderia a intervenção emergencial no mercado de títulos de dívida governamental do país e que os fundos de pensão, que detém grande quantidades desses títulos, possuem três dias para “readequar” os seus balanços. No Brasil, é digno de nota a terceira deflação consecutiva no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que recuou 0,29% em setembro.
Variações | No dia: +1,55% | Na semana: +1,12% | No mês: -2,26% | No ano: -5,40% | Em 12 meses: -5,39% |

Forte aversão ao risco O dólar negociado no mercado interbancário saltou mais de 1,5% nesta terça-feira após entrevista coletiva de Andrew Bailey, em que o presidente do BoE afirmou que o banco central britânico encerraria o programa de emergência para injetar liquidez no mercado de títulos de dívida governamental nesta sexta-feira, conforme inicialmente anunciado, porém alertou para a existência de riscos consideráveis para a estabilidade financeira no Reino Unido e ainda advertiu os fundos de pensão do país, que detém grandes quantidades de títulos de dívida governamental, a “readequar” os seus balanços em três dias. A mensagem provocou uma intensa fuga de ativos arriscados, prejudicando o desempenho de ações, commodities e de moedas de países emergentes, como o real.

Deflação no IPCA O IPCA de setembro apresentou deflação pelo terceiro mês consecutivo, registrando variação de -0,29% no mês, após quedas de -0,68% em julho e de -0,36% em agosto. Apesar de ter sido menos intensa que nos dois meses anteriores, a redução de preços se mostrou um pouco mais abrangente em setembro, visto que o índice de difusão foi o menor desde agosto de 2020, ou seja, dentre as 377 mercadorias que compõem o IPCA, houve o menor número de aumentos entre elas em dois anos. Ainda assim, tal qual julho e agosto, os bens que tiveram maior impacto individual no indicador mensal foram os combustíveis, que apresentam grande peso no cálculo do IPCA: etanol hidratado (-12,43%), gasolina (-8,33%), óleo diesel (-4,57%) e gás natural veicular (-0,23%). Quando se verifica o impacto total apenas deste quatro itens no IPCA de setembro, observa-se uma redução de -0,528% no índice, isto é, ao se remover estes produtos do cálculo da inflação do mês, o resultado seria um aumento de 0,238%.

Índice de difusão do IPCA (em %)
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Fonte: Banco Central do Brasil. Elaboração: StoneX.

Núcleo em alta Por fim, é importante ressaltar que o “núcleo” do IPCA, que remove do cálculo os componentes mais voláteis de energia, combustíveis, alimentação e bebidas, aumentou em 0,46% em setembro. Ao se observar a alta acumulada em 12 meses, enquanto o IPCA total recua em agosto para 7,2%, o seu núcleo se mantém praticamente inalterado em 10,0%. Já os preços monitorados, que incluem os combustíveis e energia elétrica, despencam para -1,7% em 12 meses.

Decomposição do IPCA de setembro acumulado em 12 meses segundo agrupamentos selecionados.
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Fonte: Banco Central do Brasil. Elaboração: StoneX.

Mercado de moedas No cenário externo, o dollar index terminou o pregão cotado a 113,2 pontos, variação de +0,1% ante à véspera. Moedas pares do real, como o peso colombiano, o peso mexicano, a lira turca, o rand sul-africano e o rublo russo também se desvalorizaram frente à divisa americana, e o Índice de Moedas Emergentes do J.P. Morgan terminou a sessão cotado a 48,322 pontos, recuo de 0,3% frente ao término de segunda.

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