A taxa de câmbio apresentava tendência de baixa nas primeiras operações desta quinta-feira (20). No momento da publicação deste texto (09h30min), ela era negociada ao redor de R$5,23, variação de -0,8% ante à véspera. Já o dollar index era cotado ao redor de 112,5 pontos, recuo de 0,5% em relação ao fechamento de quarta-feira. O mercado de divisas repercute a renúncia inesperada da primeira-ministra do Reino Unido, Liz Truss, após apenas 45 dias no cargo de muito tumulto nos mercados financeiros britânicos. A reação inicial do mercado de moedas foi de valorização da libra esterlina e de ampliação do apetite por ativos arriscados, beneficiando o real. Adicionalmente, indicadores econômicos apontam para a persistência inflacionária ao redor do mundo e o aquecimento do mercado de trabalho nos Estados Unidos, reforçando as perspectivas por políticas monetárias mais restritivas por parte dos principais brancos centrais. Na agenda do dia, o Departamento do Trabalho dos Estados Unidos atualizou os pedidos semanais de auxílio-desemprego no país, às 09h30min, o presidente do Federal Reserve (Fed) de Philadelphia, Pratick Harker, discursa às 13h00min, a membra do Conselho de Governadores do Fed, Lisa Cook, palestra às 14h45min, e a membra do Conselho dos Governadores Michelle Bowman, discursa às 15h05min.
Renúncia no Reino Unido O dólar negociado no mercado interbancário apresentava sensível queda na manhã desta quinta-feira, repercutindo a renúncia inesperada da primeira-ministra do Reino Unido, Liz Truss, logo após a abertura das operações. A credibilidade de seu governo evaporou rapidamente após a proposição de um plano de estímulos fiscais ser pessimamente recebido por agentes do mercado financeiro por, entre outros motivos, estar em conflito com o aperto monetário em curso pelo Banco da Inglaterra e por não possuir estimativa oficial de impacto orçamentário. Nos dias que se seguiram, a libra esterlina se enfraqueceu ao seu menor nível histórico (£ 1 = US$ 1,0327), enquanto os rendimentos dos títulos de dívida pública de 30 anos do país atingiram o maior patamar em mais de 20 anos, acima de 5,10% a.a. Truss bem que tentou se manter no poder ao demitir seu ministro das Finanças, substituí-lo com um oposicionista e cancelar quase a totalidade de suas propostas iniciais, mas a revolta interna de seu partido foi intensa e resultou em sua queda.
Expectativas por juros maiores Se a renúncia de Truss inflamou os investidores com otimismo, este é moderado pelas recentes leituras de indicadores econômicos. Ontem, índices de preços ao consumidor mostraram que as pressões inflacionárias permanecem elevadas, disseminadas e persistentes sobre a área do euro, o Canadá e o Reino Unido, aumentando as expectativas para um rígido aperto monetário pelos principais bancos centrais buscando recuperar a estabilidade de preços. Essas expectativas foram reforçadas, hoje, após os pedidos semanais por seguro-desemprego nos EUA virem abaixo do esperado mesmo após a ocorrência de um pesado furacão no sudeste do país, demonstrando que o mercado de trabalho se mantém aquecido e que, portanto, a atividade produtiva pode manter reforçando a dinâmica inflacionária.
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