A taxa de câmbio apresentava tendência de elevação nas primeiras operações desta segunda-feira (24). No momento da publicação deste texto (09h30min), ela era negociada ao redor de R$5,24, alta de 1,8% em relação ao fechamento de sexta-feira. Já o dollar index era cotado ao redor de 112,3 pontos, variação de +0,3% ante à véspera. O mercado de divisas repercute o tenso ambiente eleitoral no Brasil, após a prisão do ex-deputado e aliado do presidente Jair Bolsonaro, Roberto Jefferson (PTB). O político, que teve a prisão decretada por violar os termos de sua prisão domiciliar, resistiu à prisão com tiros de fuzil e granadas, segundo a polícia federal, ferindo dois agentes da corporação. No exterior, o clima também era de cautela moderada, em função de receios quanto à recondução de Xi Jiping à presidência na China com poderes ampliados, gerando temores sobre a interferência política sobre o ambiente de negócios no país. Na agenda do dia, a S&P Global divulga a prévia do Índice Gerente de Compras (PMI) de outubro para a zona o Euro e para os Estados Unidos, às 05h00min e às 10h45min, respectivamente, o Banco Central atualizou o boletim Focus da semana, às 08h30min, e informou as estatísticas do setor externo de setembro, às 09h30min, e o Ministério da Economia atualiza a balança comercial da semana, às 15h00min.
Enfraquecimento do real O dólar negociado no mercado interbancário operava em forte alta na manhã desta segunda-feira, aproximadamente dez centavos acima do encerramento de sexta, após um tumultuado domingo na política nacional. Ontem, o ex-deputado, ex-presidente do PTB e aliado do presidente Jair Bolsonaro (PL), Roberto Jefferson, teve a prisão decretada após descumprir diversas medidas cautelares previstas em sua prisão domiciliar, como receber visitas, gravar entrevistas e utilizar redes sociais. Contudo, o político resistiu à prisão e recebeu a Polícia Federal com tiros de fuzis e granadas, ferindo dois agentes da corporação. Após horas de tensão e de negociação, Jefferson se rendeu e aceitou ser preso. A uma semana de um acirrado segundo turno, o episódio pode ameaçar a recuperação de Bolsonaro e deve ser explorado pelo candidato Luiz Inácio Lula da Silva, que luta para se manter na liderança.
Aversão ao risco no exterior No exterior, a divisa americana também oscilava em território positivo, reagindo a um ambiente de precaução e de menor apetite por riscos. Contribuía para esta cautela a divulgação prévia de PMIs na Europa que reforçavam a interpretação de que o continente ruma para uma recessão muito em breve – o índice composto para a zona do euro recuou de 48,1 pontos em setembro para 47,1 pontos em outubro. Adicionalmente, os mercados chineses operavam em forte baixa após Xi Jinping ser reconduzido para um terceiro mandato como presidente da China e Secretário-Geral do Comitê Central do Partido Comunista Chinês (PCCh), a mais alta patente do país. Ele será o primeiro líder a permanecer no cargo por mais de dois termos desde Mao Tsé-Tung, após abolir a obrigatoriedade da renovação de líderes da Constituição em 2018. Sua posse foi realizada com uma reconfiguração das lideranças do PCCh, afastando figuras que não fossem vistas como leais o suficientes a ele.
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