A taxa de câmbio apresentava firme tendência de alta nas primeiras operações desta quinta-feira (10). No momento da publicação deste texto (09h30min), ele era negociado ao redor de R$ 5,30, variação de +2,2% ante à véspera. Já o dollar index era cotado ao redor de 110,9 pontos, ganho de 0,3% em relação ao fechamento de quarta-feira. O mercado de divisas repercute um ambiente global de aversão aos riscos, em particular pelas expectativas de uma aceleração significativa do Índice de Preços ao Consumidor (CPI) em outubro nos Estados Unidos, o que manteria a pressão sobre o Federal Reserve (Fed) a manter seu rígido aperto monetário. No Brasil, o apetite por ativos brasileiro é reduzido após o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de outubro vir acima do estimado e a equipe de transição do futuro governo de Luiz Inácio Lula da Silva discutir uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que gastaria quase R$ 100 bilhões a mais do que o necessário para garantir as promessas eleitorais. Na agenda do dia, o Departamento do Trabalho americano divulga os pedidos semanais de auxílio-desemprego, às 10h30min, o presidente do Fed de Philadelphia, Patrick Harker, palestra às 11h00min, a presidenta do Fed de Dallas, Lorie Logan, discursa às 11h35min, a presidenta do Fed de Cleveland, Loretta Mester, profere palestra às 14h30min, a presidenta do Fed de Kansas City, Esther George, concede discurso, às 15h30min, e o presidente do Fed de New York, John Williams, palestra às 20h50min.
Inflação mais alta no Brasil. O dólar negociado no mercado interbancário subia vertiginosamente na manhã desta quinta-feira, repercutindo temores relacionados ao cenário fiscal brasileiro e a possibilidade de uma inflação mais elevada em 2023. Nesta quinta-feira (10), foi divulgado o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para o mês de outubro, que ficou em 0,59%, com aumento de 6,47% em 12 meses. O número foi maior que a mediana das expectativas de 0,48% e marcou o encerramento de um período de 3 meses de deflação no Brasil. Os novos dados sinalizam que o Banco Central deve manter seu rígido aperto monetário e alta taxa de juros como medidas para conter o avanço do nível de preços, o que causa um clima de aversão ao risco no cenário doméstico, com menor preferência pela renda variável. Contribui para esse cenário de menor apetite por ativos arriscados, também, a forte queda de mais de 2% do índice Ibovespa na sessão de ontem após anúncio de resultados mais fracos que o esperado por empresas de diversos setores, dentre elas o Bradesco, segundo maior banco privado do país, que retraiu 17,38% após reportar uma queda abrupta dos seus lucros no terceiro trimestre.
PEC da Transição. Investidores brasileiros voltam sua atenção também para as discussões a respeito da PEC da Transição, em que o futuro governo de Lula busca equacionar suas promessas de campanha no Orçamento 2023. Analistas criticam o valor estimado por ser muito superior ao estritamente necessário, contradizendo as declarações de comprometimento com a responsabilidade fiscal feitas durante o período eleitoral. Ademais, a indefinição quanto a quem assumirá o Ministério da Fazenda reforça os temores dos agentes.
Inflação mais baixa nos EUA. No exterior, a moeda americana se desvalorizava intensamente e de forma abrangente após o CPI de outubro surpreender analistas e crescer menos que o esperado, +0,4%, contra uma expectativa mediana de +0,7%. Assim, a alta acumulada em 12 meses se reduziu de 8,2% em setembro para 7,7% em outubro. Já o núcleo do indicador, que exclui as voláteis categorias de alimentação e energia, aumentou em 0,3%, contra expectativa mediana de 0,5%, e reduziu sua alta acumulada em 12 meses de 6,6% para 6,3%. Enquanto os preços de serviços se mantêm, de modo geral, em aceleração mais firme, os preços de bens industrializados moderaram sua elevação, contribuindo para a amenização da inflação de outubro e reforçando as expectativas de que o Federal Reserve vá reduzir seu ritmo de reajustes de juros a partir da decisão de dezembro.
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