O par real/dólar apresentava tendência de baixa nas primeiras operações desta segunda-feira (21). No momento da publicação deste texto (09h30min), ele era negociado ao redor de R$ 5,32, recuo de 1,0% em relação ao fechamento de sexta-feira. Já o dollar index era cotado ao redor de 107,8 pontos, variação de +0,8% ante à véspera. O mercado de divisas repercute os acenos ao mercado feitos pela equipe de transição do próximo governo de Luiz Inácio Lula da Silva, que buscaram tranquilizar os investidores sobre a sustentabilidade das contas públicas nos próximos quatro anos. O fortalecimento do real contrasta com o movimento global de busca por portos seguros em função da escalada de casos de Covid-19 na China, o que, por sua vez, amplia os temores de novas quarentenas sob a política de tolerância zero no país. Na agenda do dia, a Fundação Getúlio Vargas informa o Monitor do PIB de setembro, às 10h15min, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, participa de evento, às 11h45min, e o Ministério de Economia atualiza a balança comercial da semana, às 15h00min.
Redução dos temores fiscais O dólar negociado no mercado interbancário operava em sensível queda na manhã desta segunda, repercutindo o alívio por parte dos investidores quanto ao panorama fiscal do futuro governo Lula. Após duas semanas de intensa desvalorização dos ativos brasileiros, a equipe de transição da próxima administração buscou reassegurar os investidores quanto à sustentabilidade das contas públicas. O vice-presidente-eleito Geraldo Alckmin, na última quinta (17), declarou que “haverá superávit primário, haverá redução da dívida” na nova gestão, enquanto Lula afirmou sábado (19), que “nós sabemos que temos de ter responsabilidade fiscal. Não podemos gastar mais do que a gente ganha. Mas nós sabemos também que a gente pode gastar para fazer alguma coisa que tenha rentabilidade, para fazer o país crescer, melhorar”. Adicionalmente, contribui para a melhoria no ambiente de negócios a expectativa de que o texto da Proposta à Emenda à Constituição (PEC) da Transição sofra alterações durante sua tramitação, em especial o prazo de exceção para valores financiados fora do teto de gastos.
Covid-19 na China O fortalecimento do real contrasta com a busca global por ativos de segurança, provocada pelo rápido crescimento do número de casos de Covid-19 na China. Se até pouco tempo havia uma expectativa por um relaxamento das medidas de tolerância zero por parte das autoridades chinesas, agora o clima é de pessimismo e de receios de que novas rodadas de restrições à mobilidade no país reduzam a capacidade de crescimento econômico tanto na China como globalmente. O número de casos atingiu o maior valor em sete meses, com 26.824 novos testes positivos em um único dia. A capital o país, Pequim, alertou seu residentes que enfrenta a situação mais severa desde o início da pandemia, e decretou o fechamento de escolas e empresas nos distritos mais afetados, bem como impôs restrições para a entrada na cidade. Mais de 24 mil casos se concentram em Guangzhou (Cantão), que determinou uma quarentena de cinco dias para os bairros mais afetados.
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