Abertura de Câmbio

O par real/dólar apresentava tendência de baixa nas primeiras operações desta terça-feira (29). No momento da publicação deste texto (09h30min), ele era negociado ao redor de R$ 5,32, recuo de 0,8% em relação ao fechamento de segunda-feira. Já o dollar index era cotado ao redor de 106,3 pontos, variação de -0,4% ante à véspera. O mercado de divisas repercute a formalização do texto da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da transição praticamente idêntica à minuta apresentada no dia 16 de novembro. O texto protocolado deve enfrentar forte resistência no Congresso Nacional e representa um cenário de desgaste com os parlamentares. Adicionalmente, os rumores de que Fernando Haddad possa assumir o Ministério da Fazenda ganharam força após ele afirmar que recebeu um convite do presidente-eleito Luiz Inácio Lula da Silva para acompanhar as reuniões do grupo de transição da área econômica. No exterior, o apetite por riscos se recuperava com notícias de que a China buscava impulsionar a vacinação entre idosos, alimentando esperanças de afrouxamento de sua política de tolerância zero contra a Covid-19. Na agenda do dia, a Fundação Getúlio Vargas divulgou o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) de novembro, às 08h00min, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística anunciou o Índice de Preços ao Produtor (IPP) de outubro, às 09h00min, o Ministério do Trabalho e da Previdência publica os números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de outubro, às 09h30min, a Alemanha informa Índice de Preços ao Consumidor (CPI) de novembro, às 10h00min, o instituto Conference Board divulga o Índice de Confiança do consumidor americano, às 12h00min, e a Secretaria do Tesouro Nacional publica o Resultado Primário do Governo Central de outubro, às 14h30min.

Nenhum progresso com a PEC O dólar negociado no mercado interbancário abriu em forte queda na manhã desta terça-feira, em um movimento que contraria os fundamentos macroeconômicos dos principais acontecimentos. Após três semanas de intensa negociação entre a equipe de transição do futuro governo Lula e congressistas, o senador e relator do Orçamento de 2023, Marcelo Castro (MDB-PI), protocolou o texto da chamada PEC da Transição quase idêntico à da minuta apresentada em 16 de novembro, retirando, por quatro anos, o pagamento do programa Bolsa Família do limite constitucional de despesas, a um custo anual estimado de R$ 175 bilhões, bem como autorizando mais R$ 23 bilhões em investimentos ligados a “excesso de arrecadações”. A iniciativa demonstra, na prática, que nenhum progresso foi feito em três semanas e que a sua tramitação pelo Legislativo deve ser turbulenta. Para que tenha validade já no início de 2023, o governo precisa aprová-la no Plenário das duas casas até 22 de dezembro. A primeira etapa é coletar a assinatura de 27 senadores – o texto já conta com 18 assinaturas.

Ministro Haddad? Investidores acompanham, também, os rumores sobre a formação da equipe econômica para a próxima Administração. Na noite de ontem (28), o ex-prefeito de São Paulo e ex-ministro da Educação, Fernando Haddad, afirmou a repórteres que recebeu um convite de Lula para acompanhar as reuniões do Grupo Técnico da área de Economia. De acordo com Haddad, as primeiras reuniões seriam feitas hoje (29), quando ele deve ter agendas com os economistas da transição Guilherme Mello, Nelson Barbosa e Gabriel Galípolo. Porém, ao ser questionado sobre eventual convite para assumir um Ministério, Haddad declarou que foi “convidado exclusivamente para interagir com o grupo de Economia que fez a transição até aqui – não recebi nenhum outro convite”.

Fontes: Banco Central do Brasil; B3; IBGE; Fipe; FGV; MDIC; IPEA e CommodityNetwork Trader’s Pro.