Abertura de Câmbio

A taxa de câmbio apresentava tendência de baixa nas primeiras operações desta sexta-feira (02). No momento da publicação deste texto (09h30min), ela era negociada ao redor de R$ 5,17, queda de 0,5% em relação ao fechamento de quinta-feira. Já o dollar index era cotado ao redor de 104,5 pontos, variação de -0,2% ante à véspera. O mercado de divisas repercute a expectativa de moderação pelo Federal Reserve (Fed) a partir de dezembro, após seu presidente, Jerome Powell, afirmar que o ritmo de reajustes de juros pode ser reduzido a partir da próxima decisão de política monetária e após dados econômicos nos Estados Unidos sugerirem uma desaceleração do nível de atividade. No Brasil, os investidores seguem monitorando as negociações relativas à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição, com entrevista coletiva de Luiz Inácio Lula da Silva agendada para o fim desta manhã. Na agenda do dia, o vice-presidente do Banco Central Europeu, Luis de Guindos, profere discurso às 09h00min, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) publica a Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF) de outubro, às 09h30min, o Departamento de Estatísticas do Trabalho informa dados do mercado de trabalho americano para novembro, às 10h30min, o presidente do Fed de Chicago, Charles Evans, palestra às 12h15min, e a Comissão de Negociação de Futuros de Commodities (CFTC) atualiza a posição semanal dos agentes de mercado, às 17h30min.

Moderação do Fed O dólar negociado no mercado interbancário e o dollar index operavam em queda na manhã desta sexta-feira, sinalizando sintonia entre os mercados interno e externo e um maior apetite por risco. O movimento ocorre em repercussão às expectativas pela moderação do Federal Reserve após dados da economia estadunidense indicarem seu desaquecimento e ao discurso mais moderado de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve. Na última quarta (30), Powell sinalizou que a partir de dezembro a autarquia diminuirá o ritmo de alta de juros observado nos últimos meses e que seu nível final será "ligeiramente maior" que o projetado em setembro. Nesse contexto, a interpretação de suavização no aperto monetário se consolidou após o Índice de Preços para Gastos de Consumo Pessoal (PCE), divulgado nessa quinta (01), vir abaixo do esperado, com o menor ganho ano a ano desde dezembro de 2021. Adicionalmente, o número de vagas abertas (JOLTS) e o Índice de Gerente de Compra (PMI) industrial, indicador que mensura o nível de atividade econômica, dos Estados Unidos também vieram num patamar menos elevado que o previsto, mostrando uma conjuntura favorável para a tendência dos agentes de realocar recursos, transferindo-os de renda fixa denominada em dólar para ativos de risco. Contudo, o cenário econômico do país ainda é incerto, visto que, nesta manhã, observou-se que o saldo das contratações urbanas no país em novembro se manteve elevado, em 263 mil novas vagas, contra 284 mil em outubro.

Tramitação da PEC Os agentes de mercado permanecem atentos, também, ao progresso das negociações sobre a PEC da Transição (PEC 32/2022). Em busca de viabilizar a tramitação parlamentar do projeto o quanto antes, a equipe de transição fez declarações, ontem, de que aceitam votar um texto que reduza o valor dos gastos extra-teto para algo em torno de R$ 140 bilhões a R$ 150 bilhões e um prazo de validade para a emenda de dois anos. Reportagens de imprensa, ontem, afirmavam que a equipe de transição para a área econômica considerava o valor de R$ 148 bilhões após a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre, pois este valor manteria estável os gastos públicos como proporção do PIB.

Fontes: Banco Central do Brasil; B3; IBGE; Fipe; FGV; MDIC; IPEA e CommodityNetwork Trader’s Pro.