O par real/dólar oscilava entre perdas e ganhos nas primeiras operações desta quinta-feira (15). No momento da publicação deste texto (09h30min), ele era negociado ao redor de R$ 5,30, recuo de 0,2% em relação ao fechamento de quarta-feira. Já o dollar index era cotado ao redor de 104,3 pontos, variação de +0,5% ante à véspera. O mercado de divisas repercute a publicação do Relatório Trimestral de Inflação do Banco Central do quarto trimestre, com entrevista coletiva do presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, e do diretor de Política Econômica, Diogo Guillen, às 11h00min. No exterior, investidores acompanham a sequência de decisões de Política Monetária de Bancos Centrais europeus, com elevações de juros já divulgadas pelas instituições da Noruega, Suíça e Inglaterra, e se esperando a mesma decisão do Banco Central Europeu, às 10h15min. Na agenda do dia, o Departamento do Trabalho dos Estados Unidos atualiza os pedidos semanais de auxílio-desemprego, às 10h30min, o Departamento do Censo estadunidense divulga as vendas do varejo de novembro, às 10h30min, o Federal Reserve informa dados da produção industrial americana de novembro, às 11h15min.
Relatório de Inflação O dólar negociado no mercado interbancário alternava entre altos e baixos na manhã desta quinta-feira, refletindo uma agenda carregada de informações para o dia. A quinta começou com o Relatório Trimestral de Inflação, que reajustou levemente suas projeções para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 2022, 2023 e 2024 frente ao estimado em setembro, respectivamente, de 5,8% para 6,0%, de 4,6% para 5,0% e de 2,8% para 3,0%. Já a expectativa para 2025 se manteve estável em 2,8%. Caso isto ocorra, isso implica que a inflação do país não iria se situar dentro dos intervalos da meta de inflação por três anos consecutivos, a saber, 2021, 2022 e 2023. No momento, a autoridade monetária já atingiu seu ponto de máximo em seu ciclo de aperto monetário e não antevê a necessidade de tornar a aumentar a taxa básica de juros (Selic), embora mantenha aberta a possibilidade caso os preços voltem a aumentar.
Decisões de BCs europeus Seguindo a mesma linha de condução da política monetária do Federal Reserve, que anunciou ontem (14) um aumento de 0,50 p.p. na sua taxa de juros, diversos bancos centrais europeus comunicaram medidas de aperto monetário visando ao controle da pressão inflacionária em suas economias. Após a inflação anualizada no país atingir 3% em novembro, o Banco Nacional Suíço (SNB) elevou hoje sua taxa básica de juros em 50 pontos-base para 1,00%, após já ter realizado um incremento de 75 pontos-base em setembro. Apesar de estar acima da meta da autoridade, a inflação suíça ainda se encontra num patamar bem menor que o da zona do euro, que atingiu 10% no mês passado. Para tentar recuperar a estabilidade de preços, o Banco Central Europeu anunciou uma alta de 0,5 p.p. dos juros para 2,00% ao ano, desacelerando seu ritmo de aperto monetário, já que havia aumentado 0,75 p.p. por duas vezes consecutivas anteriormente. No entanto, a autarquia europeia sinalizou que continuaria a aumentar suas taxas até que a inflação na zona do euro esteja controlada. O Banco da Inglaterra, por sua vez, elevou seus juros para o maior nível em 14 anos, com incremento de 50 pontos-base para 3,50%. A autoridade monetária fundamenta a postura adotada pelas projeções de recessão e inflação elevada no país. Nesse contexto, as medidas destes bancos buscam conter o avanço do nível de preços e realinhar o valor das moedas após forte alta do dólar frente a divisas como o euro e o franco suíço, que são considerados como ativos de segurança. Para os investidores, o maior receio é de que esse ciclo de alta dos juros ao redor do globo ocasione um ambiente de estagnação global pouco propício para o crescimento econômico.
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