Fechamento de Câmbio

O par real/dólar alternou perdas e ganhos ao longo desta quinta-feira (15), encerrando a sessão negociado a R$ 5,315, variação de +0,1% ante à véspera. Já o dollar index terminou o pregão cotado a 104,5 pontos, avanço de 0,7% em relação ao fechamento de quarta-feira. O mercado de divisas repercutiu a notícias sobre dificuldades de tramitação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição na Câmara dos Deputados, em função de falta de consenso sobre o texto da emenda e a influência do julgamento do “orçamento secreto” pelo Supremo Tribunal Federal (STF). No exterior, o ambiente de negócios era pessimista e de busca por ativos de segurança após diversos bancos centrais europeus acompanharem o Federal Reserve (Fed) e elevarem suas taxas básicas de juros, ampliando os riscos de uma desaceleração econômica global.

Impasse com a PEC O dólar negociado no mercado interbancário experimentou mais um dia de amplitude e volatilidade até, mais uma vez, encerrar muito próximo do valor de fechamento da véspera. Um dos fatores impulsionando a incerteza e a oscilação cambial é a difícil tramitação da PEC da Transição (PEC 32/2022) pela Câmara dos Deputados. Enfrentando resistência de deputados a respeito tanto do valor a ser ampliado no teto de gastos como no prazo de validade da emenda constitucional, a votação foi emperrada pelo julgamento do “orçamento secreto” (emenda do tipo RP9) pelo STF. Os deputados petistas, por outro lado, ameaçaram a retirar a proposta de pauta se ela não for votada hoje. “Se não votar hoje, não vota mais”, afirmou o deputado José Guimarães (PT-CE). Nesse caso, o presidente eleito precisaria publicar uma Medida Provisória para liberar créditos extraordinários a fim de financiar o aumento de despesas, que seriam contabilizados fora do teto de gastos.

Aperto monetário global No exterior, a moeda americana se fortaleceu em um dia marcado por decisões de política monetária de bancos centrais europeus, a saber, Noruega (25 pontos base, para 2,75% a.a.), Inglaterra (50 pontos base, para 3,50% a.a.), Suíça (50 pontos base, para 1,00% a.a.) e Banco Central Europeu (BCE) (50 pontos base, para 2,00% a.a.). Tais reajustes se seguiram ao aumento realizado pelo Fed, ontem, também de 0,50 p.p., passando sua taxa referencial de juros para a faixa entre 4,25% e 4,50% a.a. O ambiente foi de pouco apetite por riscos e busca por ativos de segurança, visto que investidores receiam que a economia global possa caminhar para uma recessão em função do forte aperto monetário em execução pela maior parte dos países, que, por sua vez, enfrentam uma aceleração de preços persistente e disseminada. Contribuiu para a aversão aos riscos, também, comentários firmes da presidenta do BCE de que a instituição manterá uma trajetória de altas significativas de juros ao longo do primeiro semestre de 2023 a fim de conter a inflação.

Mercado de moedas No cenário externo, o dollar index terminou o pregão cotado a 104,5 pontos, avanço de 0,7% em relação ao fechamento de quarta-feira. Moedas pares do real, como o peso chileno, o peso colombiano, o peso mexicano, a lira turca, o rand sul-africano e a rúpia indiana também se desvalorizam perante a divisa americana, e o Índice de Moedas Emergentes do J.P. Morgan terminou a sessão cotado a 49,808 pontos, variação de -0,4% ante à véspera.