A taxa de câmbio apresentava tendência de elevação nas primeiras operações desta segunda-feira (02). No momento da publicação deste texto (09h30min), ela era negociada ao redor de R$ 5,34, alta de 1,1% em relação ao fechamento de sexta-feira. Já o dollar index era cotado ao redor de 103,5 pontos, variação de -0,3% ante à véspera. O mercado de divisas deve apresentar liquidez reduzida, em função de feriado de ano novo nos Estados Unidos e Reino Unido. Ainda assim, as operações domésticas reagem agudamente ao discurso de posse do novo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que classificou como “estupidez” o teto de gastos, bem como a decisão de prorrogar a desoneração dos combustíveis por mais 60 dias mesmo após o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ter defendido o fim da medida em 31 de dezembro. Na agenda do dia, o Banco Central atualizou o boletim Focus da semana, às 08h30min, a S&P Global publicou o Índice Gerente de Compras (PMI) industrial para a área do euro, às 06h00min, e para o Brasil, às 10h00min, e o Ministério da Economia informa a balança comercial semanal, às 15h00min.
Discurso de posse e novos rumos O dólar negociado no mercado interbancário operava em alta significativa na manhã do primeiro pregão do ano, marcado por maior temores fiscais a ativos brasileiros e liquidez reduzida por conta de feriados nos Estados Unidos e Reino Unido. O principal fator motivando a alta da moeda brasileira foi o discurso de posse de Lula, ontem, que, dentre outras características, prometeu revogar a “estupidez chamada teto de gastos”, retomar a política de “valorização permanente” (acima da inflação) do salário-mínimo e realçar o “papel fundamental” das empresas estatais no novo ciclo de crescimento impulsionado pelo Estado. Ainda assim, em sua fala, o presidente comprometeu-se a zelar pela “responsabilidade [fiscal], a credibilidade e a previsibilidade”.
Prorrogação da desoneração Contribui para o enfraquecimento do real, também, a informação de que o governo Lula publicará Medida Provisória (MP) que prorroga por mais 60 dias as alíquotas zero de tributos federais (Pis / Cofins) sobre gasolina, etanol, gás de cozinha e óleo diesel. No momento da publicação deste texto, a MP ainda não havia sido publicada. A medida contraria um apelo feito pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na semana passada, para que a desoneração fosse prorrogada, ou, no máximo, fosse estendida por 30 dias apenas para evitar que o fim da medida ocorresse de forma brusca.
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