O par real/dólar apresentava tendência de elevação nas primeiras operações desta quinta-feira (19). No momento da publicação deste texto (09h30min), ele era negociado ao redor de R$ 5,21, alta de 0,9% em relação ao fechamento de quarta-feira. Já o dollar index era cotado ao redor de 102,1 pontos, variação de -0,2% ante à véspera. O mercado de divisas repercute as declarações críticas do presidente Luis Inácio Lula da Silva sobre a independência do Banco Central, a meta de inflação e a disciplina fiscal, ampliando a percepção ode riscos fiscais e a busca por ativos de segurança por parte dos investidores. Na agenda do dia, a presidenta do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, palestrou às 07h30min, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os dados do mercado de trabalho referente ao mês de novembro, às 09h00min, o Federal Reserve (Fed) da Philadelphia informa o seu índice manufatureiro de janeiro, às 10h30min, o Departamento do Trabalho dos EUA divulgam os pedidos semanais de auxílio-desemprego do país, às 10h30min, a presidenta do Fed de Boston, Susan Collins, discursa às 11h00min, a vice-presidenta do Fed, Lael Brainard, profere palestra, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, palestra às 16h30min,às 15h15min, e o presidente do Fed de New York, John Williams, concede discurso, às 20h30min.
Críticas à responsabilidade fiscal O dólar negociado no mercado interbancário operava em alta na manhã desta quinta-feira em repercussão a falas do presidente Lula durante entrevista concedida ontem. Adotando um tom diferente do observado em seus primeiros governos, Lula apresentou um discurso menos conciliador e fez diversos comentários interpretados negativamente pelos investidores. O presidente voltou a contrapor responsabilidade fiscal e social, afirmando que além do compromisso com as contas públicas, também era necessário ter uma "contrapartida social". Adicionalmente, o petista fez críticas à atuação e independência do Banco Central, ao defender o modelo adotado antes de 2021, no qual o presidente indicava o nome que ocuparia a liderança da autarquia.
Crítica ao BC independente Em relação à política monetária, Lula se posicionou a favor de uma meta de inflação anual mais alta, com a justificativa de que a atual provoca "arrocho na economia" e juros muitos elevados, por prejudicar o crescimento econômico e inviabilizar a distribuição de renda. Em semana marcada por falas a respeito de revisão do salário-mínimo e mudanças no Imposto de Renda, a entrevista dada pelo presidente reforçou o sentimento de aversão ao risco dos agentes e a preocupação com o futuro da dívida pública brasileira, o que tende a causar depreciação dos ativos arriscados, como moedas emergentes, ações e commodities.
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