Abertura de Câmbio

Câmbio começa a segunda em queda, cotado ao redor de R$ 5,10
 
Leonel Oliveira Mattos
Alan Lima
Vitor Andrioli
Dólar reflete projeções de inflação em semana de decisões de BCs

A taxa de câmbio apresentava suave tendência de baixa nas primeiras operações desta segunda-feira (30). No momento da publicação deste texto, ela era negociada a R$ 5,10, variação de -0,2% ante à véspera. Já o dollar index era cotado ao redor de 101,8 pontos, recuo de 0,1% em relação ao fechamento de sexta-feira. O mercado de divisas repercute a ampliação das projeções para a inflação no Brasil em uma semana marcada pelas decisões de política monetária dos Bancos Centrais do Brasil (BC), dos Estados Unidos, Europeu e da Inglaterra. Os investidores reagem ao início do novo governo Lula com maior percepção de riscos fiscais, e, nesse sentido, cabe destaque à reunião entre o presidente do BC, Roberto Campos Neto, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, às 09h00min, e à divulgação do Banco Central das Notas sobre Política Fiscal de dezembro, com o acumulado de 2022, às 09h30min. Na agenda do dia, a Comissão Europeia divulgou o Índice de Confiança do consumidor europeu, às 07h00min, a Fundação Getúlio Vargas informou o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) de janeiro, às 08h00min, o BC atualizou o Boletim Focus da semana, às 08h30min, o Federal Reserve de Dallas publica seu índice de serviços de janeiro, às 12h30min, e o Ministério da Indústria, Desenvolvimento, Comércio e Serviços divulga a balança comercial semanal, às 15h00min.

Descolamento inflacionário O dólar negociado no mercado interbancário oscila em território negativo na manhã desta segunda-feira, refletindo a expectativa de investidores para uma semana repleta de decisões de política monetária importantes. No Brasil, a inflação está no foco dos analistas após a mediana das projeções para o IPCA pelo boletim Focus continuar sua trajetória de descolamento, se elevando para 5,90% em 2023 e 3,90% em 2024. Há quatro semanas, a mediana destas projeções apontava para 5,31% e 3,65%, respectivamente. Desde o início do novo governo de Luis Inácio Lula da Silva, há uma maior percepção de riscos fiscais sobre os ativos brasileiros em função de uma avaliação de menor sustentabilidade das contas públicas, que resulta, por sua vez, em um descolamento das perspectivas inflacionárias. Desta forma, há grande expectativa pela primeira decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC após a posse de Lula, particularmente sobre como estes riscos serão descritos no comunicado e quais as perspectivas para a trajetória futura dos juros neste contexto.

Estatísticas fiscais Até o momento, entretanto, os resultados fiscais do Brasil têm sido positivos. De acordo com o Banco Central, o superávit primário do setor público consolidado passou de R$ 64,7 bilhões em 2021 (0,73% do PIB) para R$ 126,0 bilhões em 2022 (1,28% do PIB), dando continuidade a uma trajetória de melhora desde 2017. A Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG) também se reduziu em termos de proporção com o PIB (DBGG/PIB), passando de 78,3% em 2021 (R$ 7,0 trilhões) para 73,5% em 2022 (R$ 7,2 trilhões). Tal resultado deveu-se ao crescimento do PIB nominal (-7,5 p.p.) e aos resgates líquidos de dívida (-4,5 p.p.), compensando a incorporação de juros nominais (+ 7,5 p.p.).

TABELA DE INDICADORES ECONÔMICOS
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Fontes: Banco Central do Brasil; B3; IBGE; Fipe; FGV; MDIC; IPEA e CommodityNetwork Trader’s Pro.
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