Fechamento de Câmbio

Dólar encerra terça-feira em alta,
avançando para R$ 5,201
 
Leonel Oliveira Mattos
Leonardo Rossetti
Vitor Andrioli
Divisa recuou no exterior, após discurso de Powell atenuar expectativas para a taxa de juros nos EUA

Em direção oposta ao desempenho do dólar do mercado internacional, a taxa de câmbio da moeda brasileira terminou o pregão desta terça-feira (7) em seu maior patamar em pouco mais de duas semanas, com o par real/dólar negociado a R$ 5,201, variação de +0,5% em relação ao fechamento da véspera. O dollar index, por sua vez, interrompeu a sequência de três altas consecutivas registrando recuo diário de 0,2%, cotado a 103,4 pontos no fechamento.

O mercado de divisas repercute o prolongamento das tensões em Brasília, com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, tornando a criticar a política monetária adotada pelo Banco Central. Em conversa com jornalistas no Palácio do Planalto, Lula voltou a questionar a atuação de Roberto Campos Neto e o atual patamar da taxa básica de juros, culpando o presidente da autarquia pelo nível elevado da Selic e afirmando que juros mais baixos são fundamentais para retomar uma maior geração de empregos e crescimento econômico.

Já no exterior, os mercados reagiram às declarações do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, minimizando as possibilidades de que a geração de empregos observada em janeiro, significativamente acima do esperado para o mercado de trabalho dos Estados Unidos, deva levar a autoridade monetária a revisar suas diretrizes para a taxa de juros do país.

Variações | No dia: +0,51% | Na semana: +2,46% | No mês: +2,46% | No ano: -1,49% | Em 12 meses: -1,01% |

As sucessivas declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, criticando a autonomia do Banco Central (BC), o atual patamar da taxa básica de juros (Selic) e a atuação do presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, voltaram a elevar a aversão ao risco dos investidores no Brasil e a ponta longa da curva de juros futuros, e a alimentar a trajetória de desvalorização do real e de ativos brasileiros. Em conversa com jornalistas na tarde desta terça-feira, Lula voltou a defender a necessidade de uma taxa mais baixa a fim de estimular a geração de emprego e o crescimento da economia, imputando antecipadamente ao BC a responsabilidade por um possível insucesso na retomada do nível de atividade em seu primeiro ano de governo. 

Adicionalmente, Lula destacou que Campos Neto “deve explicação ao Congresso Nacional” sobre a situação inflacionária e de baixo crescimento do país - prestação de contas que já é prevista pelo regime de metas de inflação vigente -, e que a autoridade monetária precisaria de metas adicionais de emprego e crescimento para além da busca pela estabilidade do nível de preços. As tentativas de interferência do governo nas diretrizes de uma instituição autônoma como o Banco Central têm sido mal-recebidas pelo mercado, o que contribui para uma menor disposição dos investidores a se manterem expostos à moeda brasileira.

No exterior, o mercado de divisas retomou maior apetite por riscos na sessão de hoje, com o dollar index recuando de suas máximas em um mês. O movimento foi motivado principalmente pela fala do presidente do Fed, Jerome Powell, minimizando as expectativas de que a autoridade monetária poderia rever a trajetória da taxa básica de juros em função dos dados acima do esperado para o setor de serviços e mercado de trabalho no país divulgados na última semana. Em evento no Economic Club de Washington, Powell demonstrou confiança sobre o processo de desaceleração da inflação, afirmando que este já se iniciou e pode ser verificado principalmente no setor de bens, que representa cerca de um quarto da economia americana. A leitura otimista do chairman afastou temores de que a autoridade monetária poderia mudar de postura para defender um maior aumento da taxa de juros ou sua permanência em níveis elevados por mais tempo que o esperado. 

Powell, no entanto, reconheceu que a desaceleração do nível de preços, principalmente no setor de serviços, ainda se mostra lenta, reiterando que os ajustes graduais planejados pelo Fed devem continuar até que a estabilização seja alcançada, com um longo caminho a ser percorrido. O presidente da autoridade monetária americana também não descartou a possibilidade de que, caso os dados de inflação voltem a se acelerar, sejam necessários mais aumentos do que aqueles atualmente precificados, o que deve manter alguma cautela por parte dos operadores até a divulgação de novos indicadores, com destaque para do Índice de Preços ao Consumidor (CPI) de janeiro, na próxima semana.

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